Onze

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  Andamos de mãos dadas, pela ponte do rio Han. Jong Wook fez questão de me trazer aqui, pois ele sabe o quanto eu gosto dessa vista. Já é tarde, e meus amigos devem estar preocupados, mas eu ignoro esse fato e tento me concentrar no agora, como se não houvesse amanhã. É incrível como estar com ele faz eu querer aproveitar todo o tempo possível ao seu lado. E tenho a impressão que Jong Wook sente o mesmo.

  Paramos de andar para observar o rio, que agora está escuro e reflete as luzes da cidade.

  — É a coisa mais linda que já vi — falo, suspirando.

  — Eu estava pensando a mesma coisa.

  Olho para o lado e encontro seus olhos em mim, o que me faz suspeitar que ele não se refere a mesma coisa que eu. Meu coração acelera de novo, me deixando com dificuldades para respirar. Como é possível simples palavras causarem um estrago tão grande? Enquanto o observo, me lembro do que passamos até agora e no quanto esse sentimento é precioso. E por que não seria? Ele fez eu me apaixonar naquele futuro, e fez eu me apaixonar nesse passado, onde estamos. Me sinto tão grata por isso. Diferente dele, o presente é tudo o que tenho, mas já basta. Não preciso de respostas, desde que ele fique aqui.

  Antes que eu confesse tudo isso, porém, me lembro que tenho algo a mais para agradecer.

  — Você o encontrou — falo, fazendo Jong Wook juntar as sobrancelhas. Ele não sabe do que estou falando e acabo sorrindo antes de continuar. — Meu colar — explico, tirando o objeto de dentro da roupa. — Obrigado.

  Jong Wook direciona o olhar para a pedra negra, mas entra em choque assim que a vê.

  — Onde você o encontrou?! — indaga, tão alto que me surpreendo.

  — Estava na sua gaveta, você não o deixou lá para mim?

  Ele não responde, apenas encara a pedra petrificado. Seu peito sobe e desce rapidamente, me deixando preocupada.

  — O que foi? Está se sentindo mal? — pergunto, confusa.

  Ele passa a mão pelo cabelo, cada vez mais perturbado.

  — Jong Wook? — chamo, segurando seu braço.

  De repente ele coloca a mão na pedra do colar, a segurando.

  — Tire, agora.

  Franzo a testa, sem entender o que isso significa. O que ele...

  — Tire a droga do colar Yoo Nah! — grita, tentando puxa-lo do meu pescoço.

  Fico tão assustada que me afasto dele imediatamente. Seu olhar é tão perigoso que parece outra pessoa.

  — O que de-deu em você? — pergunto, gaguejando um pouco.

  Ele estende a mão aberta para mim, os olhos furiosos.

  — De pra mim, agora!

  Respiro rápido também, não sei o que está acontecendo, mas sua atitude me faz perceber algo que me deixa assombrada.

  — Foi você — falo, quase sem voz — Você o pegou quando desmaiei.

  Ele não nega, e meus olhos se enchem de lágrimas.

  — Como pode?! — grito, entre o choro. — Você sabia o quanto era importante para mim!

  Ele dá um passo em minha direção, os olhos tão fixos no colar, que parece não se importarem com mais nada.

— Você não atende! Me dê isso logo!

  Eu não reajo, então Jong Wook começa a correr, me obrigando a me mexer também. Corro para longe, mas não por muito tempo, ele me alcança e me segura por trás. Seus braços fortes me imobilizam e ele consegue agarrar a pedra.

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