- Mãe, vou passear o Knockles, queres vir?
- Não filhota, vai tu, não me apetece. Vou até ao salão dar umas indicações à Meg, depois venho fazer a mala. Vais deixar o Knockles em casa da Eleanor?
- Sim, vou dar uma volta com ele e depois deixo-o lá. Já levo aqui os brinquedos dele, a ração e a taça da comida e da água. Ah e a cama dele também.
- Optimo. Vens jantar a casa?
- Se calhar janto em casa da Eleanor hoje. Para me despedir.
- Chloe, são só dois dias.
- Eu sei, mas já sabes como sou sentimentalista, não é? - ri.
- Sim, sei. Vai lá então. Vemo-nos logo.
Antes de ir ter com o Noah e a Eleanor, eu tinha de ir a outro sítio primeiro.
*
- Olá pai. Este é o Knockles. Encontrámo-lo perdido perto de casa do Noah, no dia em que... te foste embora. Agora vive lá em casa connosco. Ias gostar dele. Pensando melhor, se calhar não. Ele roeu a tua colecção de discos de vinil, que estavam por baixo do dvd, na sala. Não ias gostar nada dele! Tenho saudades tuas pai. Odeio o que fizeste connosco. Foi cruel, foi grave, foi desumano, principalmente com a mãe. Mas não posso continuar a ignorar o pai maravilhoso que foste antes de tudo isto ter acontecido. Depois de ler a tua carta, sabes do que me lembrei? Quando decidiste que iamos à pesca e caímos dentro de água. Estavas tão engraçado com aqueles calções havaianos. Eu preciso tanto de ti pai.
O Knockles estava sentando ao meu lado. Parecia perceber que eu estava triste e não parava de me dar a patinha como se me tentasse animar. Adoro este cão. Estava a crescer rapidamente, o pelo castanho dele estava cada vez mais comprido e aquelas orelhas espetadas estavam enormes.
- Meu dumbo lindo - ri, fazendo-lhe festinhas - Vamos ter com a Eleanor?
Ao ouvir a palavra "Vamos", ele levantou-se entusiasmado e lá fomos nós.
*
- Contaste alguma coisa à tua mãe? - perguntei ao Noah enquanto ele me ajudava a tirar as coisas do Knockles do carro.
- Não, achei melhor não. Ela ia sofrer muito com isto e, apesar das consultas estarem a ter resultados fantásticos, tenho receio que ela tenha uma recaída - explicou.
- Porque é que esta história afecta tanto a tua mãe? Eu sei que ela se preocupa muito contigo, mas este é um assunto teu. Ela se calhar ia querer saber, para estar ao teu lado.
- Este assunto está longe de ser só meu Chloe. Acredita.
Lá vêm os enigmas. Pensava que já tinhamos acabado com isso.
- Porque dizes isso?
- Por nada. Deixa lá isso. Vamos, a Eleanor já tem o jantar pronto e ainda vai esfriar - fugiu do assunto e eu já o conhecia o suficiente para saber que ele não me iria contar nada.
*
- Eleanor, mais uma vez obrigada por ficar com o Knockles. Ele adora-a, tenho a certeza que ficou todo feliz por vir para aqui - sorri, despedindo-me.
- Oh, eu é que agradeço. É o meu netinho - riu ela, pegando-lhe ao colo.
- Sim, é o mais perto de neto que vais ter tão cedo - gozou o Noah, fazendo com que todos nos rissemos - Eu vou acompanhar a Chloe ao carro e já volto.
- Está bem, eu vou pôr a cama do Knockles no meu quarto - respondeu a Eleanor, pegando na caminha dele e saindo pelo corredor.
- Ficas bem Noah?
- Fico.
- Não te deixes afectar pelo que aconteceu. Ela é passado, lembras-te? Não deixes que, o que quer que seja que ela te tenha feito, te atormente de novo. Eu volto num instante. Prometo - sorri, esticando-lhe o dedo mindinho, o qual ele agarrou com o dele.
- Eu não deixo. Eu agora tenho uma mulher a sério ao meu lado. Não há nada que me abale - sorriu.
Dei-lhe um beijo demorado, abracei-o e entrei no carro.
Amanhã ia ser um longo dia.
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Thank you. Chloe
RomansChloe - Uma rapariga ruiva, inocente, feliz. A vida pregou-lhe várias partidas que ninguém deveria viver, mas ele estará sempre ao lado dela. Certo?