Capítulo 23

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Camila

No Aeroporto Internacional, em Chicago, o Guilherme e eu estamos no meio do tumulto de pessoas na área de bagagem enquanto esperamos pelo voo da Taylor.
— Gui, há algo que eu tenho pensado em falar com você – digo, enquanto mantenho os olhos nas telas das chegadas dos voos. Ele parece meu guarda-costas naquele terno preto do MIB, seguindo-me mesmo quando vou esticar as pernas. Eu sei que o Shawn ordenou que ele não tirasse os olhos de mim, e se a Taylor estivesse aqui, sei também que ela estaria ansiosa para irmos “fazer xixi”, só para ver o que o pobre homem faria – como naquele incidente dos hambúrgueres. Mas o Gui é um cara tão bom, eu nem sonharia em colocá-lo em apuros com o Shawn. Exceto, talvez... sob pressão. O que significa que, possivelmente, isso se daria agora.
— Então, Gui, você se lembra da noite em que o Shawn abandonou o ringue porque eu estava seguindo alguém? Claro que você se lembra.
O desgosto evidente em sua expressão me faz rir. E quando percebemos que o nosso espaço é tomado por um grupo de estudantes universitários, acabamos de pé ao lado das esteiras.
— Aquela garota era minha irmã, Gui. Ela é minha irmã mais nova, e eu acho que se envolveu com as pessoas erradas, e acho mesmo que preciso ajudá-la. Não. Acho não.
Eu sei – enfatizo. – ai, me dá um?
O Gui acaba de tirar um chiclete Trident para si mesmo, e me oferece um.
— O Shawn já está cuidando disso, então não se preocupe.
— O quê? – Ele apaga completamente os meus pensamentos com essa afirmação.
Com uma expressão confusa, olho para baixo, para o chiclete, depois dobro uma folha de prata e coloco o chiclete na boca, o suco estourando na primeira mordida, tenho até que mastigar várias vezes antes de falar.
— O que quer dizer com isso? A última coisa que quero é ele envolvido com esse tal de Lobão.
Gui faz uma careta como se o chiclete na boca tivesse um gosto amargo.
— Eu idem. Mas ele já fez contato para sua irmã ser devolvida a você. Não vai ser fácil. Aparentemente, sua irmã não quer, mesmo quando o Shawn ofereceu um monte de dinheiro.
Meu estômago estremece. Tudo bem, hora da verdade. Acho que é extremamente generoso da parte do Shawn estar fazendo isso por mim, mas eu não posso permitir, ainda mais agora que sei a verdade e, com certeza, não quero acionar nenhum de seus gatilhos. Talvez o Lobão seja um desses gatilhos, quem sabe?
— Por favor, Gui, quero que o Shawn esqueça isso. Não quero vê-lo em apuros.
Em uma das esteiras, um menino corre em volta, tropeçando nas malas, enquanto o pai atrapalhado tenta pegar a criança. Ambos assistimos à cena, que nos diverte.
— Não se preocupe, Camila. Nós cuidaremos de do Shawn. E Wallace é quem está conversando com os capangas do inseto. Não há nenhuma possibilidade de eu deixar o Shawn entrar em contato com o Lobão por conta própria. Há muitas coisas entre eles. Ele estava inflexível quanto a ir sozinho, mas eu o lembrei de que se fosse expulso da liga, então não seria mais capaz de contratar você. Ele resmungou em protesto, mas, no fim, acalmou-se e concordou em enviar Wallace.
Meu sorriso dói no rosto. Acho incrivelmente divertido que o Gui tenha me usado para dobrar o Shawn.
— Existe alguma razão pra eles serem tão amigáveis, o cordeirinho do Lobão e o Shawn? – pergunto a o Gui.
— O Lobão – ele sarcasticamente responde, com um sorriso divertido. — É o idiota que certamente foi contratado pra fazer o Shawn ser expulso do profissional. O Shawn detesta esse porco e não consegue esperar pra esfregar o chão com a cara dele.
— Então foi ele? Oh, eu tenho ódio daquele idiota desde que tive a infelicidade de encontrá-lo no clube – explodo, e em seguida, viro um olhar para o Gui. — Bem, então agora você deve concordar comigo que é melhor se deixarmos Shawn totalmente fora dessa bagunça, certo? Não quero que ele seja tentado a ir falar com o Lobão e certamente não quero que ele pague pela minha irmã. Ela é uma mulher livre! Ela deve sair sozinha. Gui, eu tenho certeza de que se eu pudesse falar com a minha irmã, eu poderia ser capaz de argumentar.
O menino tropeça e cai na pequena mochila preta de alguém. Sua risada para e seu choro irrompe até que o pai finalmente vem levá-lo de volta para onde a mãe espera com as malas.
— Suponha que eu dissesse que iria ajudá-la – diz Gui, seus olhos castanhos pensativos virando-se para mim: — O que eu precisaria fazer?
— Nada, na verdade. – Dando de ombros, vou jogar meu chiclete na lixeira mais próxima e sorrio comigo mesma quando o Gui imediatamente vem junto. — Exceto evitar que o Shawn saiba que fui falar com ela? – Levantando uma sobrancelha, examino a reação dele. Nunca fui trapaceira, mas não posso deixar o Shawn entrar nessa, vai contra todos os meus instintos protetores em relação a ele. — Você entende que isso é algo que eu  tenho que fazer, não é, Gui? Pelo que vi, a Nina precisa de um sério choque de realidade, e eu preciso enfiar algum bom senso nela.
— Eu entendo – ele concorda com um leve aceno de cabeça, quando nos apoiamos contra um pilar. — Eu só não gosto do que vai acontecer quando o Shawn descobrir.
— Ele não vai. A Taylor vai me ajudar a mandar uma mensagem pra minha irmã na próxima luta. Vou preparar um encontro com ela em um restaurante próximo, e você só vai ter que me cobrir durante esse tempo.
— Camila, ele vai arrancar a minha cabeça se algo der errado, e eu sou um pouco apegado a ela, você entende.
— Nada vai dar errado. Tenho tido aulas de autodefesa o suficiente para lidar com isso. O único cara que não fui capaz de derrubar foi Shawn.
O Gui começa a rir.
— Sei lá, acho que você o nocauteou...
— Você é engraçado, Guilherme. – Estou sorrindo agora, o que torna o meu olhar de cachorrinho perdido pouco eficaz. — Vamos lá. Me ajuda? Por favor?
A expressão pensativa cruza o rosto dele, e ele bate no queixo duas vezes antes de responder.
— Só se o Wallace for com você e sua amiga quando forem ao encontro.
— Obrigada, Gui. – Cedendo ao impulso, dou um aperto rápido na mão dele e percebo que fiquei ligada a todos na equipe. Estou temendo o dia em que meu período de três meses terminar. Eu quero ficar ou quero ir?
Quero ficar. Não há dúvida sobre isso. Mas pelo menos tenho que escoltar a Nina em segurança para casa, se eu tiver a sorte de convencê-la, e então, depois, decido o que vou fazer, dependendo de como as coisas com o Shawn estiverem. A ideia de partir me perturba, mesmo que seja apenas temporária.
— Você tem algum irmão, Gui?
— O Shawn.
Meus olhos se arregalam e não posso acreditar que esse carinha vai me surpreender mais uma vez.
— Ele é seu irmão de verdade?
— Não irmão de sangue, nós nem somos parecidos! Eu sou como um livro e o Shawn é um touro! Eu não tenho irmãos de sangue... Meu irmão de alma é o Shawn.
Estou pensando em quão doce o Gui é ao pensar no Shawn como um irmão de alma, e se o Shawn for a minha alma gêmea, então Gui é meu cunhado de alma... Então aqui estou
eu pensando coisas estúpidas, quando lá vem a minha melhor amiga no mundo, felizmente, para me salvar dos meus pensamentos. Aqui está ela. Direto de um filme tipo Legalmente loira. Minha doce Taylor, transportando uma mala rosa chamativa atrás dela e com seu cabelo castanhos solto e um par de óculos de sol no alto da cabeça. Ela não é nem perua e nem patricinha, mas com certeza gosta de se vestir como uma delas. Como uma administradora, ela traz o toque excêntrico para sua pessoa também. Na medida em que lhe diz respeito, tudo vai bem. E hoje ela se parece com um arco-íris, iluminando o meu mundo.
— Tayyyy! – Pulando para frente, envolvo meus braços em torno dela e deixo-a me abraçar com sua fragrância Nina Rich.
— Parece que você acabou de fazer um peeling, você está absolutamente radiante, sua vaquinha! – diz ela, me empurrando para uma inspeção melhor. — E usando um vestido
em vez de roupa de ginástica, quem diria... – Ela parece completamente impressionada, e logo em seguida seus instintos femininos se focam no Gui, e sua voz vai para o tom ‘oi-gatinho’. — Bem, olá.
— Olá novamente, senhorita Taylor – diz o Gui.
— Ai, Guilherme, pode chamá-la de Bruna; Taylor, chame-o de Gui. Vamos lá, vamos levá-lo ao carro – digo.
— Trouxe um presentinho pra você – diz Taylor, uma vez que estamos na parte de trás do Escalade, e ela apresenta um enorme pacote de preservativos – extragrandes e com nervuras para seu prazer – de sua bolsa de viagem. — Caso você queira esperar um pouco mais por aqueles bebês do Shawn, sim? – Ela provoca, acenando com a fileira abundante no ar.
— Não preciso desses, menina, você pode colocá-los de volta em sua mochila. Eu tenho uma cápsula no meu braço que solta hormônio, lembra?
— Oh! Então você pode realmente sentir tudo durante...
— Tudo – respondo, e meu corpo se aperta lembrando-se de cada polegada. De Shawn Mendes dentro de mim.
— Camila, você tem um olhar de tesão em seu rosto. Conte-me tudo sobre você e aquele deus do sexo! – Taylor exige. Meus olhos se arregalam, e então, a risada é tão forte que minha cabeça cai para trás e eu agarro meu estômago.
— Você não me chamou de tesão?!
Taylor sorri e varia seu tom.
— Tesão. Tesudo. Tesuuuda. Você não pode sequer dizer o nome dele sem ficar com tesããooo. Droga, eu posso até sentir o seu tesão nos seus textos. Especialmente naquele bêbada, sua bebum.
Tardiamente, percebo que estamos tão animadas, tendo uma conversa tão pessoal no banco de trás, enquanto o Gui dirige, e de repente começo a sentir um rubor quente subindo pelas minhas bochechas. Agarrando a mão da Taylor, estremeço meus olhos na direção do Gui, e ela percebe que não podemos continuar a dizer “tesão” com ele por aí, pelo amor de deus. Não que eu não confie nele, mas ele é um cara. Isso é pessoal, caramba.
— Ahhh – diz Taylor, e balança a cabeça, então ela grita e me abraça de novo, e deixo que ela me dê um pouco de amor, e passo a dar um pouco de volta, porque estava com
saudades de minha pequena e borbulhante Taylor. Assim, ela acaba falando com o Gui sobre o clima em Chicago, que é ensolarado e venta muito, mas terrivelmente frio à noite, e depois eu a levo para almoçar. Depois de algumas enormes saladas e panini, eu a levo para a suíte presidencial com dois quartos que o Shawn reservou para ele e para mim. Ninguém usa o quarto extra, e embora a Taylor tenha um quarto separado, decido convidá-la a este quarto vazio por um tempo, para que possamos conversar sem que ninguém nos ouça. Falamos por horas, com os pés descalços, cada uma em uma cama queen size, trocando novidades. Ela me diz que o Duca está namorando e que a Fabi voltou a fumar desde que a bateria de seu cigarro eletrônico acabou e o envio do sedex com a substituta atrasou devido ao mau tempo. Obviamente, aquele não tinha sido o melhor dia para a Fabi. E, em seguida, Taylor quer saber tudo sobre mim, por isso conto sobre ele. As músicas que compartilhamos, o dia em que acertei os capangas do Lobão com as garrafas. E também conto sobre a Nina.
— Ela sempre foi inocente demais nas coisas relacionadas com ela mesma, mas o que você acha que ela estava fazendo enviando esses falsos cartões postais? – pergunta Taylor em perplexidade completa.
— Não sei, e simplesmente não consigo superar o fato de que ela fugiu de mim quando tentei vê-la. Nós pensamos sobre isso um pouco, franzindo a testa em concentração, e ela suspira.
— Honestamente, a Nina sempre foi um pouco avoada... Talvez ela só precise de um redirecionamento?
— Talvez.
— Agora, pare de ficar pensando nisso e me conte sobre seu romance que a faz babar tanto.
Rolando sobre o estômago, balanço as pernas atrás de mim quando um suspiro sonhador sobe à garganta. O Shawn está se exercitando e acho que ele planejava correr hoje, e eu
sinto falta de correr com ele. Sinto falta de alongá-lo, observá-lo. Mas é tão bom falar disso e tenho tanta coisa para contar que tenho problemas para verbalizar:
— É muito louco, Tay – estou sussurrando em reverência, mesmo que não haja ninguém por perto para ouvir. Mas confessar isso é tão monumental para mim, que nem consigo falar mais alto. — Nunca me senti assim. Toda vez que ele me toca sinto milhares de coisas boas dentro de mim. Melhor do que endorfinas. Acho que é a oxitocina, você sabe o quão poderoso eles dizem que é? O hormônio do abraço? Mas eu nunca tinha sentido isso antes.
— Você o ama, estúpida!
Estremeço com isso; em seguida, aceno com a cabeça vigorosamente.
— Eu só não quero dizê-lo em voz alta – admito, meu coração já dando voltas e reviravoltas esperançosas com o pensamento de ser amada de volta por ele.
— Por que...
— Porque ele pode não sentir o mesmo! – O simples pensamento me deixa com o coração partido.
Como as emoções funcionam com o Shawn? Você pode amar e deixar de amar alguém com suas diferentes mudanças de humor? Dói pensar sobre isso. A porta da frente fecha na sala de estar, e passos soam no tapete antes de ele aparecer na porta. Meu coração acelera com a visão. Ele veste uma camiseta preta úmida onde se lê “Chicago Bulls” em letras vermelhas, e hoje o moletom, pendurado de modo baixo em seus quadris estreitos, é vermelho. Ele parece tão quente, tão fazível, e tão viril e confortável em suas roupas, que meus seios parecem inchar dentro do meu sutiã.
— Oi, Taylor – diz quando a vê.
— Meudeuso... – Os olhos dela estão redondos como pizzas, enquanto ela se ajeita na cama, obviamente impressionada com aquelas deliciosas covinhas e pintinhas e o cabelo castanho e os ostentadores olhos se chocolate. A mão dela voa até a boca.
— Oh, meudeuso. Eu sou uma grande fã sua...
Ele não responde de volta porque sua cabeça girou na minha direção, e agora ele olha diretamente para mim, e não posso evitar ser afetada pela maneira como ele me olha. Todo o meu corpo responde e me sinto imediatamente apertada por dentro, úmida e dolorida.
—Oi – ele usa um tom completamente diferente para mim, e quando respondo, minha voz também é diferente. Rouca.
— Oi.
Estou inquieta por dentro.
Ele faz isso comigo.
Ele me perturba de alguma forma. Em todos os sentidos.
Desde seus olhos de chocolate elétricos, até os braços musculosos, suas covinhas, suas pintinhas e a maneira como ele olha para mim agora, estudando-me de cima para baixo, como se não soubesse qual parte do meu corpo quer lamber e morder primeiro, quando ele tirar o meu vestido...
— Você já jantou? – pergunta-me com aquela voz áspera.
Concordo com a cabeça. Ele balança a cabeça em resposta. Então, pergunta com a voz ainda nesse tom que parece sensual, profundo e só para mim:
— Mais tarde você vem pra cama?
Concordo com a cabeça. E ele assente, com os olhos brilhando de emoção, então acena com a mão para Tay. — Tchau, Taylor.
— Tchau, Shawn.
Ele fecha a porta atrás de si, e ainda não consigo respirar.
— Camila, esse cara está apaixonado. Mesmo eu senti as borboletas que ele sente por você, e eram tão grandes como se fossem morcegos na minha barriga.
Os morcegos que ela menciona estão no meu estômago também, voando para o meu peito, e juro que nada pode acalmá-los.
— Poderia ser qualquer coisa – respondo, enquanto dentro de mim fico torcendo como louca para ser verdade. — Pode ser o tesão. Obsessão?
— É amor, sua tola. Por que mais ele iria me trazer aqui, a não ser para deixar você feliz? Sua anta! Vai contar a ele?
Meu estômago se enrola com o simples pensamento.
— Ainda não posso.
— Bem, antes você costumava ser a primeira, senhorita competidora olímpica – relembra Taylor.
— Isso é diferente. Eu nem sei se ele pode dizer a mesma coisa para mim.
Volto a pensar no que aprendi sobre seus episódios bipolares, e tudo o que posso pensar é se em suas diferentes expressões gênicas ele poderia se sentir diferente em relação a mim. Se eu lhe disser que o amo, ele iria me empurrar para longe, quando tudo que eu quero é estar mais perto dele?
— Camila, ele está tanto na sua que é claro que vai dizer a mesma coisa! – Os animados olhos de mel da Taylor brilham. Esperança e medo lutam no meu peito, e ainda acho que não tenho a coragem de arriscar o que temos.
— Não tenho certeza de que ele esteja... Equipado para me amar assim. Ele é diferente, Tay.
Gostaria de poder dizer a verdade a Taylor, mas vou guardar o segredo dele, mesmo que isso me mate. Lembro-me da canção “Iris” tão claramente agora, e as palavras de querer ser conhecido. Ele quer que eu o conheça. Não a Taylor. E, definitivamente, não o mundo. Então não vou elaborar mais.
— Camila. Ele é o Shawn Mendes, é claro que é diferente. Conte a ele, Camila! Diga-me, o que você tem a perder? – Ela provoca. Meu estômago se aperta em nervosismo.
— O Shawn. Ele poderia me afastar. Ele poderia... perder o interesse e ir atrás de outra coisa. Eu não sei! Tudo o que sei é que ele é muito importante e não quero estragar isso.
Eu não me recuperei totalmente da última vez que rompi alguma coisa – tem sido a pior experiência da minha vida –, e foi apenas o meu joelho. O pensamento de ter meu coração partido me faz enterrar o rosto nas mãos com um gemido. Pelo menos se eu mantiver o meu amor em segredo, eu e ele ainda podemos ter este maravilhoso relacionamento, estranho, emocionante, em que eu o amo em silêncio e finjo que ele está me amando em silêncio também.
— Quero esperar que ele me fale em primeiro lugar – digo suplicante. Ela parece imediatamente enojada.
— Argh, que bunda–mole! – Ela se levanta e vem dar um tapinha em uma das minhas bochechas, depois na outra, e depois me dá um beijo na testa.
— Tudo bem, então enquanto você vai transar com seu príncipe encantado e começar seu tempo de felizes para sempre, vou usar meus preservativos. Ou, poderia ir caçar o Gui e o Wallace e ver se um deles pode me levar a algum lugar. Vejo você amanhã? Detalhes, detalhes.
Eu a esmago antes de expulsá-la do meu quarto com um tapa na bunda, e fitas sedosas de emoção desenrolam dentro de mim enquanto ando descalça pelo quarto. A água do chuveiro provoca um raio de excitação em mim com a ideia de tomar banho com ele. Todo o meu ser se enche de querer quando fecho a porta do banheiro em silêncio, atrás de mim, enquanto Shawn lava sua cabeça dentro do boxe de vidro. Arrepios de antecipação reviram o interior do meu estômago enquanto fico nua. Nunca fui indiscreta com um homem, mas este é o meu homem. Meu primeiro e único homem. E ele é sexy e está nu e eu sinto uma falta louca dele. Abro a porta de vidro e entro, com sua pele lisa e bonita e grandes músculos rígidos, pressionando meus seios nus em suas costas quando passo meus braços em volta de sua cintura. Ele geme e puxa meus braços apertados em torno dele, e as palavras eu te amo estão dentro de mim. Nunca amei ninguém na minha vida e nunca imaginei que pudesse ser assim. É o mais incrível, revigorante e assustador sentimento que já tive na minha vida. Tão viciante como endorfinas e muito mais. Lambo sua coluna até a nuca, deslizando minhas mãos para baixo para tocar seu pênis ereto. Ele já está totalmente ereto, e todos os meus sentidos estão em sintonia com ele. O contato de nossos corpos, meus seios em suas costas, a sensação do seu comprimento latejante pulsando sob meus dedos. Tenho um choque de pensar que é para mim. Apenas meu. Com a água batendo no corpo, ouço seu gemido.
— Hmm. Me toca Camila. – ele murmura, agarrando ambos os punhos bem apertados e me orientando para seu pênis. Um estremecimento quente avança ao longo do meu corpo. Estou completamente erotizada pelos seus enormes punhos guiando minhas mãos sobre sua longa ereção. Com um calor entre as pernas, lambo as gotas de água de suas costas. Como um gato, esfrego meus seios doloridos nos seus músculos duros das costas e rodo a minha língua por sua coluna.
— Fico com tesão quando você diz meu nome.
Ele se vira e toma o meu cabelo na mão e puxa minha cabeça para trás para que os nossos olhos se encontrem. Ele olha para mim, seu olhar positivamente selvagem, e meu sexo se aperta em expectativa quando ele fala.
— Camila Cabello.
Tremo, e inclino meu corpo molhado no dele.
— Com toda a certeza, sinto tesão...
— Vamos cuidar disso – seu sorriso é lento e selvagem, — Camila Cabello.
Eu rio, mas ele não, e quando os lábios se depositam sobre os meus, não é para me dar uma lenta amostragem de um beijo, mas é um incêndio, um beijo que apaga qualquer pensamento coerente da minha mente. Ele toma os pulsos e, lentamente, prende minhas mãos em minhas costas, e um raio de excitação passa por mim. Ele me faz em pedaços com essa contenção inesperada que me permite saber que ele pretende fazer o que quiser de mim, e gosto disso. Gemo debilmente quando os dentes raspam meu pescoço, e estou impotente quando ele puxa minha carne de um modo tão firme que acho que vai me dar o meu primeiro chupão. Meus dois pulsos ainda estão presos por sua mão, e ele se afasta ofegante, seus penetrantes olhos marrons permanecem em meus seios nus. A necessidade selvagem em seu rosto faz com que minha respiração saia de forma desigual pelos lábios. O desejo arqueia minhas costas, e ele se inclina, a boca cobrindo o peito para me chupar tão ferozmente como nunca. Ele acaricia a outra ponta com a mão livre, a palma da mão lisa e urgente, e eu adoro a forma como a sua pele bronzeada contrasta com a pele clara dos meus seios. Com habilidade ele aperta a carne e suga o bico endurecido com o calor de sua boca, sua outra mão firme em torno de meus pulsos. Meu corpo treme contra o dele, minha vagina, apertando com a vontade, agora fica em brasa. O vapor cobre nossos corpos e fico desesperada, de uma hora para outra precisando dele agora, rápido, com urgência.
— Me come... – imploro, me apertando contra ele. Seus olhos brilham quando ele aperta um mamilo e depois o outro.
— Esse é o plano.
Ele me levanta facilmente pela cintura e em vez de me abaixar para seu pau, traz os meus seios à boca. Ele suga um, depois o outro, os músculos do seu braço flexionados enquanto ele me mantém no ar, chupando os meus mamilos. As sensações me atingem como um raio. Cada chupada voa até meus dedos do pé. E quando não consigo parar de implorar e fazer caretas de incompreensível prazer, ele me desce sobre sua ereção com tanta força que, no instante em que me penetra, estou tão acesa que um grito escapa.
— Muito forte? – a voz rouca de desejo e preocupação, ele me puxa de volta enquanto me espera falar. Ofegante, nego com a cabeça e agarro seus ombros.
— Eu quero você – sussurro. — Por favor, me deixe ter você.
Seu rosto aperta de tesão. Ele me desce de modo mais lento desta vez, mas ainda é maciçamente grande e se arrasta grosso sobre cada centímetro da minha vagina. Um leve gemido rasga minha garganta enquanto me penduro nos ombros rígidos e, quando ele começa a se mover, me fodendo para valer, corro minha língua pelo maxilar com a barba por fazer, e chupo a orelha, ofegando e gemendo enquanto monto naquele homem o mais depressa que posso. Tão depressa quanto ele me come. Arrepios de eletricidade descem pela coluna quando ele desliza sua língua na minha orelha, me fodendo com cuidado.
— Eu amo – rosna, a maneira inesperadamente sexy que ele pronuncia as palavras me lançam um hálito de orgasmo – como você se encaixa bem...
— Eu amo também – digo, parte gemido, parte suspiro. Ele puxa minha orelha com os dentes, esfregando os músculos do peito quando me segura nos braços e fala no meu ouvido, enquanto continua empurrando.
— Você é tão apertada. Tão molhadinha. É tão bom. Cheira tão bem. Eu sabia que você seria minha no instante em que a vi. Não é? Você não é toda minha?
— Sim – suspiro, miando porque amo cada palavra, tremendo em todas e em cada uma que ele profere, deixando que me transformem em algo selvagem e livre, até que estou sussurrando:
— Me dê mais, quero tudo, Shawn, mais duro, mais forte, depressa.
E explodo em seus braços, os espasmos em minha vagina apertando ritmicamente em torno de seu pênis, ordenhando quando ele derrama. Quando caio nele, esgotada, Shawn agarra a parte de trás da minha cabeça em sua mão aberta e me segura tão firmemente enterrada contra seu pescoço que nem sequer tento colocar meus pés no chão. Ele fecha o chuveiro e me leva para fora, esfregando uma toalha em cima de mim antes de passá-la rapidamente sobre si mesmo, e eu fico toda pegajosa porque ele é tão forte e tão sexy. Ele nem chega a me colocar no chão antes de atravessar todo o quarto, colocando-me nua na cama. Esta é apenas a nossa sétima noite juntos, mas já estou esperando ansiosamente a nossa forma de nos aconchegar na cama. Hoje ele me enfia dentro, me cobre e, quando percebo, estou mole e frouxa, e ele me ajusta para dormir de conchinha. Suspiro de contentamento à medida que a gente se acalma. Shawn cheira a parte de trás da minha orelha. Então, sinto sua mão em meu cabelo, me acariciando suavemente. Sua língua vem na sequência, batendo devagar no lugar do meu pescoço em que me mordeu no chuveiro. Ele arrasta a língua ao longo da curva de meus ombros, pela minha orelha, despertando cada centímetro da minha pele. Sinto que ele é um leão preguiçoso, me banhando com a língua, lambendo e me acariciando. Ele tem feito isso outras noites também. A imprevisibilidade de suas carícias me deixa louca com desejo e amor, e estou ficando viciada neste momento após o orgasmo, onde estarei relaxada e ele ainda vai ter a energia para me posicionar de uma maneira que pode ficar de conchinha ou me segurar, e fazer todas as suas coisas viris e com jeito de tocar em mim. Às vezes, ele lava o sêmen da minha pele, mas outras vezes ele me dá uma série de beijos quando vai entre as minhas coxas e empurra seu semem com os dedos para trás em minha vagina, como se querendo que ela fique sempre lá. Às vezes ele me pergunta, com olhos Marrons e arrogantes naquele murmúrio sexy que usa depois de fazer amor:
— Você gosta quando melo sua pele com ele?
Deus, eu adoro a forma como ele chama seu sêmen de “ele”. Eu amo tudo o que esse cara faz! Dormir com ele ainda é uma novidade para mim. Nunca dormi com ninguém antes. Toda vez que chegamos a uma nova cidade, fico pensando com qual lado da cama ele vai querer ficar, mas Shawn parece sempre ir para o mais próximo da porta, e eu gosto do mais distante, já que está sempre mais perto do banheiro. Só que agora que penso nessas coisas, mesmo na primeira noite em que dormimos juntos, vejo que isso pareceu acontecer automaticamente. Ele se deita no lado da cama onde possa colocar o seu braço direito em volta de mim, e eu possa rolar para o meu lado direito e me aconchegar em cima dele como uma minhoca aquecida. Nas primeiras noites em que dormimos juntos, eu ainda usava a camiseta preta dele, mas nem me preocupo mais em vesti-la porque ele sempre acaba tirando-a de mim. Ele dorme pelado e não aguento olhar para ele sem ficar com vontade de pular naquele corpo. Shawn é feito para fazer propaganda de tudo o que é viril, muscular e sexy. Acho que é daí que muitos de seus milhões vieram. Fazendo publicidade de luvas de boxe, cordas para exercitar, uma bebida energética e uma marca de cuecas boxer justas. Ele fica positivamente delicioso nelas. Hoje à noite nós estamos nus e gostosamente emaranhados, e meu leão de olhos de chocolate agora parece satisfeito de ter me acariciado por um longo tempo. Me sinto acariciada até os ossos. Ele me prendeu a seu lado enquanto sua cabeça repousa sobre a cabeceira da cama, e noto uma de suas pernas longas e grossas se movendo inquieta sob os lençóis. Ele não parece nem um pouco cansado.
— Você está ficando... acelerado? – pergunto meio grogue, virando-me em seus braços, odiando por estar também eu, agora, usando o termo.
— Eu só estou pensando. – Sorrindo para me confortar, ele planta um beijo suave nos meus lábios.
— Mas se eu me descontrolar com você... – Enfia a mão no estojo portátil, que está na mesa de cabeceira, e recupera uma seringa com um líquido claro. Ele me entrega com a tampa fechada. Estremecendo, afasto isso como se ele fosse usá-la na minha bunda.
— Não, Shawn, não me peça isso.
— É apenas pra me certificar de que não irei te machucar.
— Você nunca me machucaria.
Shawn geme e passa a mão livre por seu cabelo úmido, mostrando frustração.
— Posso sim, posso muito bem ficar louco com você.
— Não vai, não.
