NARRAÇÃO DE BIA:
Eu não sei bem o que eu senti quando vi a Livia hoje abrindo a porta daquele jeito, mas sei que foi algo muito forte. Eu nunca conseguiria manter a "calma" em uma situação como essa, ela escorrendo o liquido da bolsa na porta e em dois segundos eu já tinha agido mesmo que sem raciocinar muito bem. Talvez o extinto materno esta em mim também, afinal daqui algumas semanas eu estarei dando a luz também. Voltando ao momento de hoje, nem sei o que foi mais constrangedor, ver o Gustavo de cueca ou atrapalhar um love da Mah e do Peh, mas foi necessário afinal, a filha deles iria dar a luz e isso foi mais do que um motivo importante. Devo confessar que nunca vi três pessoas se vestirem tão rápido em toda a minha vida, assim que sai do quarto de Mah o Gustavo já estava na porta com a bolsa do neném e com as chaves de um carro na mão - o carro dele suponho - e corro até ele.
- Não Guh ela está no carro do Bruno, vamos nele mesmo depois eu venho pegar seu carro. - Falo e ele apenas assente jogando a chave pra mim e descendo. E nesse meio tempo Mah e Peh estavam saindo do quarto vestidos e apresentáveis para ir a um hospital. No caminho para lá, Bruno foi dirigindo porque ele tinha mais agilidade no volante, e a cada semáfaro fechado ele fazia perguntas a Livia, como ele trabalhava em um hospital ele sabia o procedimento inicial de um medico antes de um parto normal. Assim que paramos na porta do hospital eu e Guh ajudamos a Livia a descer, que neste momento grita de dor, pedindo por favor uma cadeira que ela não vai conseguir andar. Mas nisso tudo o médico que cuida da gravidez da Livia nos vê e pede logo uma maca para coloca-lá deitada e sem entender exatamente nada leva ela para um quarto enquanto verifica se a dilatação esta boa para ela ter o bebê. Gustavo é chamado pelo mesmo médico minutos depois dizendo que Livia quer o ver e não volta mais.
São horas de tortura, curiosidade e tensão. Ninguém fala nada. Estamos todos sentados na sala de espera para saber como esta a Livia e o bebê mas ninguém sai, ninguém avisa e isso chega a ser até um pouco irritante, já estávamos apavorados pela bolsa ter estourado antes do dia marcado para a cesariana, depois essas coisas de parto normal na situação de Livia é complicado porque ela sofre de problema de pressão alta, ou seja, desde o inicio deste precedimento demorado e doloroso sabíamos que era de risco ou pra ela, ou para o bebê. Uma enfermeira passa mas não diz nada, eu começo a ficar irritada com a incapacidade dessas enfermeiras de não dar informações concretas de alguém. Sempre que você pergunta é a mesma resposta " nos não sabemos de muita coisa, mas falaremos com o medico responsável e voltamos com novidades sobre a paciente." Horas, isso irritaria qualquer um, e pra variar elas nunca voltam porque nunca falam com o tal do "medico responsável", mas que droga.
Uma meia hora avisto o Gustavo saindo de uma das portas sorrindo feito um bobo e meu coração se acalma, pelo sorriso dele esta tudo bem com os dois amores da vida dele, e que o parto de Livia foi um sucesso.
- E então meu filho, nós conte o que houve ? - Pergunta Marcela aflita. É inevitável, mães sempre se preocupam e só sossegam quando escutam ou veem as coisas nos seus devidos lugares.
- Está tudo ótimo, Livia está descansando e meu filho está indo para o berçário. Querem vê-lo ? - Gustavo fala sorrindo e orgulhoso de Livia ter aguentado firme o parto difícil.
- Queremos sim filho. - Fala Marcela indo o abraçar seguida de Pedro. Depois vamos eu e o Bruno dar os parabéns pelo filho saudável, e então aparece finalmente a mocreia da enfermeira nos encaminhando para o tal berçário onde o menino está. E minha nossa como ele é lindo. Tem os olhos e o formato do rosto de Livia, porém tem o nariz e a boca de Gustavo, que por citar está sorrindo abertamente para o recém-nascido dormindo em um dos berços. Nossa eu acabo de notar que preciso tomar um ar e um copo de água bem gelada.
- Amor vou beber uma água e tomar um ar fresco. - Falo no ouvido do Bruno quando ele cessa a conversa com Gustavo.
- Tudo bem amor ? - Ele pergunta visivelmente preocupado e levando em consideração o tamanho da minha barriga, é pra botar medo mesmo.
- Tudo sim, só preciso de água e ar fresco amor, é rápido. - Falo dando um selinho nele e sorrindo em seguida.
- Ok então. Tem um casaco seu no carro, abra a porta do passageiro e pegue-o caso esteja muito frio lá fora. - Ele fala beijando minha testa.
- Ok amor, te amo. - Falo sorrindo e saindo de lá antes de obter respostas dele. Assim que paro na porta do hospital com um copo de água noto que o tempo virou mesmo, e que esta um vento muito gelado aqui fora "assim que terminar de beber a minha água vou até o carro pegar uma jaqueta pra mim e para o Bru que quando sair vai tremer de frio." falo em pensamento enquanto me sento em um bando perto da porta. No ultimo gole de água me levanto e caminho até o lixo para jogar o copo fora, e neste momento passa um homem muito apreçado que ao passar por mim esbarra no meu ombro e quase me faz cair de bunda no chão. E detalhe, o babaca nem para pra saber se eu estou bem.
- Imbecil... - Falo mais pra mim mesma, pois o homem está longe e jamais ouviria isso. A moça que estava ao meu lado perguntou se eu estava bem e me ajudou a me apoiar para ficar mais reta com o corpo, assim sem ter que me segurar no poste para não cair sentada.
- Obrigada moça. - Falo sorrindo pra ela.
- De nada... - Ela fala também sorrindo e adentra ao hospital.
Caminho tranquilamente até o carro sentindo um vento frio bater nas minhas costas me fazendo arrepiar inteira. Mas não era um arrepio comum, eu conhecia isso e só sentia esse tipo de arrepio quando estava me sentindo ameaçada ou até mesmo amedrontada demais. Pego meu celular e mando uma mensagem rápida para o Bruno.
Para: Namorado :* [20:00]
Amor estou no estacionamento, vem até seu carro comigo ? Beijos, te amo.
Depois de enviar a mensagem passo os olhos por todo o estacionamento mais não tem ninguém lá, então presumo que o babaca que esbarrou em mim já foi embora, então continuo caminhando até o carro de Bruno. Assim que o encontro, destravo ele e abro a porta para pegar meu casaco mas sinto duas mãos pegarem na minha cintura.
- Nossa amor, você veio rapid... - Travo no mesmo momento em que viro de frente pra pessoa que me abraçou.
- Nossa digo eu, além de muito mais gostosa está mais mansinha também... - O homem asqueroso fala com um sorriso meio maquiavelico no rosto então ao notar sua roupa vejo que era ele quem esbarrou em mim na porta do hospital, era ele no shopping e era ele na frente do prédio do Bruno, era sempre ele. Por isso sem nem mesmo saber quem era eu tinha medo. Que nada de ruim me aconteça.
- O q...q...que vo...voc...você... - Não consigo terminar a frase, mas pelos olhos dele vejo que entendeu o que eu quis(ou tentei) dizer a ele.
- Estou atrás de carne fresca, e você está aqui novamente. Do jeito que eu gosto. - Ele fala chegando perto de mim mas eu o empurro e ele acaba caindo sentado no espaço dois carros ao nosso lado e eu aproveito pra correr e gritar pra fora do estacionamento, mas antes mesmo que eu consiga passar pela grade ele me segura por trás e tapa a minha boca com a sua mão e me arrasta para trás de um carro que tinha proximo a nós. - Não seja ridicula, ninguém vai ouvir você e por ser muito má vai ser castigada. - Ele praticamente me arrasta para onde o carro de Bruno está e eu só rezo pra que ele apareça logo, ou antes que ele faça qualquer coisa comigo.
ele me prensa no porta mala do carro e começa a lamber meu pescoço e eu já me sinto aquela Beatriz de 14 anos de novo sendo abusa sexualmente por um maniaco lunatico que não aguenta somente bater uma punheta como todo solteiro normal faz.
- Por... favor... na...na...não - Falo em sussurro pra ele já sem forças pra correr, gritar ou até mesmo chorar emitindo algum som. Eu só quero que isso acabe logo.
- Shhhhh ! Não vai doer nada desta vez. - E depois de dizer isso ele rasgou a minha blusa levando embora também meu sutiã, nesse momento eu só consigo chorar, não emito um grunhido se quer por medo dele me bater, mas choro em silêncio somente ouvindo a respiração ofegante deste estrupador miseravél. - Essa barriga deixou você tão sexy... - Ele fala colocando malicia na sua voz e no seu olhar e eu apenas choro pedindo a Deus pra isso acabe logo e eu que não precise acordar mais. Ele desce até a barra da minha calça e tira um canivete so seu bolso e eu começo a tomar conciencia do que esta acontecendo novamente e do que ele pode fazer com esse canivete de frente pra minha barriga.
- Oh não, isso não por favor eu juro que não falo nada mais isso não eu imploro... - Falo quase num grito só já em desespero. Ele não responde nada apenas abre o canivete e eu automaticamente fecho meus olhos mas não sinto nada, quer dizer na barriga nada, mas o resto de pano que estava me tampando foi rasgado com isso me deixado completamente nua em sua frente. Ele ferve com o olhoar e rapidamente levanta abrindo suas calças deixando seu canivete de lado no chão. Ele se posiciona e da a primeira estocada que é a mais doloria por estar seco e sem camisinha, mas vejo Bruno se aproximando e tive uma ideia faço sinal de silencio com a mão e delicadamente me escorrego dando um chute no canivete pra ele, sinto outra dor e sei que ele deu mais uma estocada, estou prestes a desmair quando Bruno rapidamente pega o canivete e afunda ele no ombro direto daquele nojento que no mesmo momento me solta e vai ver o ferimento, enquanto toma outra na perna esquerda e neste momento ele cai no chão gritando e chingando. Com o canivete ainda em mãos Bruno corre até mim para ver se eu estou bem, eu o abraço forte me sentindo segura novamente, mas ao abrir os olhos vejo aquele desgraçado se aproximando de nós então eu tome a frente de Bruno e acabo tomando um forte baque na cabeça e não vendo mais nada além da escuridão na minha frente.
[...]
Acordo meio atordoada e sem saber de mais nada. Onde eu estou ? Cade todos ? Pergunto-me mentalmente enquanto me esforço para abrir os olhos e me deparar com Bruno na minha frente chorando segurando a minha mão, ele está de olhos fechados pedindo pra que eu acorde logo que tem alguém além dele precisando de mim. Mas quem ? Nossa minha cabeça doi muito e com a dor eu acabo murmurando algo que o faz abrir os olhos.
- Bia ? - Ele pergunta ainda meio indeciso sobre saber se eu eu acordei ou não, estou de olhos fechados novamente pela dor que senti neles quando vi a claridade e pela dor na minha cabeça.
- A...amor - Sussurro já imaginando que ele não tenha ouvido exatamente nada do que eu falei.
- Amor você acordou ... - Ele sorri como um bobo vendo meus olhos finalmente abertos.
- Minha cabeça doi. - Falo colocando a mão nela e ele corre até o corredor pra chamar uma enfermeira, ela logo entra e verifica minha visão e meus batimentos sorri para mim e diz
- Moça, você é um milagre... - Depois de dizer estas palavras ela sai da sala e eu fico sem entender exatamente nada. O que raio esta acontecendo ? E porque eu estou numa cama de hospital ? O que aconteceu comigo ?
- Bruno ? - Chamo em tom de pergunta pra saber se ele esta ali e ele passa pra dentro da porta a fechando e caminha até mim.
- Calma meu amor, o medico já vem lhe ver. - Ele fala e da um beijo na minha testa.
- O que eu estou fazendo aqui Bruno ? Eu estava na maaternidade junto da minha familia ontem para o parto da Livia o que aconteceu ? - Pergunto e Bruno faz uma cara de quem não esta compreendendo exatamente nada, e eu me pergunto se ele realmente sabe o motivo de eu estar deitada nesta cama.
- Você não se lembra de nada ? Nenhum detalhe do que aconteceu ? - Ele pergunta aflito, mas não a ponto de me assustar.
- Não muito especifico, deveria me lembrar de algo amor ? - Pergunto calmamente, e ele me olha diferente agora e se senta na cadeira ao meu lado.
- Do que exatamente você se lembra meu amor ? - Ele pergunta calmamente para mim mas com um olhar de suplica, como se pedisse internamente pra que eu me lembrasse de algo importante, bom pelo menos importante para ele.
- Me lembro de ir a maternidade com vocês e de ver o filho do Gustavo no berçário. Só isso mesmo. - Falo suspirando, e ele me olha diferente agora.
- Só se lembra disso ? Não lembra mesmo de mais nada ? - Ele pergunta com um tom suplicante na voz e agora me assusto. Reviro minha mente pra procurar algum detalhe algo que talvez eu tenha deixado de lado por ser insignificante mas nada vem em minha cabeça.
- Só isso mesmo, porque ? Aconteceu alguma coisa grave comigo ? - Pergunto aflita e ele se levanta rapidamente e me da um beijo a bochecha.
- Já volto, vou ir atrás do seu médico. - Ele diz abrindo a porta e antes mesmo que eu tenha tempo de tentar fazer qualquer outra pergunta ele fecha a porta a trás de si e caminha para algum lugar que eu não vejo do quarto que eu estou. Dez minutos depois ele entra acompanhado de um homem de cabelos grisalhos que eu suspeito ter seus 48 anos e ser o tal médico que ele foi procurar, tem um crachá no bolso do jaleco com o nome dele: Philip William.
- Que bom que acordou Beatriz, vou fazer alguns exames comuns e depois vamos fazer uma tomografia. - Ele diz e eu me assusto arregalando os olhos.
- Tomografia ? É muito grave doutor ? - Pergunto assustada mais ele sorri.
- Não se preocupe nada que a senhora deva se preocupar. E que seu namorado me disse que suas lembranças estão falhas depois do acontecido, então resolvemos fazer por precaução. Como se sente ? - Ele pergunta sem tirar os olhos da prancheta.
- Só com dor de cabeça. - Falo fechando os olhos depois dele tirar nota dos meus sinais vitais novamente.
- Sinais vitais estão ótimos, respiração ok e batimentos cardíacos entraram na media. Bom vou lhe dar um analgésico e você ira dormir por mais algumas horas, mas pra quem passou semanas desacordada devo dizer que você esta ótima. - O médico termina de falar e eu fico estática, como assim semanas desacordada ?
- Semanas doutor ? - Pergunto sem entender mais nada.
- Na verdade, um mês. Foi uma pancada muito forte achávamos não íamos salvar vocês, mas estão bem. - Ele disse vocês ? No plural ? Isso ta cada vez mais confuso pra mim;
- Vocês doutor ? - Pergunto novamente desnorteada, e ele me olha serio agora.
- Exatamente Beatriz, você e a sua filha que nasceu a um mês atrás. - Ele fala mais eu parei na palavra filha. Eu estava grávida ? Acho que esta tudo girando de novo, e eu entro novamente num mar de escuridão sem fim.
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Obrigada pela paciência de todos vocês !
Beijos, da autora. :*
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Ate Que o Casamento Nos Separe !
Roman d'amourMarcela Guimarães é uma mulher de características fortes casada com Pedro Lanzelotty, um advogado renomado na grande São Paulo, eles tem uma filha chamada Lívia uma jovem de 20 anos cheia de sonhos e segredos guardados em sua mente. Quando Lih resol...