Capítulo 21

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Camila

O Underground ferve com energia nesta noite, e na última hora desisti de procurar pela Nina na multidão, temendo que depois de ter me visto ela tenha se escondido. Estou determinada a fazê-la aparecer, só não sei ainda como vou fazer isso. Mas, em definitivo, vou planejar alguma coisa. Por enquanto, me deixei ser arrastada pela magia das lutas, e estou assistindo mais avidamente do que nunca a todos os rivais, ao menos para tentar ver suas estratégias de combate no caso de seguirem para a final e enfrentarem o Shawn. Alguns lutam muito sujo, e percebo que não há ninguém que luta como ele. Shawn luta como se amasse isso. Ele tem uma explosão em cima do ringue, e faz parecer como se fosse um leão, e seu oponente um ratinho, como se o leão estivesse apenas brincando com o rato. Ele salta para cima e para baixo, às vezes, e faz o público participar quando entra em clinch e depois se afasta e aponta para o adversário como se perguntasse: “Vocês querem que eu esmurre esse idiota?”. É claro que a multidão urra, e fico toda excitada e animada apenas de olhar para ele. Quando Shawn foi anunciado hoje à noite, a multidão foi à loucura, praticamente todos os presentes de pé, gritando, e assisti com meu estômago agitado ao momento em que ele veio do vestiário e subiu ao ringue, e de repente o salão ganhou vida com ele. Agora os cartazes se agitam do outro lado enquanto ele bate no outro homem, seu terceiro adversário da noite, que está sendo tão esmurrado que provavelmente a luta vai acabar em mais alguns minutos. Ele está com sorte hoje. Detonou tudo e todos que trouxeram. Realmente não vi até agora nenhum de seus adversários ser capaz de soltar um bom golpe nele, seu rosto está intacto e sua guarda também. De alguma forma sinto que ele está provando algo a esta cidade onde nasceu. Sinto que a cada soco ele está dizendo a seus pais que eles estavam errados. E isso me faz torcer ainda mais por ele. Estou muito chocada com o que soube, e simplesmente não consigo imaginar o Shawn preso em qualquer lugar, impotente e com raiva. Ele é um homem forte e primitivo, que sabe exatamente o que quer, e me irrita pensar que alguém pôde machucá-lo quando ele era mais jovem e mais vulnerável. Faz-me sentir protetora de um jeito feroz, desejando tê-lo conhecido antes, como se eu pudesse mesmo ter feito algo para impedir aquilo... Ouço o som do nocaute e os gritos que se seguem, e meu coração já está pulando no peito quando o mestre de cerimônias agarra o braço do Shawn e o levanta:
— Nosso vencedor da noite, Shawn Vittiiiiii, o matadorrrrrr!
O braço levantado pela vitória, e minha respiração se mantém em expectativa, esperando o que vem a seguir. O que ele sempre faz em seguida. Ele me procura com aqueles olhos chocolate. Meu corpo agarra o instante em que ele traz seu olhar para o meu. Seu sorriso brilha, mas tem algo a mais hoje. Ele está lutando com intensidade selvagem, e seu sorriso é igualmente intenso, uma explosão de sexo, e de repente não há nada de inocente ou divertido nisso. Ele mantém seu olhar de forma possessiva em mim enquanto sua respiração continua empurrando seu poderoso peito para fora e o suor desliza pelo corpo, e ele parece tão perfeito como no primeiro momento em que pus os olhos em cima dele no Rio de Janeiro. Eu o quero mais do que nunca. Estou tão molhada, e tão desesperada pelo que ele me faz sentir, só olho para ele, não retornando seu sorriso, meus olhos implorando para ele terminar o que está acontecendo entre nós, uma coisa que salta como corrente de eletricidade entre nós cada vez que ficamos perto um do outro. Eu coloquei tudo isso para fora, dizendo-lhe o que desejo, e ele continua a ser tão inatingível para mim como um cometa. Com os olhos marrons brilhando, ele aponta para mim agora, então para si mesmo e, em seguida, para alguém se aproximando de mim, na passagem atrás de meu assento. Alguém que está segurando uma rosa vermelha brilhante. Ela coloca a rosa na minha linha de visão.
— Do Shawn. – sussurra a garota sorridente.
Outra rosa se segue, e uma voz diferente orgulhosamente afirma:
— Do Shawn.
A terceira cai na minha mão.
— Do Shawn.
Uma quarta.
— Do matador pra você.
— De SM. Desculpe por aqueles idiotas terem jogado ovos...
— Do Shawn.
Meu pulso está em algum lugar perto da lua e, ao mesmo tempo, meu chão se se abre abaixo de mim. Olho em descrença absoluta a linha de pessoas que se forma diante de mim, facilmente várias dezenas, todas elas me entregando rosas vermelhas em nome dele. Ele observa, com aquele sorriso de covinhas que me diz que pertenço a ele, e meu coração dói tanto que quero rasgá-lo do peito e jogá-lo em algum lugar. Aquilo que ele
fez em Chicago deve ter saído no Twitter ou sei lá onde, tudo o que sei é que os meus braços estão cheios de rosas, e são todas dele. De um homem que luta como um louco, me excita como nenhum outro, é a coisa mais sexy que eu já vi. Do homem que me toca músicas sensuais, me dá a sua camiseta para dormir, me protege tão impetuosamente como um leão, e ainda assim não me come quando estou nua e tremendo em seus braços. E de uma hora para outra, não aguento mais.
***********
Nem sequer olho para ele quando estamos de volta para casa. Seu olhar está colado ao meu perfil, cada célula do meu corpo ciente disso. Sei que ele quer saber se gostei das rosas, mas minhas entranhas estão tensas, estou fervendo. Todo o meu desejo por ele não foi apagado, e se transformou em um tipo de raiva que provavelmente vai me dar uma doença e me matar. Tremo por causa disso. Com a necessidade. Com dor. Com fúria. Como ele se atreve. Fazer com que o deseje tanto assim. Oferecer o trabalho dos meus sonhos, e então se tornar o centro da minha própria existência, até que fique pronta a arriscar tudo por ele. Meu trabalho. Minha família. Meus amigos. A cidade onde eu cresci. Como ele se atreve a me tocar no chuveiro, e me beijar como se quisesse me comer em cada refeição até morrer! Como ele ousa ser minha fantasia, ganhar vida, e só brincar e me torturar até que eu não suporte mais. Eu costumava me sentir tão livre e feliz por não ter esses dramas românticos. Costumava ouvir a Taylor reclamar e xingar, e então dizia a ela: “Tay, ele é só um cara. Levante a cabeça e vá para o próximo”. E agora estou virada por causa de um homem, e meu próprio conselho não vale nada, porque não há outro homem como esse para mim. Já nem sequer me sinto livre. Fui conquistada e, no entanto, o homem que me tomou emocionalmente não vai me possuir. Se não estivesse tão zangada e frustrada, eu jogaria a maior partida dessa merda de autopiedade de toda a minha vida desde meu fracasso nas eliminatórias olímpicas.
— Você foi incrível, Shawb! – diz Gui no carro, suspirando de puro deleite. – Cara, que grande noite.
— Grande luta, filho – diz o treinador, parecendo feliz de um jeito que eu não tinha visto ainda nesse homem sombrio. — Nunca saiu da posição, não baixou a guarda. Até Camila sentiu o amor nesta noite, hein, Camila?
O silêncio se segue, e fico quieta no meu lugar e mantenho o meu olhar nas luzes piscando pela janela como se nem ouvisse a conversa. Me recuso a festejar as minhas rosas ou agradecê-lo. Sim, os fãs me banharam com rosas e ele lutou como um verdadeiro campeão maravilhoso... Minha vagina se aperta quando me lembro dos socos poderosos, e agora me recuso a pensar mais sobre isso também.
— Você foi matador. — diz Wallace.
