Capítulo III - Sexta-feira

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Os dias seguintes passaram-se com tranquilidade. Felizmente não tive o azar de me cruzar com o Noah, o que tornou os meus primeiros dias na universidade muito mais agradáveis.
Quando a sexta feira finalmente chegou, as pessoas estavam muito mais agitadas.

- Chloe, acho que não vou poder ir à festa - lamentou-se a Susan enquanto almoçavamos no bar.

- Como assim, não podes? Susan, nós temos de ir a esta festa!

- Eu sei, mas eu não sei o que vestir. Não tenho nada preto para vestir e muito menos sexy.

- Oh, não te preocupes com isso. Vamos as duas às compras. Temos a tarde livre, a festa só começa às 23h por isso temos tempo. Se quiseres até podemos jantar em minha casa e seguimos para a festa! - sugeri.

- Boa ideia Chloe! Vou só ligar à minha avó para a avisar que não janto em casa! - ela é tão engraçada. Ri-me enquanto a via afastar-se aos pulinhos com o telemóvel no ouvido.

- Espero que não tenhas mudado de ideias em relação à festa. - o dia estava a correr bem demais. Ele apoiou as duas mãos na minha mesa mas, como sempre, nunca olhou directamente para mim. Era como se não fosse capaz de me encarar.

- Noah, deixa-me em paz! Tu não mandas em mim! Não sei qual é o teu problema comigo mas também já não me importa! Eu não vou deixar de viver a minha vida só porque um rapaz parvo decidiu embirrar comigo! E depois, quem está sempre a atravessar-se no meu caminho és tu!

- Não te atrevas a aparecer por lá. Já destruiste demais a minha vida! - e desapareceu.

A sério, este rapaz devia consultar um psicólogo. Eu já não sei como lidar com isto.

- Então Chloe, o que queria o Noah? - perguntou animada a Susan enquanto se sentava ao meu lado.

- Infernizar-me a vida como sempre - resmunguei.

- Não lhe ligues. Vamos andando, ainda tenho de passar no multibanco antes de irmos ao shopping!

- Tens razão. Vamos lá ter uma tarde de raparigas - sorri.

*

- E este Chloe, o que achas deste?

- É lindo Susan, como todos os outros trinta que já experimentaste - disse aborrecida, enquanto bocejava.

Estávamos há mais de uma hora na mesma loja, enquanto a Susan experimentava imensos vestidos e desfilava até mim.
Eu estava esparramada num puff enquanto a via exibir-se com cada vestido.

- Então vou levar este - decidiu ela.

- Boa, finalmente! - suspirei eu levantando-me.

- Então e tu, Chloe? - perguntou ela enquanto trocava a roupa.

- Eu vou levar este - disse, apontando para o vestido apoiado ao meu lado.

- Tens a certeza? Tu só experimentaste esse. Apesar de ficares estonteante com ele, acho que devias confirmar se não gostas de outro - argumentou ela.

- Não não Susan. Este está óptimo, a sério. Só quero ir embora. Ainda temos de passar no cabeleireiro e escolher que sapatos vamos levar em minha casa. Calças o 36 não é? - perguntei enquanto voltava a bocejar.

- Sim calço. Mas Chloe, não posso estar a gastar mais dinheiro por causa desta festa. Não posso ir ao cabeleireiro - explicou a Susan.

- A minha mãe é cabeleireira Susan. Não vamos gastar nada. Anda lá, vá - despachei-a. Ela voltou aos pulinhos para dentro do provador e eu olhei para o meu vestido.

Era todo preto, com mangas de renda, transparentes.
Era aberto de cada lado da barriga, e curto. Se calhar curto demais, mas isto também fazia parte dos meus planos para provocar o Noah. Sim, eu sei que é extremamente infantil, mas não consegui evitar, só o queria irritar, porque ele me irritava também e acho que é mais do que justo!

*

- Olá mãe - disse enquanto lhe dava um beijo repenicado na bochecha.

- Olá filhota! Vieste visitar a tua mãe ao trabalho? - perguntou-me curiosa, enquanto penteava o cabelo de uma rapariga. Provavelmente, mais uma que também ia à festa.

- Sim mãe. E de caminho lembrei-me que podia aproveitar para arranjar o cabelo para logo - sorri tentando que soasse como um pedido.

- Ah, já estava a achar muito estranho - riu.

- Olha mãe, esta é a Susan. Susan, esta é a minha mãe, Evelyn Smith - apresentei.

- Olá Sra. Smith - cumprimentou a Susan, envergonhada.

- Uau! Adoro o tom do teu cabelo! É um rosa lindíssimo! Que sofisticado! És tu que pintas? - perguntou entusiasmada a minha mãe enquanto lhe mexia no cabelo.

- Hum, sim, a minha avó ajuda-me a pintar - disse ela olhando para o pé.

- Vou fazer-te o penteado mais lindo da festa! Sentem-se, vou já ter convosco! Meg, acabas aqui com esta menina por favor? - pediu ela à colega enquanto esvaziava um armário cheio de escovas, cremes e rolos.

- Mãe, nada muito extravagante por favor! E nem me tentes mudar a cor do cabelo! - resmunguei enquanto me sentava no sofá com a Susan.

- Nada temam meninas! Vão sair daqui irreconheciveis! - riu ela

- É disso que tenho medo - sussurrei para a Susan.

Thank you. ChloeOnde histórias criam vida. Descubra agora