T3 C10: Acordo?

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09:27 AM.

O sedan prata passa pelo grupo de oito zumbis e as criaturas esticam os braços para alcançá-lo. O motorista virando levemente para a esquerda e invadindo a outra faixa, ação que lhe renderia os mais pesados xingamentos caso não fosse o único veículo na rodovia. Frankie diminui a velocidade, a marcha é trocada automaticamente e ele analisa os estabelecimentos à procura de seu destino.
Percorre mais duzentos metros e vê o outdoor enorme do Country Club. Reduz ainda mais a velocidade e realiza a curva à direita para adentrar o estacionamento. Passa direto pela guarita da segurança que conta com a cancela erguida e foca imediatamente no vokswalgen azul parado perto da entrada. Estaciona bem ao lado, desliga o motor, abre o porta luvas e pega a Taurus. Verifica o pente e esconde o armamento no bolso interno do paletó.

Ao desembarcar se depara com os cadáveres de zumbis recém abatidos posicionados um ao lado do outro na calçada. Respira fundo e cruza a porta principal entreaberta do estabelecimento. A recepção é iluminada pela luz diurna que atravessa as enormes janelas. Com algumas coisas fora de seus lugares, como mesas e cadeiras, o local não parece ter sido alvo de vandalismo ou palco de uma luta pesada pela sobrevivência.

Distraído analisando o ambiente, Frankie só percebe a presença de Lance quando o policial sai do ponto estratégico onde a escuridão reina, o que permitiu-lhe uma camuflagem. Ambos se encaram e o político fixa os olhos na glock no coldre do agente.

— Veio sozinho? - Lance pergunta.

— Sim.

Lance se aproxima e para diante dele.

— Se incomodaria se eu o revistasse? - pergunta gentilmente.

— Fique à vontade. - Frankie diz com um sorriso amarelo e estica os braços ao lado do corpo.

Lance não titubeia e o apalpa de cima à baixo. Encontra a pistola na região do torso, recolhe a arma e encara o dono.

— Questão de segurança. - Frankie justifica.

— Fico com ela até terminarmos. - Lance diz guardando a arma na cintura.

Frankie não rebate e Lance passa por ele indo em direção a porta e fechando-a. Aproxima-se novamente e já se senta à uma das mesas dispostas pelo salão. Faz o gesto convidando Frankie a fazer o mesmo.

— Sou Lance Hosborn, policial em Chicago. - apresenta-se.

— Deputado Frankie Calhoun. - o político diz com um leve ar de autoridade.

— Já ouvi falar sobre você. - Lance comenta.

— Bem ou mal? - Frankie questiona com um sorriso de canto.

— Não lembro sobre o que se tratava. - Lance responde, sério.

— Bom, tanto faz, não é? - Frankie sacode os ombros e cruza a perna direita sobre a esquerda adotando uma postura mais fechada. — Estamos aqui por outro motivo.

— Pois é.

Utilizando-se de poucas palavras inicialmente, Lance aproveita o primeiro contato para analisar seu interlocutor. Consegue um primeiro diagnóstico: uma pessoa ativa e manipuladora. O comportamento de Frankie - tranquilo e ao mesmo tempo de imposição - facilitam essa conclusão.

— Temos muito a conversar, sim. - Lance afirma e também cruza as pernas adotando exatamente a mesma postura de Frankie. O político percebe e fica desconfortável.

— Primeiro, eu gostaria de entender o que nos trouxe aqui. Admito que tive que me controlar para não tomar uma decisão precipitada. - Frankie diz, sereno.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora