T2 C3: Contaminado.

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3:34 PM.

Reunido na recepção, o grupo escuta com atenção as palavras de João e Lance sobre a situação lá fora. Todos otimistas com a notícia de que nenhum morto-vivo foi visto durante o trajeto de ida e volta do cemitério.

- Isso já pode ser o efeito da ação do Exército em Chicago. - Isaac diz.

- Talvez. Com o pânico que tomou conta de grande parte da população muitos evitaram pegar a estrada, então essa ausência de infectados seja apenas uma questão de proporção. - Yago pondera.

- Aquele túnel na saída em que fomos atacados estava cheio de infectados. Com toda certeza grande parte dos que tentaram deixar a cidade por ali acabaram mortos. - Claudio acrescenta.

- Isso explica as estradas vazias. - Lucio chega a conclusão. - O que é algo positivo já que estamos isolados das massas.

- Realmente é bom estarmos isolados, mas isso pode ser um problema caso precisemos sair rápido. - João fala. - Precisamos de mais veículos e combustível e longe da estrada vai ser difícil conseguir.

- Vi uns dois no estacionamento lá atrás. - Lance fala. - Se tiver combustível estamos bem.

- Vamos ver isso com Felipe. - João diz.

- Cada passo que fomos tomar precisa ser autorizado por ele? Estamos num cercadinho? - Yago questiona com um sorriso sarcástico.

- É o preço que temos que pagar para ter um teto e segurança. - João responde com o olhar fixo no irmão.

- E se começar a ficar caro? - Yago lança outra pergunta.

- Acha melhor irmos embora? - João cruza os braços e mantém o olhar nele. - Se tiver alguma opção melhor pode colocar na mesa.

O clima pesado é sentido por todos. Isaac transita os olhos entre os primos, Lucio mantém o silêncio e Luciane encara o filho mais velho à espera de uma resposta, mas tudo que ele faz é erguer os braços como um criminoso acuado.

》》》

Luciane deixa a conversa em curso na recepção sem que os outros notem e saí do hotel. Vê João sentado no jardim e vai até ele, que está perdido em seus pensamentos.

- Tudo bem? - senta ao seu lado no banco.

- Sim. - ele sorri.

- Rapaz, eu conheço você desde o dia em que pôs esse rostinho lindo no mundo. - Luciane diz sorrindo. - Não adianta mentir.

- Nem fingir. - João completa.

- Pra si mesmo agora. - Luciane continua a canção.

Ele sorri e passa o braço direito sobre os ombros da mãe e a puxa para seu peito.

- Precisa descansar. - a mãe aconselha.

- Eu sei. Agora estou um pouco mais tranquilo já que conseguimos um avanço com Felipe. Ele nos queria fora imediatamente e ganhamos alguns dias, mas com Yago questionando cada passo da relação que estou tentando estabelecer com ele fica difícil. - João desabafa. - Precisa conversar com ele.

- Vou falar para seu tio fazer isso. - Luciane garante e muda de assunto. - Quando acha que poderemos voltar para casa?

- Não sei. - suspira pesado. - E nem se poderemos voltar e até que ponto as bombas destruíram a cidade.

- Vai ficar tudo bem. - Luciane afirma apalpando o rosto do filho.

- Torço por isso. - João fecha os olhos ao dizer as palavras interiorizado o desejo.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora