CAPITULO 17 - BÔNUS BRUNO

1.1K 59 13
                                    

Eu estava completamente estranho de uns tempos pra cá, sempre gostei dessa minha vida, morar sozinho, ter paz durante a manha e ainda mais, não ser de ninguém. Confesso que essa vida de ter todas cansa, porque algumas querem algo alem quando o dia amanhece, e eu não estou mais na cama quando elas acordam. Mas tem um grande problema nisso tudo. Depois de anos vivendo isso, eu me peguei sentindo algo diferente pelo simples olhar de uma mulher pra mim, digamos que ela me intimidou pelo olhar, e aquele frio na barriga que avisa que existe algo errado ali, mas minha curiosidade falou mais alto, e movido por ela eu me aproximei daquela mulher. No inicio era só sexo casual, ela não esperava nada de mim e eu nem ficava no dia seguinte, só pagava a conta e um café da manha. Mas depois de um tempo passou a ser mais profundo, ela não pedia mais eu ficava ate o dia amanhecer, tomávamos café junto e ainda a levava pra casa como se fossemos um cas... Enfim, isso me assustou muito, mas continuei fazendo sem nem mesmo me dar conta. Lembro-me ate hoje de ter visto ela chorando uma vez, perguntei o porquê mais ela não me falou, somente disse que as vezes ela queria poder explodir e contar a verdade, mas quando eu perguntei que verdade, adivinhem o que ela me falou ? Se você chutou NADA, esta completamente certa. E ainda disse que eu não seria capaz de entender. E sabe qual foi a minha sensação de ver a Beatriz chorando ? Medo, preocupação de que alguém estivesse fazendo mal a ela e eu não pudesse fazer nada para defendê-la, e ficar de mãos atadas não é o que eu gosto. Ate pensei que fosse na casa da sobrinha dela, mas ela me disse que problema é algo do passado, que ela não agüenta mais carregar e que se pudesse teria sido tudo diferente. Preferi não me intrometer, mas confesso que isso me machucou. E em uma das conversas que eu tinha com um amigo meu do hospital conclui claramente o que eu tinha medo... Eu estava gostando da Bia, mais do que ela imagina ou até mesmo eu gostaria. Nunca misturei sexo casual com romances, isso não combina comigo. Só que aqueles olhos impactantes e aquele sorriso me conquistaram, mesmo com pouco tempo eu poderia dizer que estava me apaixonando por ela cada conversa mais. E o sexo casual ? Esquece, eu não anda mais fazendo nem sexo com as secretarias, quanto mais com ela. Com ela eu queria que fosse diferente, e queria que ela sentisse isso. Então ela teria uma surpresa. 
Mas a surpresa mesmo foi pra mim, que recebi uma ligação dela aflita dizendo que não tinha lugar pra dormir e tudo mais. Falei com convicção que ela poderia ficar em casa e que esperaria ela lá. Só que me lembrei da surpresa e acabei tento que sair pra comprar umas coisas para o jantar, mas deixei um bilhete avisando. Quando sai o elevador tava demorando muito, acho que tinha gente chamando ele lá embaixo então optei pelas escadas. Assim que desci o porteiro me avisou que Beatriz tinha chego e trazia uma mala com ela. Apenas assenti confirmando que já sabia, peguei a minha moto e sai. Já sei o que estão pensando. Eu tenho moto e carro. Carro para o dia a dia e quando estou acompanhado, já a moto é quanto to puto com a vida e quero espairecer. E levando em consideração que eu não posso demorar muito, moto é mais econômica e rápida, enfrentar fila com o carro naquele transito horroroso que é de São Paulo ? Jamais, pego corredores e em menos de 20 min estou no mercado. Estaciono rápido e corro pra ir buscar as coisas, o que é o jantar ? Pizza. Se eu comprei massa pronta ? Não, eu mesmo fiz a massa e pré-assei ela pra montar junto com a Bia no jantar. Acho que essa coisa mais casa faria ela liberar esse sentimento ruim que ela esta sentindo. Saio dos meus pensamentos, quando a mulher do caixa me chama.
- Moço ? – Ela me olha impaciente.
- Perdão moça, quando deu ? – Pergunto pegando a carteira.
- Tudo isso, R$ 53,90. – Ela me olha.
- Passe no cartão por favor. 
- Credito ou debito ? 
- Debito. 
Termino o processo de pagamento e pego mais duas sacolas pra levar as coisas, pois estou de moto e pode cair. Saio do mercado e demoro menos pra voltar já que o transito deu uma melhorada. Deixo a moto estacionada junto com a do porteiro e subo pelo elevador. Assim que entro em casa vejo uma Beatriz muito acabada sentada no meu sofá com uma expressão muito mal. O olhar dela sobre e se encontra com o meu, e nota-se que ela estava chorando. Fecho a porta atrás de mim e vou ate a cozinha, deixo tudo encima da mesa e volto pra sala onde ela continua na mesma posição, mas agora não consegue me encarar.
- O que houve Bia ? – Pergunto preocupado. Nunca vi ela se quer sem maquiagem, imagine assim com olheiras.
- Preciso conversar com você, contar o que realmente aconteceu. – Ela fala, mas ainda sim não me encara.
- Olha, não precisa ser agora ok. Quando estiver pronta pod... – Ela não me deixa terminar.
- Por favor Bruno não me interrompa. O assunto é serio e só vou me certificar que não vai mudar de idéia quando eu contar. – Ela fala amarga, como se ela tivesse feito algo extremamente errado e que não tivesse concerto.
- Mas mudar de idéia pelo que ? – Pergunto sem entender.
- Me deixar ficar aqui. – Ela fala e então me olha. – Por favor só peço que me escute. – Ela fala novamente chorando, e isso me assusta de certa forma.
- Ok linda. – É a única coisa que sai de mim.
- Bom não vou lhe contar tudo, só o essencial. Eu morava em Londres, mas antes estive em Miami e tive meus casos lá. Mas sempre fui obcecada por Pedro, o ex-marido da minha irmã. Nos sempre fomos amigos, e ele era um ótimo amigo, ele se preocupava comigo lá em casa até mesmo quando a Marcela chegou. Quando minha mãe ia entregar as roupas que ela lavava era ele que me ajudava com a Marcela, sempre foi, mas mesmo assim Pedro era mais novo que eu e rico também. Desde de pequena eu sou ambiciosa e Pedro também era... Sempre fomos na verdade. Mas teve uma vez em casa que eu confundi tudo e o agarrei. Dei um beijo nele que pra mim estava ótimo, até perceber que ele não retribuiu, brigamos e ele sumiu, e eu também me esqueci que ele existia. Marcela cresceu e eu sai, fui tentar a vida pra fora, tentar ter aquilo que eu queria mas nunca tive, e nesse meio tempo minha mãe adoeceu e ninguém me encontrou. Só que as coisas não deram pra mim e eu voltei. Acabei descobrindo que minha mar havia falecido a 1 ano, e desde então Mah estudava e cuidava da casa, eu me senti mal por nunca ter ligado e conversei com ela, que na época que mamãe morreu tinha somente seus 11 anos. A partir daí cuidei dela, com a ajuda das vizinhas. Nunca odiei a Mah por ela não ser filha da minha mãe, mas tinha ciúmes do amor da minha mãe por ela... E depois disso tudo piorou. Alguns anos depois descobri que a Marcela estava estudando de bolsista na mesma escola que Pedro estudou, mas não imaginava que ele ainda estava lá, porque nas contas que eu fiz, ele terminaria o colégio quando Marcela fizesse uns sei lá 12 anos, mas ele repetiu duas series, o que fez com que eles se encontrassem numa festa de alunos na escola. No inicio eu não via, mas depois percebi que eles tinham um envolvimento muito forte e tentei separá-los, mas não funcionou. Porem ninguém soube que fui eu. E isso fez com que eu guardasse só pra mim um ódio da Marcela. Não era lá bem ódio, mas sim inveja. Eu sempre achei que ela roubou o que era meu. Então depois que eles casaram e ela engravidou e eu tentei separá-los novamente, mas não daria pra fazer isso com ele completamente sóbrio, então quando vi que a empregada iria levar água pra ele, coloquei um remédio dentro. 10 min depois eu fui ate a sala instiguei e quando ele ia fazer alguma coisa travou. Como se o remédio, não tivesse surtido o efeito completo e ele estivesse lembrando dela. Foi um fiasco total e pra variar a filha dele, Lívia viu tudo o que aconteceu e me crucificou, falou que era pra mim ir embora se não ela contava pra Marcela e pra não prejudicar ninguém eu fui. Passei todos esses anos longe e acabei descobrindo que eles estavam se separando e voltei achando que tinha a minha oportunidade de ter ele pra mim. Mas na verdade eu sempre quis o dinheiro, nunca fui apaixonada por ele. Então quando soube que ele e Marcela estavam prestes a reatar o casamento eu pensei rápido e juntei o pouco de provas falsas que eu tinha e estraguei a vida dela. Contei sobre o fato de não ser filha da minha mãe, que eu e Pedro supostamente ficamos juntos, e ainda forjei umas fotos dela pro Pedro acreditar que ela estava tento encontros com outros homens. E assim acabei ferrando de vez com a minha vida, Marcela me odeia, apanhei da Lívia e Pedro não me suporta. E foi assim que precisei da sua ajuda pra ter um local pra morar, porque Lívia me colocou pra fora da casa dela. – Ela suspira depois de contar e eu fico estático não ouço mais nada.
Era muita informação pra mim, então foi por isso que ela quis vir morar aqui em SP, pra ficar com o Pedro por causa do dinheiro ? Eu não estava acreditando o que ela me contou e não tive reação. Mas não podia negar que depois de saber da vida dela e de tudo que aconteceu eu senti vontade de acolhê-la e dizer que a quero comigo pra sempre aqui. Sai do meu transe quando escuto o barulho das rodinhas da mala da Bia passando pela sala, ela estava chorando bastante. Não me controlo e levando, mas ela se afasta de mim.
- O que esta fazendo com essa mala ? – Pergunto olhando-a nos olhos.
- Oras Bruno, eu te contei tudo. É normal essa reação que você teve de não me suportar, vou embora agora mesmo. – Ela fala e eu fico estático novamente, ela acha que eu a odeio e ... Não, meu Deus. Como amo essa mulher. Vejo ela mexer a maçaneta e corro ate a ela e seguro seu braço.
- Você não vai a lugar nenhum. – Falo convicto. Ela ainda não me olha.
- Me solta Bruno, pra que ficar em um lugar que não me supor... – A interrompo assim que vejo o que ela vai falar.
- Eu disse que você não vai a lugar nenhum... – viro ela bruscamente pra mim. – Porque eu quero você aqui Beatriz, você não viu ainda ? Eu gosto de você, sou apaixonado por você, e quero que fique aqui comigo. – Falo e ela agora me olha espantada. Sem deixá-la responder a beijo como há muito tempo quero beijar, com paixão e carinho, mas vorazmente. Ela corresponde ate nos faltar o ar. Ela me olha ainda chorando.
- Tenho medo de não ser o suficiente pra você e... – A interrompo novamente.
- Shhhi... Me de essa chance. Fiquei comigo Bia. E verá que existe este mesmo sentimento dentro de você, só basta dar um empurrãozinho pra ele sair. Por favor, fiquei comigo... – Olha-a com carinho e enfim ela sorri pra mim.
- Tudo bem, acho que podemos tentar. – Ela fala e me beija, levando embora toda a sanidade que ainda tinha. A pizza, bom nos a fizemos depois do sexo, e comemos e fizemos mais sexo e dormimos juntos e abraçados, como sempre imaginei. Não podia estar mais feliz.

