onze.

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Maiara POV

Quando Marília e Luísa me deixaram em casa, permiti-me chorar tudo o que não havia chorado desde que o Fernando entrou e me machucou o braço, enquanto me chingava. Ouvi batidas na porta e o meu corpo gelou. Se fosse Fernando eu estava ferrada, pois estava sozinha em casa e ali não tinha quem me ajudasse. Espreitei no óculo da porta e vi Gustavo, na hora, respirei de alívio e abri a porta.

Gustavo: Mai, como estás?

Maiara: estou bem, continuo a estar melhor que tu - sorri de canto - não vamos consegui curar essas feridas abertas - fui buscar o kit de primeiros socorros - deixa-me ajudar-te

Limpe-o as feridas dele e vi que nenhuma precisava de pontos, dei-lhe gelo para pôr na mão direita, que estava inchada dos socos que deu no Fernando.

Adormecemos no sofá a ver televisão, até que acordei com Maraisa a entrar em casa.

Maraisa: desculpa, não queria acordar-te. Como estás metade? - disse em sussurro para não acordar Gustavo

Maiara: estou mais ou menos - levantei os olhos para o teto tentando que nenhuma lágrima caísse - estou tão cansada do Fernando, Mara - ela abraçou-me e eu permiti-me chorar e levou-me para o seu quarto

Maraisa: Mai, quem eram aquelas mulheres? - perguntou curiosa

Maiara: como assim? - arqueei uma sobrancelha - a Marília, Mara

Maraisa: quem é a Marília? Não conheço

Maiara: só tu Mara - dei uma risada - a Marília Mendonça

Maraisa: o-o quê? Aquela mulher é a Marilia Mendonça? - perguntou surpresa - eu não sabia quem ela era, nunca a tinha visto

Maiara: é, mas é ela, em carne e osso - expliquei - a amiga dela é advogada, e elas querem ajudar-me com a questão do Fernando, e a chefe ordenou-me que amanhã ficasse em casa, para ligar à amiga dela advogada, e resolver a situação

Maraisa: uauu - continuava com os olhos arregalados - ainda bem que elas te vão ajudar, metade, vamos conseguir ver-nos livre naquele diabo, vais ver - sorriu e abraçou-me.

Nessa noite dormi com a Mara, ela era o meu porto seguro, acontecesse o que acontecesse.

Acordei no dia seguinte e a Maraisa já tinha ido embora, havia um bilhete em cima da sua almofada.

"Meu amor, já fui trabalhar e não tive coragem de te acordar.

Se precisares de alguma coisa, liga-me, e não te esqueças de ligar à advogada.

Beijinho grande metade. Te amo 🤍

Mara"

Sorri ao ler, e fui até à casa de banho fazer a minha higiene, ao sair do quarto, vi Gustavo na sala.

Gustavo: bom dia minha beldade - sorriu e abraçou-me - preparei o nosso pequeno almoço, espero que não te importes

Maiara: bom dia, Gu. Obrigada - sorriu e agradeci

Depois de comermos, tomamos banho e liguei para Luísa Sonza.

Chamada on

Luísa: alô?

Maiara: estou, Luísa?

Luísa: depende, quem deseja falar com ela?

Maiara: sou a Maiara, já não se deve lembrar de mim, peço desc...

Luísa: Maiara, querida, ainda bem me ligou - respirei de alívio - não incomoda nada, estava mesmo à espera da sua chamada. Como está?

Maiara: um pouco melhor, obrigada. Só posso agradecer a si e à doutora Mendonça a ajuda

Luísa: não fizemos nada de especial, e quando à Marília, por dentro, é um coração derretido, não se engane com o papel de durona - deu uma risada do outro lado da linha - querida, eu não tenho escritório em Lisboa, venha ter comigo ao hotel dentro de 1 hora, ok?

Maiara: claro que sim

Luísa: ótimo, envio-lhe a localização por mensagem. Até já querida

Maiara: até já, Luísa

Chamada off

É incrível como Marília e Luísa eram tão diferentes, elas pareciam-me apenas amigas, pela forma como Luísa falava, no entanto, qualquer que fosse a relação dela, era incrível como acontecia. Luísa era quente, intensa, eufórica, gentil e simpática, enquanto que Marília era dura, firme, e apesar de ter sido simpática comigo na noite anterior, no dia a dia não o era. Enfim.

Maiara: Gustavo, tenho de ir ter com a advogada, queres vir comigo? - Gustavo concordou com a cabeça e seguimos no seu carro até ao hotel indicado por Luísa.

Um hotel 5 estrelas, beira rio, numa zona luxuosa, claramente aquelas duas mulheres vivem muito bem. No Hall de entrada pedi que anunciassem a minha chegada à mulher que, minutos depois, apareceu no sítio onde estávamos.

Luísa: Maiara, minha querida - cumprimentou-me com 2 beijos no rosto - Gustavo, como está o meu bramam favorito? - arqueei a sobrancelha com aquele comentário

Maiara: olá Luísa- cumprimentei E Gustavo retribuiu-lhe também o cumprimento

Reunimo-nos no bar do hotel, onde contei tudo o que já havia acontecido entre mim e Fernando, tudo o que tinha passado nas mãos dele e como ele ainda insistia em atormentar-me. Luísa, garantiu que apesar de não viver em Portugal, ia ficar com o caso e fazer de tudo para que aquele homem não voltasse a encostar um dedo em mim. Depois de mais de 1 hora de conversa sobre tudo, Luísa ofereceu-nos algo para comer, e depois de muita insistência aceitamos, e Gustavo foi à casa de banho.

Luísa: então, Maiara, e entre si e o Gustavo? - perguntou com um sorriso disfarçado

Maiara: o Gustavo é um bom amigo, apenas isso, se quiser algo com ele, trate-o bem - sorri amarelo e arranquei uma valente gargalhada a Luísa

Luísa: eu? Minha querida, tenho a dizer-lhe que eu e o Gustavo entenderiamo-nos em muita coisa, mas nesse aspeto não. Tenho uma bela mulher em França, minha espera - não evitei um sorriso - já viu como ele olha para si? Ele não a quer só como amiga, Maiara. Pense nisso.

Gustavo voltou, almoçamos com Luísa e deixamos a loira que prometeu ligar-me assim que tivesse novidades do meu caso.

Só desejava que nada daquilo chateasse ainda mais o Fernando. Temia por mim, e pelos que são próximos de mim.

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