Percebo que Shawn não responde aos elogios. Seu olhar agora se mostra como uma marca escaldante no meu perfil e sua energia está se tornando tão tumultuada quanto a minha. Ele deve ter querido uma reação diferente ao seu gesto. Ele queria que eu ficasse toda sentimental e dissesse: “Oh, céus, você é tão incrível!”. Mas não vou fazer isso. Porque me dá ódio o que ele faz comigo. Odeio desejar esse cara tanto assim. Odeio me sentir tão volátil, quero arrancar os olhos dele e depois chorar. Minha vontade é jogar todas estas rosas em seu colo e dizer-lhe para foder com elas agora, porque eu não quero mais que ele me coma! Então, quando as rosas já estão com água em um dos baldes de gelo no meu quarto e minha ira se inflamou em proporções gigantescas, me lanço no corredor e encontro Gui na sala de estar do lado de fora do quarto principal.
— O Shawn?
— Tomando banho. – Ele aponta para a porta, e eu sigo em frente, tranco a porta, e o avisto do outro lado do quarto, na porta do banheiro. Ele está totalmente nu, molhado, recém-saído do banho com uma toalha na mão, e imediatamente me vê. Seu olhar atordoado se fixa em mim, e a toalha cai aos seus pés. Nunca tive essa visão dele nu, e perceber a sua perfeição física e o mais belo pau que eu já vi funcionando perfeitamente só me enfurece ainda mais. O sangue corre como lava ardente em minhas veias quando pulo para frente e bato com os punhos várias vezes em seu peito, tão forte quanto posso, mas sem quebrar meus próprios ossos.
— Por que você não me tocou? Por que diabos você não me toma por dentro? Estou muito gorda? Muito magra? Você adora me torturar até que eu fique sem sentidos, ou você é apenas um cara cruel? Para sua informação, eu queria transar com você desde o dia em que entrei em seu quarto estúpido de hotel e, em vez disso, fui contratada!
Ele agarra meus pulsos e com raiva me puxa para frente, prendendo meus braços para baixo.
— Por que você quer fazer amor comigo? Para ter uma merda de uma aventura? O que eu deveria ser? Sua transa de uma noite? Eu sou a aventura da mulherada, cacete, e não quero ser a sua aventura! Eu quero ser real pra você. Entendeu? Se eu comer você, quero que seja minha. Me pertencer. Quero que você se entregue a mim, e não ao Matador!
— Eu nunca vou ser sua se você não me possuir. Me pega! Seu filho da mãe, você não enxerga o quanto eu te quero?
— Você não me conhece – ele rosna com os dentes cerrados, o rosto ansioso enquanto aperta meus pulsos ao lado do meu corpo. — Você não sabe nada sobre mim.
— Então me conte! Você acha que vou deixar você se me contar isso que não quer que eu saiba?
— Eu não acho, eu sei. – Ele pega meu rosto em uma de suas mãos e o aperta tanto, seus olhos violentamente caramelos e quase frenéticos. — Você vai me deixar no segundo em que a coisa ficar complicada, e vai me deixar sem nada, quando quero você como nunca quis nada na minha vida. Você é tudo em que penso, tudo com que eu sonho. Fico descontrolado e isso é por sua causa, não se trata mais de mim. Não consigo dormir, não consigo pensar, não consigo me concentrar em mais nada e tudo porque eu quero ser a porra do “único” pra você, e assim que você perceber o que sou, tudo o que eu vou ser será uma porra de um engano!
— Como você pode ser um engano? Você já se viu? Você viu o que fez comigo? Você me tinha em espera, seu maldito idiota! Você me fez desejá-lo até doer e daí não faz porra nenhuma?
— Porque eu sou um merda de um bipolar! Um maníaco de merda! Violento. Depressivo. Eu sou uma bomba-relógio de merda, e se um dos caras da minha equipe fizer cagada quando eu estiver num dos episódios, a próxima pessoa que posso machucar pode ser você! Eu estava tentando contar isso o mais lentamente possível para que eu pudesse pelo menos ter uma chance com você. Esta merda tomou tudo de mim. Tudo. Minha carreira. Minha família. A porra dos meus amigos. Se isso atingir você, eu nem sei que porra eu vou fazer, mas a depressão vai me bater tão fundo que provavelmente vou acabar me matando!
