Capítulo 8

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Camila



— Senhorita Cabello. – diz a voz e eu viro minha cabeça até os dois homens em pé de preto entre mim e o ringe. Ambos são altos, um é negro e musculoso.
— Eu sou Wallace, assistente pessoal do senhor Mendes – diz ele, e esse é o Guilherme, ele é o segundo treinador. Você pode nos acompanhar, por favor, o senhor Mendes quer falar com você no seu quarto de hotel.
No inicio eu não pude nem registra quem o senhor Mendes é. De repente minha mente volta a funcionar e me dou conta do que ele falou” ele que você, no seu quarto de hotel”. Penso ...você o quer? Você quer fazer isso? Uma parte de mim já esta fazendo de dez maneiras diferentes até domingo na minha mente, e a outra parte de mim, não quer mover nenhuma parte do corpo dessa cadeira estúpida.
— Seus amigos podem vir com a gente. – acrescenta o tal Guilherme, com uma voz calma e ele sinaliza para o trio atordoado. Estou aliviada, nossa... Eu nem sei o que eu sinto.
— Camila, vamo lá, é o Shawn Mendes! – Taylor me puxa com força e me impulsiona a seguir com os homens, e minha mente começa a estralar, não sei o que eu vou fazer quando o ver. Meu coração esta bombeando adrenalina como um louco quando somos levados pra fora do underground, para o hotel do outro lado da rua e em seguida até o elevador. Um aumento do nervosismo ondula através de mim, como os sons do elevador no andar de cima e eu me sinto exatamente quando costumava competir. Tem sido uma montanha russa, só de imaginar o corpo desse homem no interior do meu, e eu estou de repente perto do pico. Meu estomago aperta... Aventura de uma noite aqui vou eu.
— Por favor, não me diga que você vai fazer com esse cara. - Duca diz com o rosto amassado de preocupação quando as portas se abrem:— Essa não é você Camila, você é muito mais responsável que isso.
Eu sou? Eu sou realmente? Por que hoje me sinto louca. Louca de tesão e adrenalina por aquelas mandíbulas sensacionais.
— Eu só vou falar com ele – digo ao meu amigo, mais ainda não tenho certeza do que estou fazendo. Nós seguimos os dois homens para a primeira parte enorme da suíte.
— Seus amigos podem esperar aqui – diz Guilherme apontando para o balcão de granito preto gigantesco. — Por favor, podem se servir.
Quando meus amigos passam pelas garrafas brilhantes de bebidas, um grito inconfundível escapa da Taylor e Wallace me manda segui-lo. Atravessamos a suíte e vamos para o quarto principal, e eu vejo sentado no banco ao pé da cama. Seu cabelo está molhado, e ele tem um pacote de gel em sua mandíbula. O visual de um homem primitivo cuidando de uma ferida depois que ele quebrou varias vezes, homem após homem com os punhos, é algo incrivelmente sexy pra mim. Duas mulheres asiáticas se ajoelham na cama atrás dele, cada uma delas esfregando um ombro dele. Uma toalha branca está em torno dos seus quadris e riachos de água ainda se apegam a sua pele. Três garrafas vazias de Gatorade foram atiradas no chão e ele tem outra na sua mão. Ele bate o pacote de gel sobre a mesa e esvazia o último Gatorade. O liquido escoa num gole e ele joga no chão ao lado. Estou hipnotizada enquanto seus músculos rasgados apertam e relaxam sob os dedos das mulheres. Eu sei que massagem é normal após o exercício intenso, mais o que não sei, e não consigo entender é a maneira de vê-lo tendo alguém me afetar. Eu conheço a forma humana. Eu o reverencio. Foi na minha igreja, há seis anos,quando decidi ter uma nova carreira para mim, quando percebi que não voltaria a correr. E agora os meus dedos coçam com vontade de sondar aquele corpo, pressionar e soltar profundamente todos os músculos.
— Será que você aproveitou a luta?- ele me olha com um sorriso arrogante, com os olhos brilhando, como se soubesse que eu adorei. É uma coisa de amor e ódio pra mim vê-lo no ringue, mais eu simplesmente não posso elogiá-lo depois de ouvir quinhentas pessoas gritar o quão bom ele é, então apenas encolho os ombros e digo.
— Você a tornou interessante.
— Isso é tudo?
— Sim.
Ele parece irritado, quando abruptamente empurra seus ombros para deter as massagistas. Ele se levanta e rola seus ombros largos, então quebra o pescoço para um lado e para o outro.
— Deixe-me. - ele diz. As duas mulheres me oferecem um sorriso e saem, e no instante em que estou sozinha com ele, minha respiração para. De repente estou ansiosa, suas mãos enormes descansam ao seu lado e uma onda corre sob minha pele imaginando elas correndo sob minha pele. Meu corpo pulsa, e com esforço atiro meus olhos para o seu rosto e percebo que ele está olhando pra mim e silencio. Ele estala os dedos com uma mão sobre eles, depois faz o mesmo com a outra mão. Ele parece agitado, como se não tivesse gasto energia suficiente em meia dúzia de homens.
— O homem que está com você. - diz ele, flexionando os dedos abertos em seus lados, como se fosse para obter algum fluxo de sangue, seus olhos me observando. — É seu namorado?
Honestamente eu não sei o que eu pensava vindo aqui, eu não poderia imaginar nada a não ser, ser levada direto para cama. Estou tão confusa e mais ansiosa ainda. O que ele quer de mim? O que eu quero dele?
— Não, ele é apenas um amigo. – respondo Seus olhos passam para o meu dedo esquerdo e voltam.
— Sem marido?
Uns pequenos zumbidos fluem em minhas veias, direto para a minha cabeça, e acho que estou tonta pelo cheiro do óleo de massagem que esfregaram nele.
— Nenhum marido, nada. – digo. Ele me estuda por um longo momento, mais parece afetado e com desejo assim como eu estou vergonhosamente sentindo. Ele simplesmente me avalia com um meio sorriso no lugar e parece interessado no que eu estou dizendo e fala.
— Você estudou numa escola particular de reabilitação para jovens atletas?
— Você me pesquisou?
— Na verdade, nos fizemos. – duas vozes familiares dos homens que me trouxeram disseram, enquanto eles voltam para o quarto, Wallace carrega uma pasta de documentos e passa para o Guilherme.
— Senhorita Cabello. – mais uma vez, Wallace fala comigo. — Eu sei que deve estar se perguntado por que está aqui, por isso vamos ser breves. Estamos deixando a cidade em dois dias, e estou com medo, não há tempo pra fazer as coisas de um modo diferente. O senhor Mendes quer contratá-la. Eu olho por um momento mais confusa como nunca.
— O que é isso, exatamente, que você acha que devo fazer? – uma carranca se instala no meu rosto. — Eu não sou uma acompanhante!
Tanto Wallace quanto o Guilherme começaram a rir, mais o Shawn está assustadoramente em silencio e lentamente senta de volta no banco.
— Você está certa senhorita Cabello. Sim eu admito, quando estamos viajando, às vezes levamos uma ou várias amigas especiais do senhor Mendes, para digamos, assim, acomodar suas necessidades, antes ou depois de alguma luta. – o Guilherme explica rindo. Minha sobrancelha esquerda dispara pra cima. Realmente, estou perfeitamente ciente de como essas coisas funcionam com os atletas. Eu costumava competir e sei disso. Antes ou depois do esporte o sexo é uma maneira natural e até saudável de aliviar o estresse. Eu perdi minha virgindade nas eliminatórias olímpicas, onde meu joelho foi arrebentado. Mais a forma que eles falaram sobre “as necessidades do senhor Mendes” foi tão pessoal que meu rosto queimava.
— Um homem como o Shawn tem necessidades muito particulares, como você pode imaginar senhorita Cabello. – Guilherme fala.— Mais ele não está interessado nas amigas que temos reservadas para ele durante a viagem. Ele quer se concentrar no que é importante. Ele quer que você trabalhe pra ele.

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