Capítulo 4

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Camila



Eu ainda sinto suas mãos na volta pra casa. Eu sinto seus lábios nos meus. A suavidade de seu beijo. Deus eu não posso sequer respirar direito eu estou tão enrolada como uma cobra no banco de trás de um táxi olhando cegamente pra fora da janela para as luzes da cidade que passam. Desesperada para desabafar as sensações que passam pelo meu corpo e infelizmente eu não tenho ninguém para desabafar a não ser a Taylor.
— Isso foi tão intenso!! - Taylor diz ofegante ao meu lado. Eu balancei minha cabeça
— Que diabos aconteceu Taylor? O cara acabou de me beijar em publico! Você percebe que teve pessoas com os telefones virados pra nos?
— Camila, ele é tão quente. Todo mundo quer uma foto dele até mesmo minhas entranhas estão tremendo com a forma que ele foi atrás de você e olha que nem sou eu quem ele beijou. Nunca vi um homem ir atrás de uma mulher assim. Puta merda é como pornografia com romance.
— Cala a boca, Taylor! - eu gemo – há uma razão dele estar proibido em seu esporte. É evidente que ele é perigoso ou louco ou os dois.
Meu corpo vibra em excitação, seus olhos, eu posso senti-los em mim, tão intensos e com fome. Sinto-me suja. Minha nuca esta dormente, onde ele tocou com a palma da mão suada, eu esfrego mais não para de formigar, não vai acalmar meu corpo e nem meu coração.
— Ok, falando serio, você precisa sair mais. Shawn Mendes pode ate ter má reputação mais ele é mais sexy que o pecado Camila. Sim ele foi suspenso por má conduta. Por que ele é um menino mau, e olha quem sabe qual merda se passou na sua vida pessoal dele? Tudo que eu sei é que ele foi horrível e apareceu em um monte de manchetes e agora ninguém se importa mesmo. Ele é o favorito da liga do Underground e todos os tipos de clubes de lutam adoram ele assim como as garotas que frequentam esses clubes. Uma parte de mim não pode nem sequer acreditar na forma que ele olhou pra mim, concentrado em mim e com uma multidão de mulheres gritando, ele olhou apenas pra mim. E quanto mais eu penso nisso eu fico mais atormentada. Ele olhou pra mim com os olhos loucos picantes e eu não quero loucos olhos quentes. Não quero ele ou qualquer homem, ponto. O que eu quero é um emprego. Acabei de terminar o meu estagio numa escola local e eu fui entrevistada pela melhor empresa de reabilitação esportiva da cidade. Mais isso foi a duas semana e nenhuma chamada. Eu estou no ponto onde começo a entra em pavor mental, onde você sente que ninguém vai chamar. Estou além de frustrada.
— Taylor, olha pra mim. – eu exijo – eu pareço uma prostituta pra você? — Não querida, você era facilmente a senhora mais classuda de lá!
— Se eu usei essa roupa nesse tipo de evento, foi claramente pra evitar problemas como ele me notar.
— Talvez você devesse se vestir mais como uma vagabunda e se misturar - ela sorriu e eu fiz careta.
— Eu te odeio, eu não vou com você pra esse tipo de lugar nunca mais!
— Você não me odeia ,me dá um abraço vai! – eu me inclino para o seu abraço e retribuo levemente antes de lembrar da sua traição.
— Como você pode dar meu número a ele? Não sabemos nada sobre esse homem! Você acabar me assassinando em um beco escuro e partes do meu corpo jogados em uma lata de lixo?
— Isso nunca vai acontecer com alguém que teve muitas aulas de autodefesa que nem você!
Eu suspiro e balanço a cabeça para ela, mais ela me da um sorriso adorável. Nunca posso ficar realmente brava com ela.
— Vamos lá, Camila! Você deveria estar se reinventando – sussurra Taylor me lendo lentamente — a nova e melhorada Camila tem que ter sexo de vez em quando. Você gostava quando competia.
A imagem de Shawn nu apareceu na minha mente, e isso é tão quente que eu me contorço na cadeira e olho com raiva pra fora da janela, o que me irrita mais são os sentimentos que o simples pensamento dele desperta em mim. Sinto-me com febre. Não, eu não sou contra o sexo em tudo, mais os relacionamentos são complicados e eu não tenho a preparação emocional agora para lidar com isso. Eu ainda estou um pouco quebrada da minha queda e tentando encontra meu caminho pra uma nova carreira. Há um vídeo no youtube.com, com o titulo “Cabello, sua vida acabou!” que foi gravador por algum amador nas minhas primeiras eliminatórias olímpicas e teve um pouco de acesso – como todos os vídeos de pessoas humilhadas . Este vídeo mostra o exato momento em que minha vida é destruída e minha volta foi imortalizada em um filme que agora pode ser executado e repetido mais e mais para que o mundo possa assistir e apreciar. Ele mostra o exato segundo em que meus trapézios (parte superior das costas) se enrolam e eu tropeço e nesse instante em que meu ligamento cruzado anterior apenasrasga e meu joelho cede. Tem a duração de mais de quatro minutos, este pequeno vídeo encantador. Na verdade, meu paparazzo anônimo perseguidor teve a câmera apenas virada pra mim e mais ninguém. Você pode ouvir a voz dela
— Merda, sua vida acabou! – em segundo plano, o que obviamente inspirou o título. Então, lá estou eu, neste vídeo caseiro da vida real, pulando de dor, miserável fora da pista, gritando em meu coração. Chorando, não pela dor do meu joelho mais pelo meu próprio fracasso e só quero que o mundo me engula, eu quero morrer, por que eu sei que toda minha formação tinha sido em vão. Mais em vez da terra abrindo e me engolindo eu fui filmada. A enorme quantidade de comentários abaixo do vídeo ainda estão frescos na minha mente. Algumas pessoas me desejando sorte em outras competições e disseram que era uma vergonha. Mais outros riram e brincaram sobre o assunto como se eu tivesse implorado para que isso acontecesse. Estes mesmos comentários têm me atormentado com dúvidas, dia e noite durante anos, que reproduzo todos os dias e me pergunto o que deu errado. E eu digo tanto, por que rompi meus ligamentos não só uma vez, mas uma segunda vez quando me recusei a acreditar que “a minha vida tinha acabado” com teimosia fui para os testes novamente. Nenhuma dessas vezes eu sei o que fiz de errado, mais obviamente, agora é fisicamente impossível fazer de novo. Então agora eu estou tentando muito duro seguir com a minha vida como se nunca tivesse a intenção se competir em jogos olímpicos, em primeiro lugar, e a última que coisa que preciso é de u homem que toma o tempo que eu poderia dedicar a construir um futuro na nova profissão que escolhi. Minha Irma, Sofia, é a romântica, a mais apaixonada, mesmo que ela tenha apenas vinte e um anos, três anos mais nova que eu, ela é a única que vive pelo mundo, me mandando cartões-postais de diferentes lugares, contando a mamãe e papai e eu de seus “amantes’. Eu? Era a única que passou seus anos de juventude inteira treinando até meu coração sair, meu único sonho era a medalha de ouro. Mais meu corpo desistiu muito antes que a minha alma quisesse e eu nem mesmo participei de uma competição mundial. Quando você precisa aceitar o fato ,de que seu corpo às vezes não pode fazer o que você quer , dói quase pior que uma dor física. E é por isso que eu amo a reabilitação esportiva. Eu ainda poderia estar deprimida e com raiva se não tivesse recebido a ajuda que precisava. E é por isso que eu tento ajudar alguns jovens atletas a se recuperarem, mesmo que eu não tenha me recuperado. E é pó isso que eu quero conseguir um emprego, para que eu possa, talvez, me sentir sucedida em algo. Mas, estranhamente, quando fico acordada a noite , não é na minha Irma que eu penso ou na minha nova carreira, ou ate mesmo no dia temível das olimpíadas que se tornou inacessível pra mim. A única coisa na minha mente esta noite é o demônio de olhos chocolate que colocou seus lábios no meu.

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