sessenta e nove.

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Maraisa POV

Passaram alguns meses, era verão. Eu e Marília estava muito bem, estávamos estáveis, e tranquila. A nossa relação tornou-se pública, e com isso, alguns cuidados que tivemos de começar a ter. Eu comecei a escrever livros, sobre um pseudónimo, não queria que alguém comprasse os meus livros, por eu ser namorada da Marília, mas sim pelo conteúdo.

Nesse sábado, almocei com Marília num restaurante junto à praia, até que, do lado de fora da montra, vi uma menina que não tinha mais do que 6/7 anos, com um carro de bebé ao lado.

Marília: para onde olhas amor? - chamou a minha atenção

Maraisa: ali - apontei com a cabeça - importas-te que vá lá?

Marília: importo que vás sozinha, eu vou contigo
- falou enquanto se levantava - compramos algo e levamos-lhe

Assim fizemos, pagamos a conta, pedimos um pão e um leite achocolatado.

Maraisa: olá - sorri ao aproximar-me tentando não assustar a menina - sou a Maraisa, e ela é à Marília

X: olá - sorriu - eu sou a Maria e ele é o Gabriel

Olhei assustado para Marília, pensávamos que o carrinho estivesse vazio, mas havia lá um bebé.

Marília: olá - sorriu e baixou-se ao meu lado - toma, trouxemos para ti, tens fome?

Maria: obrigada - sorriu enquanto comia, ela estava claramente com fome

Marília: o Gabriel é teu irmão?

Maria: sim - falou depois de engolir um pedaço do pão

Marília: e a vossa família?

Maria: não temos - falou e deu de ombros - quer dizer, nós vivíamos com os nossos avós, mas eles bateram em mim e nele - olhou para o menino - e eu fugi com ele

Eu e Marília estávamos em choque. O bebé não tinha mais que 6/7 meses, e ambos estavam, claramente, mal tratados.

Marilia comprou leite para darmos ao pequeno, e eu fiquei com os dois num banco ali perto.

Maraisa: o que aconteceu aos teus pais, sabes?

Maria: eles desapareceram um dia, com polícias, e nós ficamos com os avós, mas eles não queria que o Gabriel chorasse a batiam-lhe, bateram-me a mim, e ontem eu fugi com ele - falou olhando para o menino ao meu colo - eu não quero voltar lá para casa

Marília voltou e deu-me a mamadeira, que dei ao menino, ela trouxe fraldas e alguns produtos de higiene.

Marília: temos de os levar à polícia - falou sussurrando para mim

Maraisa: eu não os vou deixar voltar para uma casa onde os tratam mal

Marília: eu também não, mas não podemos simplesmente levá-los - concordei com a cabeça

Saímos dali, metemos os dois no carro, e seguimos para a esquadra. Pelo caminho, ligamos a Luísa qe foi ter connosco.

Luísa: eu vou ver o que consigo fazer - disse, depois de lhe contarmos o que sabíamos

Maraisa: eles não podem voltar para onde são maltratados, Luísa

Luísa: deixa comigo - falou séria

Maria entrou com Luísa numa sala com alguns polícias, e nós ficamos com Gabriel, que dormia tranquilo, depois de comer e de trocar a fralda.

Luísa e Maria saíram ao fim de algumas horas.

Luísa: a menina está cheia de marcas de agressões, certamente o bebé também tem - disse que sim, tinha-as visto quando troquei a fralda - precisamos de ir ao hospital para eles serem vistos

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