Capítulo IV - A festa

224 7 2
                                    

Saímos do salão perto das 19h. E a minha mãe tinha razão: estavamos deslumbrantes!

A Susan tinha o cabelo todo cacheado, brilhante. A franja estava apanhada de lado com um gancho que tinha uma flor preta.
Os olhos estavam sombreados em tons rosa claro e preto e os lábios num tom rosa mate.

Eu tinha o cabelo liso, para contrariar o habitual, com um topete na franja. A minha mãe bem me tentou convencer a pintá-lo de preto, mas sem sucesso.
Tinha os olhos esfumados de preto e com os cantos dourados e um batom vermelho brilhante.

Fomos até minha casa e encomendamos uma pizza familiar para as duas. A minha mãe ainda ficou no salão e, claro, o meu pai não estava em casa.

- Uau, a tua casa é linda Chloe - comentou a Susan enquanto esperávamos pela pizza.

- Obrigada - sorri - Era uma casa antiga, o meu pai modernizou-a o máximo possível, tentando manter o aspecto rural. Pena que não quis pôr uma piscina, mas ainda tenho esperança. Mas é muito grande para só nós três.

- A minha casa é muito mais pequena, só tem um andar, e nem tem jardim - respondeu ela enquanto olhava em volta.

- Aposto que é muito mais acolhedora! - disse-lhe.

Triiiim.

- Olha, deve ser a pizza! - comentei enquanto me dirigia à porta.

- Finalmente! - exclamou a Susan, com o seu apetite do costume.

*

Depois de jantarmos, ajudei a Susan com os sapatos. Vestimo-nos, calcei os meus botins e estávamos prontas.

- Preparada? - perguntei, meio ansiosa.

- Sim. Vamos a isso! - respondeu a Susan, também ansiosa.

Chamei um táxi e fomos para o portão de minha casa aguardar por ele.

Quando o táxi chegou, dei-lhe as direcções que vinham no convite. Ele introduziu-as no GPS e seguiu caminho.

Estávamos a chegar e dava para entender: imensos carros estacionados, música que daria para ouvir a uns bons quilómetros dali, homens vestidos de preto, e raparigas pouco vestidas da mesma cor.

Paramos em frente à república, pagamos o táxi e saímos.

Era como um filme! O caminho até à porta era iluminado com tochas de cada lado, enquanto o chão era decorado com pétalas de rosa negra.

- Isto mais parece um ritual satânico Chloe - disse a Susan com medo, agarrando-se a mim.

Eu ri-me.

- É giro Susan. Não sejas tonta.

Quando chegamos à porta, um rapaz meio tímido pediu-nos os convites. Entregamo-los e entrámos.

A república de teatro era gigante, mas antiga. As escadas que davam acesso ao primeiro, segundo e terceiro andar eram as mesmas, em caracol, mas espaçosas, e de madeira.

Havia imensas pessoas a dançar em todo o lado, outras a jogar um jogo qualquer com uma garrafa e outros tantos nos cantos a conversar. A música era boa, actual e conhecida. O ambiente estava perfeito!

Quanto à piscina, desistimos de lá chegar no início, porque o caminho estava completamente congestionado. Resolvi ir até à cozinha, onde estavam as bebidas.

Encontrei uma garrafa de tequila, que não era uma bebida que conhecesse muito bem, mas que já tinha visto as pessoas beberem nos filmes.

- Vamos beber shots Susan? - perguntei sorridente, com a garrafa na mão.

Thank you. ChloeOnde histórias criam vida. Descubra agora