Dezessete

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  Observo atentamente as mãos habilidosas de Jong Wook se moverem, preparada para pular para longe dele no momento em que a luva abrir. Embora eu tenha conseguido controlar o RX2 uma vez, não posso garantir que conseguirei de novo. A luva parece ser de borracha, mas segundo Jong Wook se trata de um material muito mais resistente. Na parte inferior do pulso a uma pequena abertura, onde é possível desativar o mecanismo que a prende tão firmemente na minha mão. É isso o que Jong Wook está fazendo agora, enquanto manuseia uma ferramenta minúscula na abertura.

  — Isso não é uma boa ideia — murmura o outro Jong Wook, inquieto.

  — Se não vai ajudar, fique quieto — censura o que está ocupado.

  — Como ficar quieto?! Essa é uma das forças mais poderosas descobertas, pode nos matar!

  O comentário dele me faz estremecer.

  — Pare de assustá-la — exclama o outro, parando para encará-lo. — Vou ensiná-la a controlar, assim como eu fiz.

  — E se ela não conseguir?

  Jong Wook o ignora e volta a se concentrar.

  — Talvez... ele tenha razão — digo, insegura.

  Ele levanta os olhos sérios para mim, parece enxergar o fundo do meu ser com eles.

  — Eu também achava isso — fala, ainda me olhando. — Mas depois de pensar um pouco, percebi que ensiná-la a se defender é a melhor forma de te proteger.

  Fico em silêncio, pensativa.

  — Acha que consigo?

  Ele sorri, sem me olhar.

  — Acho. Porque você é você.

  Essas simples palavras são suficientes para me acalmar, e ainda arrancar um pequeno sorriso dos meus lábios.

  Alguns minutos depois, ouvimos um clique vindo da luva e Jong Wook solta o ar, indicando que terminou. Ele olha para mim e aperta os lábios tentando sorrir, mas eu consigo notar que está tão nervoso quanto eu por dentro. Eu assinto para encoraja-lo, então ele coloca a mão sobre a luva. Mas do nada outra mão agarra seu pulso, impedindo o próximo movimento.

  — Vocês não podem decidir isso sozinhos — diz o Jong Wook arrogante, nos encarando seriamente. — Eu os permiti chegarem até aqui, mas sei o que vai acontecer se continuarem, então insisto que parem.

  Jong Wook suspira a minha frente e se levanta, fazendo o outro soltá-lo. Então o encara com o maxilar cerrado.

  — Você não sabe de nada.

  Fico tão atordoada com a cena que resolvo acabar logo com isso. Tiro a luva com apenas um movimento, como se fosse uma peça de roupa qualquer. O alívio me consome quando vejo a pele da minha mão sem nada estranho sobre ela. Então tiro a outra, mais tranquila.

  — Pronto — anuncio, mostrando as mãos. — Vocês já podem parar.

  Os dois me olham surpresos, mas depois um bufa e o outro sorri.

  — Essa é a minha garota — diz o que sorriu, orgulhoso.

  O arrogante revira os olhos, mas então resolve falar.

  — Muito bem. Já que é assim, eu vou acompanhar de perto esse treinamento. Para garantir.

  Eu assinto. Dois treinadores são melhores do que um, embora eu não tenha certeza se isso vai dar certo.

  * * *

  Estamos no subsolo do prédio, em uma área exclusiva para os moradores. Mas ao em vez de um estacionamento, é uma piscina enorme que encontro por lá. Segundo os Jong Wooks, o lugar só é usado em fim de ano, então não precisamos nos preocupar.

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