Thank you. Chloe

Capítulo XXXVII - Terapia

-Noah-

É estranho vir às aulas e não ter a Chloe por perto. Não entrar com ela na univ, não lhe dar um beijo de despedida antes de entrar, não ter aquela ansiedade antes de almoço, sabendo que ia estar com ela.

Aquela rapariga é como uma onda de sensações boas. Preciso dela ao meu lado.

- Então, ainda a deprimir por amor? - gozou-me o Ryan.

- É, faz parte. Amanhã ela já está de volta.

- Sim, e para não estares com essa cara insuportável até lá, hoje vamos sair!

- Sair? Não me apetece, Ryan.

- Vá, vou fazer terapia contigo como fiz com a Chloe. Vamos à mesma discoteca que a levei e tudo.

- Tu levaste a minha namorada para uma discoteca? - perguntou.

- Hum... eu, a Susan, o Kevin.. - respondeu atrapalhado.

- Estava a gozar, parvo, eu confio em ti. Está bem, vamos lá a essa discoteca, mal a mal ia ficar em casa sem conseguir dormir.

- Isso tudo porque a Chloe foi passar dois dias fora com a mãe?!

- Não. Ela voltou.

- Ela? Ela quem?

- Amber.

- Voltou? Como assim, voltou?

- E nem imaginas porquê.

Contei-lhe tudo o que se tinha passado naquela tarde e como tinha ficado a saber que ela era irmã da Chloe.

- Por isso é que elas são tão parecidas! - concluiu o Ryan.

- Sim.

- Já contaste à tua mãe?

- Não. Não vou contar. Não a quero em baixo de novo.

- Mas é melhor ela saber Noah. Se elas se cruzam por aí, tu sabes que não vai correr nada bem.

- Eu sei. Mas mal seja que se cruzem. Ela anda tão contente, agora tem o Knockles e já nem vê mais nada à frente.

- Pensa bem no que estás a fazer, Noah.

*

Não era fácil expôr as coisas assim à Eleanor.

Como é que lhe ia dizer isto? O Ryan tinha razão. Eu tinha de lhe contar.

Mas como é que lhe digo que a mulher que fugiu com o marido dela, deixando-nos completamente destruídos, deixando-a devastada e fazendo com que eu me tornasse num homem sem objectivos...estava de volta? E era irmã da Chloe? Como é que se conta algo assim?

Não. Eu não lhe ia dizer.

*

- A discoteca é muito boa não é? - gritava o Ryan, dançando daquela maneira nada discreta dele.

- Sim, é. Acho que nunca tinha vindo aqui - respondi, bebendo a minha cerveja.

Estavamos perto do balcão quando me apercebi que havia uma zona mais silenciosa na outra ponta da discoteca. Não estava com vontade nenhuma de estar ali e queria fugir para lá. Acho que já não tenho idade para isto.

- Olha, está ali o pessoal da República! E aquela rapariga toda jeitosa que entrou a meio do curso! Vamos lá? - perguntou-me de olhos arregalados.