treze.

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Maraisa POV

Os meus dias eram passados entre o trabalho na MendonçaArch e o bar, onde me mantinha a trabalhar com Gustavo.

Nessa noite, o bar estava animado, apesar de ser dia de semana e, por tendência, serem noites mais tranquilas, havia sempre clientes.

Depois de algum tempo de trabalho, quando voltava de dentro da cozinha, por ter estado a preparar alguns snacks para clientes, vi a minha chefe sentada, com a loira que a acompanha sempre aqui. Nunca me aproximei dela, aquela mulher era dura e imponente onde quer que estivesse e tinha receio dela descobrir que eu trabalhava ali. Poderia prejudicar-me a mim e à Maiara. A loira, que o Gustavo me disse que se chama Luísa, simpatizou com ele, e era sempre ele que as servia na mesa.

Segui no trabalho, sempre em contacto com a Mai que tinha ficado em casa com Henrique. Ela não queria sair e todos a compreendíamos, mas ele decidiu ficar com ela, tinha receio que o Fernando pudesse fazer algo contra a minha metade.

Num momento em que Gustavo tinha ido servir outros clientes, Luísa chamou-me para pedir algo e aproximei-me da mesa, Marília não estava, provavelmente teria ido à casa de banho.

Luísa: querida, traz mais 2 canecas, e um prato daquelas entradas magníficas que têm

Maraisa: é para já - sorri - posso agradecer-lhe?

Luísa: a mim? Porquê?

Maraisa: por estar a ajudar a Mai - sorri - nós não conseguiríamos pagar um bom advogado, e ela contou-me que não vai cobrar-lhe nada pelo processo

Luísa: querida, ajudar a que ela viva em segurança e com qualidade, longe daquele lixo, é o melhor pagamento. Não tens nada a agradecer - sorriu dando-me um toque no ombro - é de coração que a ajudo

Maraisa: obrigada, a si e à doutora Mendonça - sorri

Marília: não tem de quê...

Maraisa: Maraisa, senhora

Marília: não tem de quê, Maraisa. Como Luísa disse, ajudamos a Maiara de coração

Maraisa: certo, mais uma vez, obrigada - sorri - vou trazer o vosso pedido

Espero que ela não se lembre de mim na empresa, poderia ser o meu fim, e eu preciso muito do dinheiro.

A música seguiu animada, e estava muita gente a dançar, como de costume, incluindo eu e o Gustavo, que dançávamos atrás do balcão. Dávamo-nos muito bem, mesmo, era como um irmão para mim.

No final da noite, já as horas tinham passado e restavam apenas Luísa e Marília, além de mim e do Gustavo. Elas tinham pedido se podiam ficar até fecharmos, e nós concordamos, elas ficaram ali, sentadas e conversando, enquanto nós limpávamos a sala e arrumávamos tudo para o dia seguinte.

Sem me lembrar quem estava ali, e como hábito quando estava sozinha com Gustavo, dancei ao som da música que a esta hora era mais baixa.

Luísa: uau, mas ela mexe-se bem - ouvi ao fundo, o que me fez corar

Maraisa: desculpem, doutoras, não me lembrava que estavam aí - respondi com o olhar para baixo envergonhada

Luísa: não precisa de ter vergonha - sorriu simpática - só a elogiei, se eu não estivesse amarrada, acho que tentava a minha sorte consigo, mesmo correndo o risco de levar uma sapatada por causa de macho - sorri sem responder e Luísa juntou-se a mim, enquanto dançávamos, como se fôssemos amigas

Henrique: e aí beleza - entrou no bar e assustou-me - desculpem, pensava que estavas sozinha, Mara

Maraisa: deixaste a minha irmã sozinha?

Henrique: não, claro que nosso. O nosso cavaleiro Gustavo está com ela - sorriu sacana - e eu vim buscar a princesa, não a ia deixar ir sozinha para casa, só não sabia que tinhas companhia

Luísa: nós já estávamos de saída, a Maraisa tem de fechar o bar, não é? - falou simpática para Henrique esticando a mão - Luísa Sonza, muito gosto

Henrique: por mim podem ficar, eu só vim fazer companhia à Mara - sorriu simpático e cumprimentou-a de volta - Henrique, muito gosto - fazendo uma vénia brincando - é a doutora que está a ajudar a Mai?

Luísa: eu mesma - sorriu e Henrique soltou um agradecimento - não têm de me agradecer nada, a sério. Maraisa, nós vamos embora, manda um beijinho meu à Maiara e avisa o Gustavo para não se esquecer do que falei com ele - piscou - boa noite meninos

Henrique/Maraisa: boa noite

Marília: boa noite - disse ao passar por nós e fixando os meus olhos disse - boa noite, Maraisa

Retribuímos o boa noite da empresária.

Henrique: quem é a loira de óculos?

Maraisa: nada mais nada menos que Marília Mendonça

Terminei de limpar tudo, e fui para casa com o Henrique, que seguiu depois para casa dele. Adormeci assim que cai na cama.

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