Meus olhos ardem quando as palavras flutuam como chicotadas horríveis na minha cabeça. Cada palavra chocante me atordoa até meus ossos. Ele xinga e me solta, e dou um passo atrás e vejo quando veste suas calças com raiva. Impotente, eu o vejo pegar uma camiseta do armário, e meu coração para completamente de bater no meu peito. “Bipolar” não é realmente uma palavra com que eu esteja familiarizada, exceto por ouvi-la de longe. Nunca conheci ninguém que tivesse isso, mas, de repente, se volto nessas semanas que vivi, tenho uma pequena dica do que é. Eu entendo. Shawn tanto se ama quanto se odeia. Ele ama e odeia a sua vida. Num segundo é tudo de bom, no próximo é tudo de ruim. Ele é quente e é frio. Talvez ele nunca tenha sido aceito, nem por si mesmo, e talvez todo mundo se afaste quando as coisas fiquem... excessivas. Mil emoções se agitam em meu peito, e mal posso contê-las em meu corpo. Seu peito arfa quando ele me olha do outro lado do quarto, os olhos marrons brilhantes enquanto ele aperta as mãos a seu lado e me aguarda falar, a camiseta ainda em sua mão, balançando ao lado. De repente, tudo o que sei é que este homem tem proporções divinas em minha mente, mas agora percebo que ele também é humano e imperfeito e, com todos os centímetros doloridos de meu corpo, eu o quero ainda mais. Tanto que vou me afogar agora se ele me recusar nesta noite. Inspirando profundamente, minhas mãos tremem enquanto de forma bem lenta abro os botões da minha blusa, peneirando-os um por um em meus dedos. O ruído faz com que seus olhos caiam no meu peito e seus olhos brilham de dor. Seu olhar me devora tão violentamente que sinto a mordida de seus olhos em meu coração.
— Vai ser como está. Não estou tomando as medicações. Elas me deixam morto, e eu pretendo viver minha vida vivo – adverte ele em um áspero sussurro furioso. Concordo com a cabeça em compreensão. Eu me recusei a tomar antidepressivos quando supostamente, quando o medico disse que eu precisava deles, depois de meu fracasso. Acredito que seja sua escolha a maneira como você vive com a sua doença, e às vezes o remédio é pior que a doença. Ele é um homem que come tão bem, e qualquer química pode desequilibrá-lo. Eu vejo isso. Não sou ninguém para lhe dizer o que fazer. Mas ele nem mesmo percebe o quão importante ele é? Aonde ele chegou e tudo que conseguiu sozinho? Será que reconhece a grande equipe que montou? Posso ver como o treinador, Diane, Gui e o Wallace o amam, mesmo quando brigam com ele. Eu queria pertencer a esta equipe, mas agora só quero pertencer a este homem. E quero que ele me pertença.
— Tire a roupa, Shawn.
Abrindo o meu último botão, abro minha camisa ao meio, e a camiseta que ele ainda está segurando cai ao chão enquanto seus dedos se abrem espasmodicamente. Seus olhos me avaliam, sua voz de uma aspereza triste.
— Você não tem ideia do que está pedindo.
— Eu estou pedindo você.
— Eu não vou deixar você me abandonar.
Minha garganta fecha-se com a emoção, tornando as palavras difíceis de pronunciar.
— Talvez eu não queira ir embora.
Uma dor desesperada brilha em seus olhos.
— Me dê uma porra de uma garantia. Eu não vou deixar você ir embora, e você vai querer tentar. Vou ser difícil de suportar e vou ser um idiota, e mais cedo ou mais tarde, você vai se encher de mim.
Balançando a cabeça, lanço a minha blusa no chão e em seguida empurro a saia para baixo de meus quadris, até sair dela. Tremendo até a minha alma, estou apenas em meu sutiã e minha calcinha de algodão, meus seios subindo e descendo.
— Nunca vou ter o suficiente de você, nunca.
De início, as minhas palavras parecem não ter nenhum efeito sobre ele. E acho que estou morrendo lentamente. Em seguida, um som baixo e faminto sobe pela garganta dele. Minha respiração para. Ele fica me olhando, imóvel naquelas calças, com as pernas apoiadas em uma posição de combate, com os olhos cheios de necessidade. Seus ombros largos balançam com sua respiração, e ele enrola os dedos em punho ao lado do corpo. A profunda aspereza de sua voz raspa minha carne.
— Vem aqui, então.
O comando vem de forma tão inesperada que minhas pernas começam a balançar. Todos os meus sistemas se apressam a trabalhar juntos, mas ao mesmo tempo, não posso me mover. Eu me sinto como um monte de órgãos que lutam para virar um só. Coração acelerado. Pele suando. Tremores nas minhas terminações nervosas. Completa inutilidade dos meus pulmões. Todo o meu corpo quer a mesma coisa, mas parece desgastado demais para se juntar num só. Quando finalmente me recomponho com uma respiração irregular, sinto-me tão viva e tão desenredada, que até meus dedos formigam quando nós – eu e o meu coração e os meus ossos e a minha pele – finalmente conseguimos dar o primeiro passo. Um nervosismo terrível me devora enquanto caminho até meu destino. A respiração do Shawn aumenta de ritmo. Seu poderoso peito sobe ainda mais rápido quando me aproximo. Num passo a passo estressante, minha pulsação soa em minhas têmporas quando o calor de seu olhar se arrasta dentro de mim. Entre as pernas, eu queimo por ele. Meus mamilos latejam. As pontas duras empurram dolorosamente o algodão do sutiã. Todos os poros do meu corpo querem implorar pra ele sugá-los. Para me tocar. Para me amar. Parando perto dele, mal posso respirar quando o cheiro do seu sabonete envolve meus pulmões, drogando todos os meus sentidos. Os braços dele se levantam, e ele enfia dez dedos irritados no meu cabelo e puxa minha cabeça para trás com seus punhos e enterra seu nariz no meu pescoço, resmungando baixinho. Sua profunda inspiração me atinge, e um arrepio percorre meu corpo quando faço o mesmo, absorvendo em meu corpo todas as cores e sabores de seu forte cheiro masculino. Sua língua sai para lamber um caminho molhado até o meu pescoço enquanto um braço envolve minha cintura, e ele me esmaga com seu corpo, Sussurrando: “Minha”. Desejo e amor explodem em mim.
— Sim, sim, sim, Shawn, sim. Enredando os dedos em seu cabelo, com ansiedade empurro meus seios em seu peito e esfrego meus mamilos doloridos contra seu diafragma, meus braços violentamente prendendo sua cabeça para mim enquanto ele continua a me perfumar com sua profunda respiração. Meu corpo sacode com prazer. Ele pega meu rosto dentro de suas mãos calejadas e arrasta a sua língua do meu pescoço ao meu queixo, respirando asperamente enquanto se dirige para a minha boca. Ele lambe a costura dos meus lábios. Amortecendo-me. Me estimulando. Sua língua investiga minha boca, então ele acrescenta os lábios e os usa para me abrir. Ele mordisca meu lábio inferior para provocá-lo. Um gemido suave sai de mim e ele abafa o som quando mergulha, molhado e quente e com fome. Minha resposta é rápida e selvagem, e nossas línguas colidem em um frenesi, aquecidas de umidade e gemidos. Meu corpo se funde no corpo forte até que seu braço, enrolado em volta da minha cintura, é tudo o que me mantém de pé. Eu não sei se sou ruim para ele ou ele para mim. Tudo o que sei é que isso é tão inevitável quanto um tsunami, e só estou me preparando para o mergulho da minha vida. Provamos e sugamos um ao outro, e estou tão sedenta que mesmo que ele me alimente com seu beijo a noite toda, eu ainda estarei morrendo no deserto. Ele agarra meu cabelo mais apertado e me mantém no lugar, como se tivesse medo de que eu possa querer me afastar de sua boca deliciosa, e tenho tanto medo de que seja um sonho que meus dedos
apertam seu cabelo molhado, porque se houver um incêndio neste hotel, se um exército de fãs loucos vier atacar, ou se o próprio Lobão entrar neste quarto, eu ainda não vou deixar Shawn Mendes tirar a boca de cima de mim. O calor úmido de sua boca me invade, me deixa excitada, eu gemo e chupo levemente sua língua, amando como ele geme comigo e empurra mais fundo, me dando mais. Ele fica inquieto. Entre os sons de beijos ecoando no quarto, ouço o som das calças de algodão descendo por suas pernas, os músculos dos braços se curvando quando eles me apertam. As calças se amontoam a nossos pés e ele coloca os polegares na abertura frontal do meu sutiã e puxa em lados opostos até soltá-lo. Meus seios saltam livres e meu sutiã bate no chão. Nunca me senti tão completa até ele fechar as mãos sobre eles e os erguer um pouco para chupá-los. Ele lambe meus mamilos, primeiro um, depois o outro, e engole as duas curvas suaves com as mãos e esfrega os bicos dos seios tensos. Gemo de gratidão quando ele enfia a língua na minha boca, porque estou tão faminta que não consigo parar de estremecer. Os sons de beijos ecoam em torno de nós, mais uma vez. Ele aperta um seio e enfia a mão entre minhas pernas, por cima de minha calcinha. Ele me esfrega com a palma da mão, e depois esfrega o dedo mais longo pelas dobras úmidas da minha entrada. Tremores de antecipação ondulam em meu ventre. Shawn afasta a boca, apoia a testa na minha e observa enquanto sua mão se move sinuosamente sob minha calcinha branca de algodão. Estamos tão sem fôlego que não espero sua voz gutural e áspera explodir no meu rosto, a testa ainda descansando na minha enquanto vê a sua mão acariciar minha umidade.
— Me diga que isso é pra mim.
Meus braços apertam ao redor de seu pescoço quando ele brinca com a ponta do seu dedo lá dentro, e um alucinante prazer explode em mim, da cabeça aos pés.
— É pra você.
Ofegante, beijo sua testa, seu queixo. Um som de protesto me escapa quando ele retira sua mão, então ele pega as bordas da minha calcinha e a arranca em um único movimento. O tesão corre por mim. Ele me agarra pela cintura e me vira, me batendo contra a parede. Minhas pernas voam em torno dele quando ele põe as mãos em concha na minha bunda, e no segundo seguinte eu o sinto – lá, na minha entrada. Sua dureza encontra toda a parte exterior da minha umidade escorregadia, e ele agarra meus pulsos e prende meus braços acima da minha cabeça, trancando-os em uma das mãos.
— Você é minha? – pergunta ele asperamente, enquanto sua mão retorna entre as minhas coxas e rapidamente me penetra.
Eu suspiro. Desfeita. Delirante.
— Sou sua.
Sua expressão é tensa, voraz, tão quente enquanto raspa o dedo profundamente na minha vagina.
– Você me quer dentro?
Meu desejo entope minha garganta quando o prazer sobe em minhas pernas.
— Eu quero você em todos os lugares. Sobre mim. Dentro de mim.
Sua mão treme quando ele a retira e, mais uma vez, instala sua ereção entre minhas pernas. Ele não entra, mas me permite sentir o que vai me dar. Nossos olhares se agarram desesperadamente enquanto nos esfregamos. Nós balançamos os quadris juntos. Ofegamos. Queremos. E não consigo tirar os olhos de cima dele. Ele é ainda mais bonito do que quando luta e é arrogante e raivoso. Mais bonito do que quando treina e fica suado e cansado. Mais do que quando está sorridente e brincalhão. Ainda mais do que quando está pensativo e relaxado sendo esfregado com óleo. Ele é mais bonito do que qualquer coisa que eu já vi, seu rosto tenso e cru com a necessidade, seus olhos escuros e semiabertos, as narinas dilatadas, a boca separada para respirar, seu pescoço inflado com as veias, seu bronzeado mais profundo e mais escuro quando a avassaladora excitação enche de cor a sua pele. Ele mantém meus braços presos enquanto me acaricia com sua dureza. Tentando-me. Prometendo-me. Tudo que posso fazer é choramingar em um apelo silencioso para ele me possuir. Meu sexo arde. O sangue corre por meu corpo. Estou sendo reivindicada pelo homem que amo, e estou pronta.
Eu.
Estou.
Pronta.
Olhos marrons escuros me observam por um momento de parar o coração. Num segundo estou vazia, no outro ele já entrou em mim. Ele me preenche lentamente e com cuidado, como se eu fosse o seu tesouro precioso e não quisesse me quebrar, como se achasse que ninguém mais vai recebê-lo tão perfeitamente, e de bom grado, e com tanto amor como eu. Ele é grande e duro, entrando firmemente. Ele geme e treme quando os músculos de meu sexo pegam seu membro pulsante, e ele é tão grande. Um novo gemido surge, quase doloroso, quando me contorço, desejando mais, desejando menos. Decidindo que minha vontade por mais está além de qualquer coisa, desço ainda mais e jogo a cabeça para trás, um som fraco me escapando quando meu corpo se ajusta. Com delicadeza, ele pega os meus seios em suas mãos calejadas e empurra sua língua em mim até que eu possa engolir o meu próprio grito e beber tudo o que sua língua me alimenta. Ele está pulsando ferozmente na minha vagina, mantendo-se encaixado dentro de um modo total. Meu corpo chacoalha em delírio quando ele abaixa a cabeça e corre a língua sobre meu queixo, ao longo do meu queixo, do meu pescoço. Quando chupa um mamilo em sua boca quente, minhas entranhas se agitam quando meu orgasmo começa a se construir, e eu estremeço no calor febril e empurro meu quadril desenfreadamente contra o dele.
— Shawn... – deixo escapar um gemido, enquanto fecho meus braços em torno do pescoço dele. Aperto minhas coxas ao redor do seu corpo, inclinando minha pélvis.
O movimento dispara ondas de insuportável prazer através de meu corpo enquanto aquele membro firme se arrasta dentro de mim. Meus olhos reviram de prazer. Não vou aguentar mais. Ele é muito grande, muito gostoso, e eu preciso muito dele.
— Shawn... – imploro, descontrolada, balançando os quadris. – Por favor, por favor... Mexe dentro de mim...
Ele geme, como se também estivesse com medo de não se segurar mais. Mas ele tenta me agradar, e puxa para fora, e em seguida empurra para dentro de novo. Nós dois estamos nos desmanchando de tesão, e um som semelhante de desespero rasga as nossas gargantas. Ele repete o movimento de seus quadris e deixa cair sua testa até que a encosta na minha, com um grunhido ao frear seu avanço, para então começar a me beijar como se sua vida dependesse disso.
— Camila – diz ele dentro de minha boca, com voz estridente. Suas mãos apertam os meus quadris enquanto ele puxa para fora e mergulha de novo, numa profundidade suficiente a ponto de enterrar cada centímetro em mim. E na sequência imediata se libera. O calor de suas convulsões incrivelmente violentas e as estocadas poderosas de seu pau estremecendo aqui dentro se apossam de mim. Os tremores penetram todo o meu corpo. Meu sistema nervoso se apaga por alguns
instantes e reinicia logo a seguir enquanto um punhado de estrelas despenca através da parte de trás de minhas pálpebras. Agarro seu corpo musculoso enquanto ele se aperta e se torce contra o meu, e lambo seu pescoço enquanto seus músculos ficam mais tensos e finalmente relaxam. Ele rosna em calma satisfação de encontro à minha testa. Continuamos a ofegar e a balançar suavemente nossos quadris mesmo depois dos orgasmos cessarem, e Shawn vibra contra mim com tanta necessidade que nem sequer me permite recuperar o fôlego. Ele me pega pela bunda, minhas pernas ainda travadas em torno de seus quadris estreitos, e me carrega para a cama. Ele ainda está dentro de mim, ainda muito duro. Me coloca para baixo e ajeita um travesseiro debaixo da minha cabeça, e então começa a se mover dentro de mim, tão lentamente que eu solto um miado e arrasto minhas unhas, descendo-as por suas costas, observando-o enquanto ele se firma em seus ombros, amando seus braços perfeitos, o pescoço grosso e perfeito, seu rosto desfeito pelo prazer enquanto começa a me comer rápido e com força, como um animal. Meus mamilos começam a ficar duros apenas de olhar seus olhos escurecidos pela luxúria. Ele traz a cabeça até perto da minha e empurra sua língua até que eu engula meus próprios arquejos.