— Você não sabe como me faz sentir! Eu... – ele fecha a boca, e um músculo salta sem parar em seu queixo, enquanto ele o aperta. — Eu fico com ciúmes, Camila, quando estou normal – diz ele, com uma expressão sombria. — Mas não quero nem saber o que posso fazer quando estiver... No meu lado bipolar! Eu fico com ciúmes do Gui, do Wallace, de sua amiga, de alguém que começa a passar mais tempo com você. Estou até com ciúmes de mim.
— Como assim?
— Eu tenho ciúmes de estar com você e não me lembrar do que eu fiz pra você. Do que me disse.
Minhas entranhas se enchem com ternura.
— Eu vou te dizer, Shawn.
Esticando o braço para virar sua cabeça sexy para mim, beijo seu queixo. Ele ainda está inquieto.
— Venha aqui, Shawn.
Pego a seringa e a coloco cuidadosamente sobre a mesa de cabeceira do seu lado, puxo
a cabeça no meu peito e beijo sua testa enquanto começo a massagear a parte de trás do seu pescoço com dedos ágeis, fortes. Ele geme e estatela o rosto em meus seios, relaxado instantaneamente.
— Obrigada por trazê-la – sussurro em seu cabelo.
— Eu posso trazer seus pais. Você quer? – ele parece sóbrio quando pergunta, acariciando meu mamilo enrugado.
— Não. – Solto uma risada. Ele é tão protetor e tão inesperadamente prestativo que só quero rastejar em seu corpo grande e me enrolar em uma bola e viver dentro de seu grande coração gentil, porque esse é o único lugar onde estou interessada em viver.
— Sua irmã. – Ele parece encantado com o meu mamilo, olhando para ele, esfregando o polegar enquanto continuo trabalhando em sua nuca. — Vou trazê-la de volta para você,
Camila.
Meu estômago gira. Definitivamente, definitivamente eu quero que ele esqueça até mesmo que eu mencionei a Nina.
— Não, Shawn, acho que ela vai ficar bem e que devemos deixá-la sozinha, por favor. Apenas lute por mim e você. Tudo bem?
Ele fica em meus braços mais um pouco, mas quando as minhas mãos começam a cansar e estou cochilando, ele se levanta.
— Vem dormir comigo – choramingo.
— Não se levante.
Ele volta com seu iPad e eu me aconchego ao seu lado como se magnetizada. Ele usa o meu quadril para sustentá-lo e desliga a lâmpada para mim.
— Você vai cansar os olhos – reclamo.
— Shhh, mãe... Só diminuí o brilho.
Ele me lambe, e eu o lambo de volta, e nós rimos juntos.
— O Gui contou que seus pais foram procurar por você? – pergunto.
— Contou, eu mandei algum dinheiro. Isso é o que eles querem.
Minhas sobrancelhas descem.
— Eles disseram que queriam vê-lo.
— Isso é o que eles dizem. Eles nunca quiseram me ver até que meu rosto se tornou público.
— Isso é uma vergonha pra eles. – Sinto-me instantaneamente protetora e não quero que ele se sinta mal, então, com carinho seguro o seu queixo. — É um rosto tão bonito.
Ele ri, as vibrações suaves me atingem. Deleitando-se em sua proximidade, seu calor, o cheiro do seu corpo, eu me viro em seu braço e enterro meu rosto em seu pescoço para que a luz não me incomode, e quando estou cochilando, ouço o som de trituração e uma gota de líquido respinga na minha bochecha. Franzo a testa.
— Shawn.
— Desculpe. – Ele beija o local onde a gota caiu e lambe, e eu gemo no desejo espontâneo. Ele belisca minha boca e os lábios estão com sabor de maçã. Eu adoro isso, e de repente estou bem acordada, sentindo uma fome que não é de maçãs. Adoro o seu cheiro, a sensação dele, seus olhos, seu toque, eu adoro dormir com ele, tomar banho com ele, correr com ele. Sinto-me louca. Louca por ele. Tudo bem, vou dormir antes de sair compondo uma música. Em vez disso, eu me ouço falar.
— Shawn... – murmuro em uma pergunta, a minha voz grogue, mas já engrossada com excitação. Ele coloca o iPad de lado e passa a mão em minhas curvas. Prende seus dedos ao redor da minha cintura e me arrasta para seu pênis, possibilitando que eu sinta que está duro e pronto. Eu estou tão pronta para ele, nasci pronta. Ele abaixa para me beijar, murmurando: Hmm, é isso que eu estava esperando.

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