Capítulo I - Vida Académica

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- Chloe, tens dez minutos para estares despachada ou vais a pé! - gritou a minha mãe da cozinha.

- Estou a ir mãe, estou a ir!

O meu nome é Chloe. Tenho 18 anos, e hoje é o meu primeiro dia na Universidade. Como é que me sinto? EM PÂNICO!

- Bom dia mãe - cumprimentei-a enquanto chegava à cozinha.

- Bom dia bela adormecida. Como te sentes? - perguntou enquanto preparava o pequeno almoço.

- Nervosa. Não contes comigo para o pequeno almoço. Acho que se como alguma coisa vomito!

- Nem penses que vais para o teu primeiro dia de aulas sem comeres alguma coisa Chloe Smith!

- Está bem, está bem.

A minha mãe é uma mulher lindíssima, nos seus 45 anos. É alta, classy, tem os olhos castanhos escuros e um cabelo vermelho escuro longo e ondulado. É um espanto! Mas esse espanto desaparece quando ela usa aquele tom de voz, e eu concordo sempre com ela quando ela fala assim. É um terror ver a minha mãe chateada.

- O pai, já saiu? - perguntei, enquanto mordiscava a sandes que ela fez para mim.

- Já, hoje teve de sair cedo. Tinha uma reunião importante com os investidores ingleses e não pôde esperar para te dar um beijo de boa sorte. Mas deixou-te ali...

- Dinheiro para eu levar. Já sei - respondi friamente.

É sempre a mesma coisa. O meu pai é dono de uma multinacional. É uma coisa relativamente recente, foi promovido pelo antigo dono, que confiava muito nele, não tem herdeiros, e aposentou-se há pouco tempo. Se já mal o via antes, agora então é impossível. E vai sempre tentando compensar-me com prémios monetários e prendas caríssimas.

- Não sejas assim Chloe. Ele está a fazer isto por nós. Tu és muito importante para ele. Sabes disso.

- Claro que sei. Bom, vamos? Não quero chegar atrasada.

- Vamos sim. Não queres que te prepare um lanche?

- Não mãe, eu levo uma peça de fruta. Depois como lá qualquer coisa.

Atravessei o nosso jardim, saí pelo portão e esperei pela minha mãe, encostada ao jipe dela.

A nossa casa era enorme e antiga. Tinha muros altos de pedra cinzenta, um portão preto com barras de ferro. Tinha heras que escalavam o muro. O nosso jardim era em tons de verde, rosa e vermelho. A relva verde deixava um aroma a primavera, o que, junto com as flores da minha mãe e as árvores com ramos que tocavam o chão, tornava a nossa casa num paraíso. Eu adoro viver aqui.

Quando a minha mãe entrou no carro, liguei o rádio e passou a minha música preferida: Rather be. É inspirador, e faz-me lembrar alguns momentos com os amigos do secundário.
Nunca amei ninguém. Sim, eu sei que todas as raparigas da minha idade já namoram, provavelmente quase nenhuma é virgem. Não me estou a guardar para ninguém especialmente. Simplesmente nunca houve aquele click com ninguém. Mas tinha curiosidade em saber como seria amar alguém como a música transmite. Amar tanto alguém que não importa onde estejamos, será sempre bom desde que essa pessoa esteja connosco. É claro que tive os meus namoricos, mas nada duradouro ou sério.

À medida que nos aproximamos da universidade, começo a sentir-me nervosa de novo. Era uma área enorme! Rodeada por um jardim sem muros, a universidade era um conjunto de cerca de 10 edifícios! Eu ia perder-me ali, de certeza.

A minha mãe parou o carro à entrada, e olhou para mim.

- Queres que pare noutro lado Chloe?

Thank you. ChloeOnde histórias criam vida. Descubra agora