— Você me queria. – A respiração dele vinha rápida, os olhos com um brilho selvagem. – Aqui estou eu.
Ele mete seu pau dentro de mim dez vezes, rápido e duro, fazendo-me gritar de alegria com sua penetração, e quando meus músculos preparavam meu corpo para outro orgasmo de fazer a terra tremer, ele me deixa gozar, mantendo o ritmo frenético, e então rosna e prolonga o seu próprio orgasmo, retirando-se para se esfregar sobre a minha pele. Ondulando toda, minha garganta solta um gemido surdo quando ele arrasta a cabeça escorregadia de seu pau ao longo de minha coxa, enquanto uma das mãos acaricia o bico latejante de um seio. Sempre gostei do tamanho de meus peitos, mas eles parecem pequenos e frágeis dentro de suas mãos enormes e calejadas. Ele geme, porém, como se realmente gostasse de espremer meus mamilos, e gira sua língua, subindo por meu pescoço.
— Faz muito tempo que eu queria te tocar, diabinha.
O prazer dispara por todas as minhas terminações nervosas enquanto ele aperta e torce meu mamilo. Seus dentes raspam a pele debaixo de meu queixo, que ficou exposta quando me arqueei contra o corpo dele. Seus músculos me rodeiam, duros e fortes, apertando e flexionando, seu pau esticado, duro e sexy, esfregando por todo o meu corpo e espalhando seu sêmen em mim. Estou tão delirante, eu quero ter esse homem dentro do meu sexo, dentro da minha boca, e em minhas mãos, tudo de uma vez só. De repente, ele mergulha de novo dentro de mim, mais forte e mais profundamente, os dedos cavando em meus quadris, e eu ainda estou tão molhada e inchada, e respondo a cada um de seus impulsos gemendo desesperadamente seu nome, Shawn. Não se trata de preliminares. Trata-se de reivindicar e receber, de aliviar essa dor física tão dolorosa e latejante, tão poderosa que faz até a minha alma doer. Mas estou cantando por dentro agora. Não consigo acreditar na maneira como ele cheira, na maneira como eu o sinto. É mais do que todas as minhas fantasias. E eu percebo quando estou ofegante, dizendo, por favor, oh Deus, você é tão duro, você é tão gostoso, que ele tem seu próprio cântico, dizendo para mim tão deliciosa e molhadinha, ao lamber todos os pedaços meus que consegue. Amo ele ter esfregado seu perfume em mim, amo que ele me lamba por toda parte, que eu possa sentir seus dentes, suas mãos calosas, sua pele, a mordida de seus dedos rombudos sobre a minha carne. Sons selvagens são arrancados de mim, irregulares como a minha respiração. Não há nenhuma maneira pela qual eu possa prender esses ruídos brutais e lascivos. E os ruídos profundos que Shawn faz me deixam louca. Ele se volta para ver os meus seios saltando, enquanto me fode de maneira selvagem, e seus olhos brilham como os de um predador quando seus quadris colidem contra os meus. Ele é primitivo e animal me comendo, e ele é meu. Meus dentes batem enquanto meu corpo aperta cada centímetro do pau empurrando dentro de mim. Meus dedos cavam suas nádegas lindas enquanto o atraio para mais perto e mais fundo, girando debaixo de seu peso até que eu desmonto. Libero um grito quando seu calor se derrama dentro de mim, e ele acompanha com um gemido baixo, apertando meus quadris ao mesmo passo que retarda o ritmo até que somos uma massa de músculos e ossos cansados, cobertos de suor e entrelaçados sobre a cama.

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