Capítulo 27

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Camila

Ele está definitivamente acelerado.
Super.
Completamente.
Acelerado.
Gui diz que isso em medicina é chamado de estado maníaco. E ele suspeita que esse episódio possa ter sido desencadeado na noite em que saí com a Taylor e o Wallace, pois durante a sua reunião financeira, o Shawn aparentemente fez apenas três perguntas a o Gui, e nenhuma delas tinha nada a ver com as finanças que ele vinha explicando. Em que momento ela disse que estaria de volta? Tem certeza de que o Wallace está com ela? Por que diabos eles estão demorando tanto? Gui diz que fechou o tópico sobre dinheiro e despachou o Shawn para o quarto assim que o Wallace mandou uma mensagem avisando que estávamos voltando, e foi aí que eu o encontrei escutando a música de rock mais alta que já ouvi, com uma expressão sombria e pensativa no rosto. Será que ele pensou que eu nunca mais iria voltar? E é isso que ele faz quando seu interior começa a girar em crise? Ficar ouvindo hard rock? Não sei. Tudo o que sei agora é que o Shawn me fodeu quatro vezes naquela noite, como se precisasse reafirmar sua posse sobre mim, e que ele está totalmente alucinado e parece viver à base de Red Bull todas as horas de todos os dias da semana. Está totalmente carregado. Sua arrogância habitual à décima potência. Ele me atacou na cama como um leão, esta manhã.
— Você está especialmente gostosa, Camila Cabello. Gostosa, quente e molhadinha, e não me importaria de ter você no meu café da manhã – Sua língua gira uma linha molhada entre meus seios, então vai para fora e lambe minha clavícula como meu leão sempre faz. — Está faltando é uma cereja em cima, mas tenho certeza de que temos alguma.
O brilho travesso em seus olhos me derrete quando ele aparece com uma cereja dentro de sua mão, o que me faz perceber que ele provavelmente a pegou na cozinha durante a noite e estava esperando para dar o bote em mim no instante em que eu acordasse. Senhor, ele é um predador de fato. Gemendo grogue, rolo nas minhas costas e olho para seu rosto de fazer parar o coração, o queixo barbado. Os olhos escuros cintilantes. O sorriso com covinhas. Deus, eu estou perdida.
— Quem é o seu homem? – ele pergunta rispidamente, e me beija, esfregando essa cereja contra o meu clitóris. — Quem é o seu homem, baby?
— Você – eu gemo em resposta.
— Quem você ama?
Tremores percorrem meus membros enquanto ele tortura meu clitóris com a cereja e ao mesmo tempo penetra o meu sexo com um dedo comprido, e eu olho atordoada em seus olhos. Posso ver manchas em miniatura de caramelo em suas profundezas misteriosas, e oh, com desespero quero dizer a ele, você, só amei você na minha vida, mas não posso. Não desse jeito, não quando ele não pode sequer se lembrar do que eu disse.
— Você me deixa louca, Shawn. – sussurro, e descaradamente agarro seu pênis e o arrasto ansiosamente para mim, para que ele possa me preencher e se esfregar em meu sexo inchado com seu pau duro e me fazer sentir o cheiro dele de novo. Durante a semana toda ele está em modo de manutenção, e mal posso acompanhá-lo, mas realmente estou amando isso. Estou curtindo isso com ele, seu sorriso brilha. Ele precisa fazer pausas para o sexo nos treinos. Ele não pode me ver sem ter a necessidade de me foder. Quando vou alongá-lo, ele quer me comer assim que o toco. Noto agora que quando ele está em seu lado negro, seus olhos não são propriamente negros, mas de um marrom bem escuro, salpicado de cor caramelo . Mas seu humor é... de alguma forma, negro. Nem sempre, mas às vezes. É extremamente exaltado, ou superirritado. Às vezes, nada o faz feliz. Diane está lhe dando merda para comer. O treinador não o está treinando duro. E eu estou olhando demais para o Gui, pelo amor de Deus. Mas por mais ridículo que pareça, essas coisas parecem ser importantes demais para o Shawn, e agora parece que o meu dia inteiro é absorvido por sua energia e resistência, e estou lutando para acompanhá-lo.
— O que essas pessoas todas estão fazendo aqui? – pergunto, quando pousamos em Nova York e encontramos uma multidão de espectadores que se reuniram no terminal privado onde ele estaciona seu jato, e as pessoas estão retidas por cordas amarelas e pela segurança do aeroporto.
— Vieram me ver, quem mais? – responde o Shawn. Ele soa tão arrogante que mesmo o Gui gargalha e diz:
— Sai dessa, Shawn.
Ele me agarra sedutoramente.
— Vem cá, baby. Eu quero que essas pessoas tão boas saibam que você está comigo. – As grandes mãos pegam minhas nádegas quando os flashes das máquinas se acendem.
— Shawn!
Ele ri e me leva na limusine Hummer antes de todos os outros entrarem, me fixando a seu lado enquanto encaixa sua boca e me beija como se fosse a nossa última noite, sua fome selvagem e liberada.
— Quero levá-la para um lugar hoje à noite – rosna em minha boca. — Vamos para Paris.
— Por que Paris?
— Por que diabos não?
— Porque você tem uma luta em três dias! – Ele me faz rir quando está assim. Eu o agarro e o beijo de volta, profunda e rapidamente, antes que alguém entre no carro, e
sussurro:
— Vamos para qualquer lugar que tenha uma cama.
— Vamos fazer isso em um balanço.
— Shawn!
— Vamos fazer isso em um elevador – ele insiste.
Rindo, sacudo um dedo na cara do meu menino grande e impertinente.
— Jamais, em tempo algum, farei isso em um elevador, então você vai ter que encontrar outra pessoa.
— Eu quero você. Num elevador.
— E eu quero você. Em uma cama. Como pessoas normais.
Seu olhar desce abaixo da minha cintura, e a expressão do rosto muda de um brincalhão e sorridente deus do sexo para um deus do sexo sombrio e faminto.
— Quero você nessa calça que está vestindo.
Sentindo-me desejada, aceno com a cabeça, sorrio e entrelaço meus dedos nos dele, beijando cada um de seus dedos machucados. Sua cabeça pende em curiosidade, e suas covinhas desaparecem lentamente. Parece que ele nunca foi dado a esse tipo de atenção até eu chegar. De repente, ele me faz querer dar mais. Então, faço isso. Deslizando para perto dele, fecho as mãos em concha em seu rosto e passo meus dedos por seu cabelo, observando o olhar pesado, de desejo e de outra coisa mais. Algo que faz com que seus olhos pareçam misteriosamente escuros e líquidos. As portas do carro se abrem. O treinador segue no assento dianteiro, então o Gui, o Wallace e Diana se acomodam no banco em frente a nós. Shawn aperta meus dedos enquanto eu tento me afastar – a ação me dizendo que não –, e então ele desliza para a borda do seu assento e deixa cair seus grandes ombros, como se estivesse tentando se tornar menos volumoso. Quando isso se revela impossível, devido ao seu tamanho e músculos, ele me puxa para mais perto e afunda a cabeça na parte macia do meu peito, gemendo baixinho e, em seguida, suspirando. Estou tão surpresa que não me mexo. Gui levanta uma sobrancelha quando vê o Shawn envolver seus braços ainda mais apertados em torno de meus quadris e me puxar até que o lado de sua cabeça esteja perfeitamente amortecido no meu peito. Ele grunhe e suspira mais uma vez. Wallace levanta duas sobrancelhas. Diana sorri de um jeito terno, como se ela simplesmente derretesse. Eu não estou só derretida. Por baixo dele, estou líquida. Meus pais, um treinador e uma professora, são pessoas maravilhosas, mas não chegadas em abraços e beijos, como, por exemplo, a Taylor, que foi regada com carinho e o espalha ao redor do mundo como se fosse seu dever. Mas a forma como o Shawn me olha, o jeito que ele não esconde sua atração por mim mesmo ao seu público durante suas lutas, e o jeito que ele me abraçou como um grande urso hibernando, que encontrou uma caverna, tudo isso me faz doer em lugares inexplicavelmente profundos. Com discrição, e com toda a ternura do mundo, corro minhas unhas por seu cabelo escuro bagunçado , e depois ao longo de sua orelha. Ele está com os dois braços firmes ao redor da minha cintura, de alguma forma me prendendo como se estivesse segurando um travesseiro.
— Vocês querem um tempo quando chegarmos ao hotel? – pergunta o Gui, e seu timbre de voz vibra como se uma profunda emoção o tocasse. Estou absorta penteando os cabelos com meus dedos quando Shawn assente contra o meu peito, sem sequer levantar a cabeça pesada. Nesse estado maníaco, eu nunca o vi tão tranquilo. Nem tão completamente imóvel. As expressões totalmente atordoadas do Gui e do Wallace confirmam que eles também nunca tinham visto nada parecido. Quando chegamos aos quartos, recebemos nossas malas em nossa suíte e então faço o que sempre faço. Abro a minha e a primeira coisa é esconder minha nécessaire de cosméticos debaixo da pia. Shawn me observa da porta com vontade feroz, e eu paro de escovar os dentes, com a boca cheia de espuma, quando noto seu olhar. Ele me olha com fome. Selvagem. Quase desesperado. Rapidamente lavo a boca quando ele se aproxima e enxuga minhas mãos. Ele não está sorrindo. Seus olhos negros me engolem em suas profundezas. Ele me levanta facilmente em seus braços e me leva de volta para o quarto. Não consigo evitar a maneira como minhas entranhas vibram quando o abraço no pescoço e o cheiro enquanto ele nos leva à cama. Acho que sei o que ele quer, mas não tenho certeza. Então eu espero e observo por um momento. Ele tira meus sapatos e os joga de lado, e eu ouço o ruído dos sapatos dele caindo no chão.
