T3 C7: Riscos.

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02:24 PM

Com as costas da mão direita Madison insiste nas batidas à porta de um dos consultórios improvisados no prédio destinado a abrigar a ala médica. Continua sem resposta, o que a faz bufar e dar as costas pronta para ir embora.

O corredor parece ter quilômetros e mais quilômetros de extensão e o deslocamento parece durar uma eternidade. Mergulhada em seus pensamentos e ainda bastante preocupada, ela para ao cruzar com o homem de cabelos grisalhos e jaleco. Evil, é o nome bordado na vestimenta profissional do sujeito no auge dos sessenta e três anos.

— Estava procurando você. - Madison fala.

— Me achou. - ele passa por ela fazendo-a virar na direção contraria para segui-lo. — O que quer?

— É sobre a menina do acidente. - Madison adianta.

O médico breca em frente a porta do seu consultório, enfia a mão no bolso da calça social cinza e retira o chaveiro com uma quantidade considerável de chaves. Escolhe uma, introduz no miolo da fechadura e destranca a porta já adentrando o recinto que em nada lembra um ambiente médico. Madison o segue e fecha a porta.

— Diga. - ele autoriza após sentar-se na cadeira giratória atrás da mesa no centro do cômodo.

— Ela já está apta a receber alta.

— Sim, eu sei. Inclusive Frankie pediu para que eu o avisasse quando ela estivesse pronta.

— Por que? - Madison franze a testa.

— Ela está sob custódia.

Surpresa e interrogação dividem espaço na face da enfermeira.

— Custódia? - ela repete.

— Sim, parece que o homem com quem ela estava causou um incidente com um dos guardas e foi detido. Como não sabemos a conduta dela, ficará sob custódia até segunda ordem.

— Isso é piada. - Madison protesta com uma risada incrédula. — E onde o amigo dela está?

— Essa é uma informação que nós dois não temos e, na verdade, acho que não interessa a você e tampouco a mim. - Dr. Evil soa ríspido. — Se quiser questionar as decisões do Frankie faça de frente para ele, não para mim.

Madison assente, abre a porta para deixar o consultório e se depara com Bruna sendo conduzida por Kublek e outro agente. A jovem a fita sem entender o motivo de tal medida e a enfermeira consegue sussurrar um "vai ficar tudo bem" antes de perdê-la de vista no final do corredor.

———

Ainda sem entender o desaparecimento repentino de Ketlen, o grupo continua na beira da estrada, espreitando a van capotada.

— É impossível ela desaparecer assim. - Eduardo diz, ainda sem acreditar.

— Acho que devemos nos preocupar com o motivo dela ter ido. - Isaac comenta.

— Ela pode ter nos trazido para uma emboscada. - Cesar teoriza.

— Por que ela faria isso? Estávamos separados, seria mais fácil ela pegar um a um e não nos juntar para fazer isso. - Lucio diz, ponderado.

— Ela veio até nós, sabia onde estávamos, provavelmente por meio do Samuel ou pode ter escutado os tiros. - Lance fala.

— Acho difícil uma criança assustada saber relatar com exatidão o local em que vocês estavam. - Luciane se pronuncia.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora