T3 C11: Vidas Em Jogo.

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03:05 PM.

Uma, duas, três, quatro e cinco. Essa é a quantidade de vezes que Fred precisa pegar a areia com a pá até preencher o carrinho de mão. Dee, um dos homens que esteve acorrentado a grade com ele, guia o instrumento em direção a traseira do caminhão onde outra dupla trabalha abastecendo a caçamba do veículo com o material.

Enquanto empurra o carrinho de volta o cabeludo observa o cenário a sua volta. A área em que são obrigados a trabalhar lembra e muito um campo de concentração: o terreno de mais ou menos 1000m² não conta com nenhum edifício, exceto uma construção inacabada de dois andares que agora é utilizada pelos paramilitares como baseamento. Cerca de dez metros à esquerda estão os três conteineres que servem de alojamento para os quase trinta trabalhadores mantidos por Liptol.

Trabalhando agora são treze pessoas ao todo sob a tutela de meia dúzia de paramilitares armados. Os serviços são os mais variados possíveis como, por exemplo, o abastecimento dos caminhões com os materias que serão utilizados no condomínio, o conserto de ferramentas e a seleção de peças úteis de aparelhos coletados em buscas.

— Sem chance de chegar a cerca. - Dee descansa o carro de mão no chão e seca o suor da testa passando a manga direita do casaco no rosto. Embora o clima seja ameno, o sol se faz presente aumentando a sensação térmica.

— Assim como ontem. - Fred acrescenta, desanimado. — Mari não descobriu nada?

— Está na mesma que a gente. - Dee diz olhando para o terceiro container em que o amigo está retido com os demais trabalhadores do período noturno. — A quantidade de guardas aqui dentro não muda independente do horário.

— A única alternativa que temos é derrubar os guardas. Um a um. - Fred diz.

— Simples assim? - Dee o encara, incrédulo. — Aliás, não é nem uma alternativa. Seria se tivéssemos outras opções.

A conversa da dupla é interrompida pela chegada de dois veículos. O sedan adentra o terreno seguido pela picape e ambos ficam surpresos ao verem Frankie desembarcar do primeiro automóvel. O quarteto de paramilitares deixam a 4x4 e a reação não é diferente quando veem Logan. O manda chuva conversa algo com o paramilitar encarregado pela vigia do turno vespertino.

A conversa é curta e Frankie caminha na direção de Fred e Dee. Logan, Max e os outros dois agentes o seguem e assim que a dupla de trabalhadores percebe que é o alvo tenta disfarçar voltando ao trabalho.

— Fred. - Frankie o chama.

Ele larga a pá sobre o monte de areia e se vira. O político o analisa dos pés a cabeça. Fred desvia o olhar rápidamente para Logan, e o paramilitar também o encara focando nos hematomas que deixou por seu rosto.

— Precisamos conversar. - Frankie fala.

— Quero saber sobre Bruna. - Fred exige.

— Venha. - Frankie dá as costas e começa a caminhar na direção do edifício inacabado.

Fred permanece estático. Dee está ao seu lado e sequer move um músculo devido a corrente de tensão que toma conta de seu corpo. Ciente de não estar sendo seguido, Frankie breca e olha para trás. O simples aceno de cabeça faz Logan e Max segurarem o motorista pelos braços e o arrastarem.

Frankie adentra a estrutura e os três fardados que estão dentro ficam de pé. Max e Logan vem em seguida carregando Fred.

— Saiam. Por favor. - Frankie pede ao trio que ocupava o local.

E assim é feito imediatamente e sem qualquer tipo de contestação.

— Você também, Max.

Max assente e sai deixando Fred sob a posse de Logan apenas. O paramilitar o empurra para o centro do cômodo e o coloca sentado em um banco.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora