T2 C7: Decisões.

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07:18 AM.

Sozinho no quarto, Yago arruma suas coisas na mochila até que a batida seca e solitária na porta atraia seu olhar. Cerca de três segundos depois João adentra o cômodo carregando uma bolsa no ombro esquerdo.

– Você está bem? - Yago pergunta sem tirar os olhos do que está fazendo.

– Sim. E você?

– Melhor do que nunca. - Yago fala com um sorriso irônico que não demora a se desfazer. Olha para o irmão. – O que você acha?

– Me diga você. - João dá os ombros e mantém o olhar fixo nele.

– Arrisquei minha vida, levei uma coça - aponta para os hematomas em seu rosto. - e agora estou indo embora. - solta um riso curto.

– O que Derek e Larry realmente disseram?

– Eles vieram da cidade. O bombardeio foi severo, não sobrou quase nada. Tudo o que eles têm são as armas da delegacia e meia dúzia de enlatados. Também perceberam que não vão durar muito tempo lá fora e querem um lugar para ficar. - Yago relata. – Resumindo: eles querem o hotel.

– Perguntaram onde estávamos alojados. Bruna e eu não falamos nada, e você? - João pergunta estudando as expressões do irmão.

– Nada saiu da minha boca. - Yago garante. – Sou um túmulo ambulante.

João sorri fechado com a resposta.

– O que tem aí? - Yago aponta para a bolsa.

– Suprimentos. - João fala já se aproximando e deixando a bolsa sobre a cama, ao lado da mochila dele.

– Deveria guardar.

– Tem pouco aí. - João minimiza apontando para a bolsa. – Fique perto do hotel, vou convencer Felipe a aceitá-lo de volta.

– Acho difícil. - Yago comenta com um sorriso sarcástico.

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Na cozinha, Bruna assopra o copo de chocolate quente. Está na companhia de Nataly, que permanece em silêncio esperando que ela tome a iniciativa de desabafar ao invés de força-la a isso.

As duas têm os olhares atraídos para Luciane assim que ela adentra a cozinha. A recém chegada olha para a morena sentada no balcão e Nataly capta rapidamente o motivo do olhar e discretamente se levanta saindo da cozinha para deixar as duas a sós.

Luciane arrasta uma das cadeiras e se acomoda. Bruna continua com o olhar fixo no piso enquanto segura o copo.

– Precisamos conversar. - Luciane diz.

– Você não tem culpa das atitudes do seu filho. - Bruna diz.

– Mas sinto muito mesmo assim.

– Yago é quem deveria sentir. - Bruna ergue o olhar para encarar Luciane.

Mais experiente que a jovem, ela percebe a raiva presente em seus olhos.

– Ele sente. - Luciane afirma.

– Não vejo isso. - Bruna rebate. – Você sabia?

– Lucio me contou ontem à tarde pouco antes de notarmos que você havia sumido.

– E o que você achou? - Bruna indaga analisando a reação de Luciane.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora