T4 C6: Saliva ou Pólvora.

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06:50 AM.

A brisa gelada da manhã sopra pelo campo esverdeado e vai de encontro ao rosto de Madison, agachada em frente a sepultura do marido. A enfermeira encara fixamente a cruz feita com dois pedaços de madeira, enxuga as lágrimas com as costas da mão direita e se levanta virando-se para João, que a aguarda encostado ao hummer.

— Vamos. - Madison recolhe a pá e caminha na direção do veículo.

— Você está bem? - João pergunta fitando-a, sem sair do lugar.

— Tenho que estar. - Madison diz e suspira em seguida.

— Preciso escutá-la antes de decidir o que fazer em relação a Liptol. - João diz.

— O que tem em mente? - Madison interroga, atenta.

— Mike e Lance acham melhor deixarmos Hilleska e seguirmos em frente, mas não podemos fazer isso agora por causa da Molly e do bebê. Pensei em conversar com Frankie, eles acham arriscado. - João fala.

— De fato é arriscado ir embora agora, assim como ficar frente a frente com Frankie. Quando ele descobrir o que aconteceu com Liam, vai ficar fora de si. - Madison comenta.

— É. - João concorda. — E pelo jeito estamos em um beco sem saída. Pensei que você soubesse o que poderíamos fazer. - conclui com um sorriso discreto.

— Desculpa. Minha cabeça ainda está uma confusão e tudo o que consigo pensar agora e em Molly e naquela criança. - Madison deixa a pá encostada na lateral do hummer e passa as mãos pela cabeça.

— E sobre Evil?

— O que tem ele?

— Acha que ele ficaria conosco?

— Não.

— E podemos confiar que ele não irá nos entregar? - João indaga, cético.

Sendo encarada fixamente por João, Madison demora a dar uma resposta ao jovem policial.

— Podemos. - a enfermeira afirma.

João assente e eles desviam a atenção para os dois mortos que se aproximam pela estrada. João aponta com a cabeça para o hummer e Madison entende o recado adentrando o veículo rapidamente junto dele, que dá partida e arranca antes que os putrefatos cheguem perto.

》》》

Com os olhos vidrados no relógio digital sobre a estante posicionada na parede esquerda do escritório, Frankie começa a apresentar sinais de agonia que são notados por Logan. O político se levanta da poltrona e dá alguns passos em direção a janela. Abre as cortinas deixando a claridade entrar por completo. Fita a rua principal, olha para o portão fechado e coça a nuca virando-se para o fardado.

— Liam já deveria ter voltado. - fala, preocupado.

— Ainda é cedo. Se passar do meio dia, aí sim teremos com o que nos preocupar. - Logan diz, tentando acalmá-lo.

— Não sei se foi uma boa ideia deixá-lo ir sozinho com essas pessoas. Aceitei muito fácil todas as imposições deles. - Frankie desabafa.

— Bom, pelo menos sabemos que eles não farão nenhum mal a ele. - Logan diz.

— Não sabemos disso. - Frankie nega.

— Não é da natureza do Gustavo e, pelo que parece, nem desse grupo que está com ele. Se quisessem ter feito algum mal a Liam, teriam feito quando o tinham nas mãos. Sequer permitiriam que ele retornasse. - Logan argumenta logicamente e Frankie acaba concordando. — Lamento voltar nesse assunto agora, mas o que fazemos com o pessoal detido?

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora