Observo atentamente as mãos habilidosas de Jong Wook se moverem, preparada para pular para longe dele no momento em que a luva abrir. Embora eu tenha conseguido controlar o RX2 uma vez, não posso garantir que conseguirei de novo. A luva parece ser de borracha, mas segundo Jong Wook se trata de um material muito mais resistente. Na parte inferior do pulso a uma pequena abertura, onde é possível desativar o mecanismo que a prende tão firmemente na minha mão. É isso o que Jong Wook está fazendo agora, enquanto manuseia uma ferramenta minúscula na abertura.
— Isso não é uma boa ideia — murmura o outro Jong Wook, inquieto.
— Se não vai ajudar, fique quieto — censura o que está ocupado.
— Como ficar quieto?! Essa é uma das forças mais poderosas descobertas, pode nos matar!
O comentário dele me faz estremecer.
— Pare de assustá-la — exclama o outro, parando para encará-lo. — Vou ensiná-la a controlar, assim como eu fiz.
— E se ela não conseguir?
Jong Wook o ignora e volta a se concentrar.
— Talvez... ele tenha razão — digo, insegura.
Ele levanta os olhos sérios para mim, parece enxergar o fundo do meu ser com eles.
— Eu também achava isso — fala, ainda me olhando. — Mas depois de pensar um pouco, percebi que ensiná-la a se defender é a melhor forma de te proteger.
Fico em silêncio, pensativa.
— Acha que consigo?
Ele sorri, sem me olhar.
— Acho. Porque você é você.
Essas simples palavras são suficientes para me acalmar, e ainda arrancar um pequeno sorriso dos meus lábios.
Alguns minutos depois, ouvimos um clique vindo da luva e Jong Wook solta o ar, indicando que terminou. Ele olha para mim e aperta os lábios tentando sorrir, mas eu consigo notar que está tão nervoso quanto eu por dentro. Eu assinto para encoraja-lo, então ele coloca a mão sobre a luva. Mas do nada outra mão agarra seu pulso, impedindo o próximo movimento.
— Vocês não podem decidir isso sozinhos — diz o Jong Wook arrogante, nos encarando seriamente. — Eu os permiti chegarem até aqui, mas sei o que vai acontecer se continuarem, então insisto que parem.
Jong Wook suspira a minha frente e se levanta, fazendo o outro soltá-lo. Então o encara com o maxilar cerrado.
— Você não sabe de nada.
Fico tão atordoada com a cena que resolvo acabar logo com isso. Tiro a luva com apenas um movimento, como se fosse uma peça de roupa qualquer. O alívio me consome quando vejo a pele da minha mão sem nada estranho sobre ela. Então tiro a outra, mais tranquila.
— Pronto — anuncio, mostrando as mãos. — Vocês já podem parar.
Os dois me olham surpresos, mas depois um bufa e o outro sorri.
— Essa é a minha garota — diz o que sorriu, orgulhoso.
O arrogante revira os olhos, mas então resolve falar.
— Muito bem. Já que é assim, eu vou acompanhar de perto esse treinamento. Para garantir.
Eu assinto. Dois treinadores são melhores do que um, embora eu não tenha certeza se isso vai dar certo.
* * *
Estamos no subsolo do prédio, em uma área exclusiva para os moradores. Mas ao em vez de um estacionamento, é uma piscina enorme que encontro por lá. Segundo os Jong Wooks, o lugar só é usado em fim de ano, então não precisamos nos preocupar.
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PARADOXO
Science FictionKang Yoo Nah é uma jovem estudante da Coreia do Sul, que tem vivido com amigos da família desde que seu pai desapareceu sem deixar vestígios. O problema é que Yoo Nah não vê o filho da sua tutora como irmão, e precisa esconder isso. Mas sua vida se...