— Quero suas mãos em minha cabeça.
Concordo com a cabeça e vou para trás para dar espaço a ele.
— Isso ajuda a acalmar seus pensamentos acelerados?
Ele balança a cabeça e, em seguida, pega a minha mão e a coloca aberta sobre o seu peito largo, enquanto prende meu olhar ao dele.
— Isso me acalma aqui.
Um emaranhado de emoções me atinge quando sinto seu coração batendo, lento e poderoso como apenas os corações de grandes atletas podem bater. Olho em seus olhos, vendo o mesmo desejo selvagem que acabei de ver, e eu o amo em tal grau que juro que meu coração pegou o ritmo dele. O Shawn desliza ao meu lado, nós dois vestidos quando nos acomodamos sobre a cama. Ele abaixa a cabeça no meu peito e aconchega em mim cada pedacinho de seus músculos enormes, inalando meu pescoço. Abaixo meu rosto e beijo o topo de sua cabeça enquanto corro meus dedos através de seu couro cabeludo. Ele não dormiu durante longos, intermináveis, inquietos dias loucos. Dias em que o senti acariciando meus cabelos e minhas costas durante a noite. Quando ouvi o ruído abafado de sua música nos fones de ouvido. Eu o ouvi comendo na cozinha à meia-noite, tomando banho frio, e quando a chuveirada não parecia suficiente, eu acordei para encontrá-lo bem a caminho de fazer amor comigo. Mas não o ouvi dormir por muito tempo... Então, quando sua respiração se equilibra, e percebo que ele está adormecido em meus braços, no meio do dia, no meio de um episódio maníaco, não sei como posso conter as emoções que crescem no meu peito. Silenciosamente, enxugo uma lágrima do meu rosto, e depois outra. Nunca imaginei que esse tipo de homem existisse. Ou que pudesse ter algo assim para mim. Estes momentos. Esta... conexão. Nunca pensei que o desesperado desejo que sinto por ele pudesse ser recíproco. Chorando de felicidade pela primeira vez na minha vida, acaricio seu cabelo, seu queixo, seu pescoço, descendo os braços, olhando para seus lábios cheios, perfeitos, a forte mandíbula e a testa, o nariz perfeito, suas pintinhas, calmamente amando cada centímetro dele. A luz do sol invade o quarto e o ilumina por completo, permitindo-me beber a sua perfeição como uma drogada. Nossos sapatos estão descartados no chão, as malas ainda desarrumadas perto da porta. Estamos em mais uma bela suíte de outro hotel de luxo, e juro por minha vida que nunca me senti tão plena como neste momento, com este homem dormindo em meus braços, com os braços grossos em torno de mim, seu nariz em meu decote, seu hálito quente na minha pele. Em um lugar estranho, em um novo ambiente, longe de tudo que já conheci...
Toco meus lábios em seu ouvido.
— É por causa de você, – sussurro, fechando os olhos. — Que estou loucamente feliz. Completamente em casa em qualquer lugar em que você esteja.
Estou tão determinada a guardar seu sono que pulo o jantar, mesmo quando o meu estômago ronca. Logo ele se acalma e, durante o tempo todo, continuo dando àquele lindo corpo esses pequenos toquem que dizem Eu te amo, Shawn. O Shawn desperta no meio da noite, e por esta altura, estou exausta, mas determinada como sempre, meus braços pesados de acariciá-lo e acariciá-lo. Acordando com um gemido suave, ele facilmente me pega e enfia o meu corpo contra o dele de modo que agora eu estou aconchegada em seu peito quando ele beija meu ouvido de um jeito sensual.
— Camila – diz.
Apenas uma palavra. Espessa de sono, e assim tão intimista, isso poderia ter sido uma proposta, qualquer proposta, para a qual a minha resposta seria e sempre será sim.
— Sim, Shawn – murmuro, minha voz tão grogue como a sua quando acaricio sua clavícula. Ele dá um rosnado baixo e, bem devagar, me cheira.
— Minha Camila. – A voz ainda grossa e rouca, ele passa o dedo pelo botão da minha calça jeans e amorosamente beija meu pescoço enquanto dá um tapinha na minha bunda. — Por que você ainda está usando isso?
Antes que eu possa lembrar-lhe por que, ouço Shawn abrir o botão e deslizar o zíper propositadamente para baixo. Cada músculo meu se aperta. Solto um gemido baixo e pressiono o meu nariz em seu pescoço, apertando mais, como um gatinho pedindo por seu carinho.
— Eu estava esperando que o homem mais sexy do mundo tirasse de mim.

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