Camila
Estou dividindo o quarto com Diana, em São Paulo, eu adoro que ela é tão organizada quanto eu, ela é uma grande companheira, alegre e positiva a cada momento do dia e amei ainda mais que ficamos conversando sobre comida saudável ontem a noite até cair no sono nessas camas enormes do hotel. Aprendi que ela compra os alimentos nos melhores lugares todas as manhãs, e ela apenas alimenta Shawn com alimentos top orgânicos, todos os dias, no horário, a cada três horas. O homem come por três leões famintos. Uma grande quantidade de proteína. Um monte de legumes. E no espaço de meia hora depois dos seus treinamentos tantos carboidratos, que até como eles em pensamento, pensando nas deliciosas batatas doces e massas que ele devora. Ela tempera todas as refeições com ervas naturais, como, manjericão, alecrim, uma pequena pitada de alho ou pimenta e algumas combinações diferentes que eu estou anotando para fazer quando voltar pra casa. Ela é divorciada e tem trinta e dois anos e também me disse que a última luta do campeonato vai ser em Nova York, uma cidade que eu sempre quis visitar. Amanhã o Shawn tem a sua primeira luta, das duas , em SP, e agora de tarde estou saindo para uma academia particular alugada, esperando para alongá-lo quando ele terminar. É a nossa terceira noite aqui, e eu já percebi que ele treina como um louco.
Um.
Homem.
Louco.
E hoje ele parece imparável.
— Há alguma razão pra ele estar treinando pesado ainda essa hora ? - o Guilherme pergunta ao treinador Lupe.
— Hey! Mendes !! Pare de se exibir na frente da Camila. – o treinador grita, e nos ouvimos uma risada do outro lado do ginásio, onde Shawn, está matando – cruelmente-um saco de velocidade.
— Eu não posso cansá-lo. – diz Lupe quando ele se vira para nos, ele passa uma mão sobre sua barba enquanto verifica algum tipo de cronometro pendurado no seu pescoço e seu rosto forma uma carranca. — Nós estamos chegando há nove horas hoje e ele ainda está no pique. Mas nem se quer olha pra mim Guilherme, nós dois sabíamos que isso ia acontecer desde que ele...
Ambas as cabeças viram pra mim, como, se eles não pudessem falar até que eu saísse dali, e eu levanto minhas sobrancelhas.
— O que? Você quer que eu vá embora? Lupe balança a cabeça e vira pra Shawn que ainda está no Speedball e ele está voando no vento, como um morcego batendo em todos os lugares. Seus braços balançam com precisão perfeita, cada impulso de bate no ponto da bola enquanto ele balança pra trás. O som que faz é rítmico e mais rápido do que um segundo.
— Nove horas por dia, é realmente excessivo, você não acha? Sete por dia já é uma loucura.- digo ao Guilherme do lado de fora.
Hoje nos fomos muito além do seu tempo de treinamento de 4-4, e eu estou chocada que o homem ainda continua. Mesmo quando eu treinava para olimpíadas não chegava a tanto, francamente, a programação de treino do Shawn me deixa curiosa. Hoje ele terminou abdominais suspensos, por onde ele pendura seus pés e balança seu corpo até o joelho, o mais rápido
que puder (isso dói pra caralho, rsrsr), funcionando perfeitamente, aqueles abdominais tanquinhos como se ele não tivesse fazendo o mínimo esforço. Ele puxa, empurra, escala montanha, pranchas. Ele pula corda com apenas um pé, depois muda pra o outro, então ele cruza a corda, balança e torce e volta o tempo todo, eu mal consegui ver a corda, ele faz voar tão rápido quando bate ritmadamente no chão. Depois disso vai para o ringue com um parceiro de treino, e seu parceiro de treino se desgasta antes dele, como ele fez hoje, Shawn volta para os sacos pesados ou speedball, e acaba encharcado.
— Ele gosta de se desgastar. – Guilherme me explica ,enquanto olhamos pra ele. — Se ele ainda puder dar um soco no final do dia, ele enche o saco do treinador dizendo que poderia fazer mais.