3 MESES DEPOIS...

Eu não acreditava em tudo aquilo. Bia tinha aprendido a gostar de mim e a convivência ajudou bastante pra isso. Não posso dizer que ela me amava completamente, mas consegui amansá-la. E a ganância que ela tinha ? Foi embora, ela realmente parece outra. Aprendeu a cozinhar o básico e a usar uma maquina de lavar roupas. Já era um avanço pra nunca tinha feito nada do tipo. Hoje é dos típicos sábados que eu e ela ficamos em casa nos ajudando e depois vamos assistir um filme no dvd comendo porcarias (eu me cuido, mas os finais de semana eu acabo relaxando por ela) como lanches, batatas e doces de todos os tipos. Eu podia sentir que ela estava feliz... 
- Ta perdido no mundo da lua querido ? – Ela me tira do transe. Acabou de acordar com uma camisa social minha e com o cabelo bagunçado.
- Oh minha linda desculpe se te acordei... – Falo dando um beijo nela. Ela para o beijo com vários selinhos e depois me olha sorrindo.
- Hoje é um dia especial pra nos. Faz três meses que minha vida mudou e eu sou grata a você por isso. – Ela fala sorrindo.
- Eu que agradeço por me mostrar que eu posso ser um homem feliz a cada dia que se passa... – Falo a beijando, não me canso de fazer isso. A campainha toca. – Coloca uma roupa que eu vejo quem é amor. – Falo dando um selinho nela. 
- Ok querido... – Ela me olha sorrindo e me da um ultimo selinho antes que eu saia.
Chego na sala e me surpreendo com quem é, minha única é mandar que entre e espere. Vou ate o quarto e ela me olha sorrindo.
- Quem era amor ? – Ela pergunta e eu acho fofo o jeito dela me chamar de amor.
- É pra você e esta lá na sala. E alias amor, se prepare por a cara não é a das melhores não viu... – Eu digo isso e lhe dou um selinho, ela fica tensa e termina de colocar a roupa correndo. Só espero que de tudo certo...

Ate Que o Casamento Nos Separe !Onde histórias criam vida. Descubra agora