Assim que saio da WWB sinto a ansiedade me consumir. Já tenho todo o plano concreto na cabeça, e deveria estar confiante após verificar todo o perímetro novamente. Mesmo assim, um leve tremor percorre pela minha espinha.
— Vamos entrar, pegar o Sr. Kang e sair. Vai durar no máximo 20 minutos, não tem erro — digo para mim mesmo, como se isso fosse ajudar. — Ela é forte e agora sabe usar o RX2, não há motivos para me preocupar.
Logicamente não há, por isso não entendo o porque ainda estou lutando para respirar. Só me resta pisar fundo no acelerador, na esperança de que quanto mais cedo eu ver Yoo Nah, mais cedo me livrarei desse aperto no peito.
O caminho de volta parece mais longo que o de costume, e a paisagem parece correr devagar, não importa o quanto eu acelere. Finalmente chego no prédio, e mal estaciono o carro na garagem antes de saltar para fora. Assim que entro no elevador, porém, me obrigo a me acalmar, pois não quero assustar Yoo Nah. Enquanto isso, acabo olhando para a minha mão e me deparo com a cicatriz. A lembrança de como ela acabou parando ali dificulta as coisas no processo de me acalmar.
Não pense nisso, não vai acontecer.
Respiro algumas vezes, o ar pesado. Quando o sentimento ruim vai embora, coloco a mão no pescoço e seguro o colar com a pedra negra. Então observo por um momento, o modo como o cordão se encaixa perfeitamente nos dois cortes profundos.
— As coisas serão diferentes agora — sussurro, renovando minha determinação.
O elevador se abre e me deparo com a porta do meu apartamento. Me sinto aliviado e corro para abri-la, mas assim que entro não encontro ninguém. Yoo Nah não está na sala, como de costume, e nem na cozinha. Procuro no quarto e até no banheiro, mas nem sinal dela. Será que foi para a piscina praticar um pouco mais para amanhã? Acabo sorrindo com a questão. É bem a cara dela.
De repente a porta da entrada se abre e meu outro "eu" passa por ela. Ele parece distraído, pois anda alguns passos até notar minha presença.
— Você chegou — fala, estacando no lugar assim que me vê.
— Sim, sai um pouco mais cedo — explico — Mas não se preocupe, o tempo em que fiquei lá foi suficiente.
Ele não responde, mas eu não me importo.
— Yoo Nah está na piscina? — pergunto, mudando de assunto.
— Não.
A voz dele, bem como a postura ficam tensas, de uma forma nada comum para mim. Não preciso analisar eu mesmo por muito tempo para notar que tem algo errado. Podem ser inúmeras coisas, mas só uma me importa agora.
— Onde está Yooh Nah?
Ele permanece na mesma posição e continua mudo. Para mim essa é a pior resposta de todas.
— Jong Wook, perguntei onde está Yoo Nah!
Minhas palavras e meu tom de voz não são nada simpáticos, mas não posso fazer nada, é assim que fico quando começo a perder a cabeça.
— Responda! — grito, impaciente.
Ele me encara com firmeza.
— Ela está... onde deveria estar.
Fico paralisado quando compreendo o significado disso. Não.
— O que você fez? — minhas palavras saem um sussurro, por causa do choque. Mas imediatamente a raiva explode, me fazendo ir pra cima dele com tudo. — O que você fez?! — grito, o agarrando pela camisa.
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PARADOXO
SciencefictionKang Yoo Nah é uma jovem estudante da Coreia do Sul, que tem vivido com amigos da família desde que seu pai desapareceu sem deixar vestígios. O problema é que Yoo Nah não vê o filho da sua tutora como irmão, e precisa esconder isso. Mas sua vida se...