É preciso mais uma hora, para ele ir mais devagar e pela hora que o treinador assovia pra mim, eu sou a única que está cansada só em assistir Shawn Mendes trabalhar. Cada movimento que ele faz é tão agressivamente primitivo, que se parece sexual pra mim. Mesmo em uma calça de moletom e uma camiseta branca, não há nada que eu possa perder o aperto dos seus músculos da parte superior do corpo através do tecido de algodão úmido, e da forma como a calça de moletom pendura pra baixo nos seus quadris estreitos, fazendo os meus seios se sentirem tão pesados e doloridos, juro por Deus. Sufocando um arrepio quente e faço as minhas pernas se moverem e vou para ostapetes, onde Shawn está de pé, esperando por mim, já sem camisa (Ui!). Gotas de suor se apegam no seu peito e eu sei que ele está perfeitamente quente e com músculos exaustos. E há uma enorme possibilidade disso me deixar quente também. É um sonho meu, me dedicar ao meu trabalho, mais esse homem torna tudo tão difícil. Todos os poros do meu corpo saltam em atenção e se estremecem em qualquer parte do meu corpo que está tocando no dele. Eu realmente odeio essa perda de controle. Agora eu assisto seus músculos flexionarem enquanto quando ele se enrola na toalha e arrasta a toalha pelos seus cabelos úmidos, o deixando ainda mais sexy e bagunçado. Eu estou usando tênis e uma roupa apertada de corrida para me movimentar facilmente sobre ele, e aqueles olhos impressionantemente marrons varrem em cima de mim quando eu me aproximo. Ele está ofegante, sem sorrir, então ele cai num banco, enquanto eu ando em volta e chego por trás dele. Ele geme, quando envolvo meus dedos ao redor dos seus ombros e começo a cavar fundo. Faíscas de emoção começam em minha barriga quando entro em contato com a sua pele, mas tento sufocar todas as minhas emoções e foco em afrouxar seu pescoço, seu tríceps, bíceps. E empurro nos seus peitorais, tentando não responder como uma mulher a cada aperto dos seus músculos sobe meus dedos, a tensão incrível de sua pele sob o meu toque. Trabalhamos com todas as juntas, deixando tudo solto, meus movimentos, de vez em quando, o fazem soltar um som baixo, ronronando. Os músculos do meu sexo apertam e eu tento relaxá-los, mais cada vez que ele geme, eles se apertam com mais força. E eu odeio quando isso acontece. Parece que a arte de relaxar esse homem acaba comigo a décima potencia. Mais pelo menos eu não estou mais desempregada. A respiração lenta e profunda, eu gasto mais tempo esfregando as clavículas, a parte mais quadrada de seus ombros, eu estico e puxo e então sigo para a supra-espinhal, um pequeno músculo do punho rotador e também o méis ferido músculo dessa parte. Ele está ofegante assim como eu quando eu termino. Então o treinador fala.
— Tudo bem, agora para o chuveiro. Vejo vocês amanha às seis horas e pronto para lutar. Agora vá comer. Uma maldita vaca inteira.
Shawn me puxa pra cima de onde tinha trabalhão de costas no chão, com os olhos chocolates brilhando enquanto ele aperta meus dedos e fala.
— Você ainda vai montar em cima de mim?
Eu preciso de um momento para lembrar a nossa conversa no avião e eu sorrio.
— Ainda não. Mais não se preocupe. Se você continuar treinando assim, nós vamos chegar lá antes que você perceba.
Ele ri, e enrola a toalha envolta do pescoço enquanto vai para o chuveiro, e horas mais tarde descubro que ele deve ter caído morto dormindo após o esforço de mais cedo. Já apertei meu tríceps três vezes desde a nossa chegada, e decidi que não sou gorda, e mesmo assim, ainda me pergunto o que significa hmm. Eu penso sobre o voo e as suas mãos sobre o meu tríceps e seus olhos de chocolate no meu rosto e a maneira como seu olhar me sondou quando eu estava trabalhando nele. Acho que do jeito que ele me provocava e se divertia comigo esses três dias, e eu só não entendo por que tudo o que ele faz, eu me contorço por dentro e sinto pequenos arrepios ao meu redor. Meus hormônios vão ficar descontrolados se continuar assim. Eu tento pensar em outra coisa, mais minhas pernas estão inquietas debaixo do lençol e me dá uma enorme vontade de sair e correr. Eu gostaria de poder tirar meu coração fora, sentir uma paz invés desses choques que sinto toda vez que vejo Shawn Mendes. Mesmo quando neguei a Taylor, eu tinha tanta certeza que ele me queria naquela noite, no Rio, só que não sei o que aconteceu que fui contratada invés disso. Mas era o que eu queria, não era? Um trabalho. Só que o preço a pagar do meu novo trabalho é um pouco de tortura sexual. Grande coisa. Vou apenas bloqueá-lo melhor amanhã. Com essa nova decisão eu pego meu IPod da mesa de cabeceira e ligo a minha música, me esforço para ouvir as canções, exceto aquelas que ele escolheu pra mim.