Depois de duas semanas se recuperando, Jong Wook finalmente consegue se locomover. É claro que os remédios modernos de 2125 ajudaram a acelerar o processo, mesmo assim, ele melhora muito rápido.
Não foi fácil passarmos esse tempo todo enfiados no depósito da WWB, sem poder ver a luz do sol, mas não tínhamos escolha. Não podíamos fugir com Jong Wook tão debilitado, precisávamos esperar até que ele se recuperasse o suficiente. Enquanto isso, meu pai cuidou de tudo o que precisávamos, desde roupas até comida, mas ele não podia prever tudo.
— Pessoas com QI avançado devem ter mais facilidade para se recuperar — falo, provocando Jong Wook durante nosso jantar super moderno: Lámen com ovo.
— Deve ser. — Ele sorri, enquanto come. — A propósito, quando vamos sair daqui? Já estou me esquecendo da cor do céu.
— Temos que esperar você melhorar bastante — diz seu sósia, de boca cheia. — Só assim conseguiremos ser rápidos o bastante para sair sem sermos vistos.
— Claro.
Mal terminamos de comer, ouvimos um barulho alto vindo da sala de cima. Jong Wook Oppa e eu nos levantados e o outro apenas olha em direção a pequena escada, preocupado. Um segundo depois meu pai aparece no local, a expressão assombrada.
— Aboji?! O que...
— Temos que ir — ele me corta, ofegante — Agora! Parli!* (Depressa)
Meu pai pega uma mochila dentro do armário e começa a enchê-la de coisas que não conheço, mas Jong Wook Oppa vai até ele para questionar.
— Por que agora? Ele ainda não está bem o bastante para...
— Um funcionário descobriu sobre nós — revela meu pai, sério — Em alguns minutos eles estarão aqui, não tem jeito de ficarmos.
Todos arregalamos os olhos, finalmente entendendo o motivo do alvoroço.
— Mas ele não pode correr! — exclamo, desesperada — Não podemos força-lo, isso pode prejudicar a ferida...
— Tudo bem Yoo Nah, eu o carrego — diz Jong Wook Oppa para mim, me tranquilizando.
É evidente que Jong Wook fica um pouco incomodado por ser o peso de alguém, mas se limita a suspirar. A essa altura, ele já sabe que não vamos deixá-lo para trás, mesmo que insista.
Alguns segundos depois já estamos andando pelos corredores da WWB, meu pai na minha frente, e Jong Wook Oppa carregando seu clone nas costas bem atrás de nós. A cada passo que damos posso ver a dor do ferimento estampada no rosto do outro e me sinto tão impotente por não poder fazer nada...
— Aboji, será que não tem nenhum anestésico nessa maleta de primeiros socorros?
Meu pai se move rápido, mesmo assim ele ouve minha pergunta.
— Não Yoo Nah, o único que tem pode apagá-lo de vez, o que não seria nada conveniente na situação em que nos encontramos.
Continuo seguindo meu pai, tentando me convencer de que sairmos daqui é mais importante que a dor de Jong Wook.
— Como eles descobriram? — Jong Wook Oppa pergunta, ofegante. Ele já está cansado de carregar seu outro eu, embora tente esconder isso.
Aish, os dois estão sofrendo! Ottoke?
Quando viramos outra esquina do corredor, de repente meu pai para e faz sinal para voltarmos para trás. Imediatamente voltamos para o corredor anterior, com todo o cuidado para não fazer barulho. Alguns segundos depois um grupo de seguranças passa pelo o que estávamos, mas estão tão concentrados em seu caminho que não se dão ao trabalho de olhar para o lado antes de irem embora.
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PARADOXO
Science FictionKang Yoo Nah é uma jovem estudante da Coreia do Sul, que tem vivido com amigos da família desde que seu pai desapareceu sem deixar vestígios. O problema é que Yoo Nah não vê o filho da sua tutora como irmão, e precisa esconder isso. Mas sua vida se...