T1 C5: Perigo.

178 17 15
                                    

– Como assim? - Claudio questiona.

– Dá uma olhada. - Bruna passa seu celular para que o pai leia a mensagem.

– Simplesmente temos que evacuar a região? - ele continua sem entender.

– Quem enviou a mensagem? - Luciane indaga.

– Departamento de Defesa. - João responde ainda concentrado ao conteúdo do SMS.

– É verídico? - Lucio pondera.

– Sim. - Lance afirma verificando seu smartphone. – Também recebi.

– E o que vamos fazer? - Bruna levanta o debate.

– Não disseram para aonde devemos ir, nenhum ponto de segurança. - Yago comenta, pensativo.

– Talvez seja melhor não sairmos. - Isaac diz.

– Não. - João contrária. – Se estão dando a ordem, é porque é mais seguro dessa forma.

– Talvez. Não vamos esquecer que quem deveria estar defendendo as pessoas estava atirando nelas. - Claudio lembra.

– Do que está falando? - Luciane pergunta, tensa.

– Tem alguns vídeos na internet de militares atirando em civis no centro. - Bruna responde.

– Talvez esse seja o motivo da queda do sinal. Cortaram para evitar a disseminação dessas imagens. - Isaac teoriza.

– É o que faz mais sentindo até agora. - Claudio diz, de braços cruzados.

– O que acham? - Yago fita João e Lance.

– Não sabemos o motivo de evacuarem parte da cidade, mas é melhor obedecer. - Lance opina.

– Faremos isso. - João concorda com o parceiro. – Vamos juntar o que for útil e sair antes do anoitecer.

》》》

João abre a última gaveta da cômoda em seu quarto, empurra as roupas para o lado e pega os três cartuchos de munição da pistola que estavam escondidos. Volta para sua cama e deposita dois no bolso lateral da mala.

A foto na estante à esquerda se torna alvo de seu olhar. João pega o porta retrato e sente a mesma velha e conhecida sensação que o atinge todas as vezes: a dor da saudade.

O rapaz senta na cadeira da escravaninha e fita sua foto, ainda criança, com o avô. A paisagem ao fundo contribuiu bastante para deixar o retrato ainda mais marcante.

– Licença. - Bruna bate à porta e atrai a atenção dele.

– Oi. - João ergue a cabeça e enxuga as lágrimas rapidamente.

– Tudo bem? - Bruna percebe a tristeza em seu olhar.

– Sim, entre. - João fica de pé com o porta retrato em mãos.

Bruna adentra o quarto e analisa rapidamente o recinto impecavelmente arrumado. Pousa os olhos na mala aberta sobre a cama antes de encarar João novamente.

– Estava chorando. - ela afirma.

– Não. - nega.

– Eu vi, João.

Ele sorri e estende a mão com o porta retrato. Bruna pega o objeto e contempla a foto da criança de cerca de cinco anos de idade com o velhinho no Cristo Redentor.

– É meu avô. - João fala com um sorriso um tanto emocionado no rosto.

– Foi tirada no Brasil? - Bruna transita os olhos entre a fotografia e ele.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora