T3 C15: Custo.

56 6 1
                                    

Depois do caos instaurado e o fim do tiroteio, os paramilitares ainda de pé fazem uma varredura dentro dos muros de Liptol em busca dos corpos dos parceiros mortos a fim de evitar a transformação. Conseguem achar alguns antes, porém outros acabam passando pelo processo de reanimação e voltam como zumbis.

Ainda com os nervos a flor da pele, o paramilitar que passa próximo ao portão vê um companheiro zumbificado perambulando pela rua. Corre até ele, saca o canivete e assobia chamando a atenção da criatura que se vira imediatamente. As pupilas esbranquiçadas, as veias saltadas na região do pescoço e a palidez são as novas características do fardado falecido que é abatido ao tentar atacar o amigo.

Solicitamos que os cidadãos não deixem suas casas até segunda ordem. Sofremos um ataque, alguns homens foram feridos e outros mortos, infectados dentro dos muros e precisamos contê-los. Até tudo se estabilizar, pedimos para que fiquem em segurança e, caso precisem de algo, procurem um de nós. - Kublek comunica com o mega-fone sobre a caçamba da caminhonete que passa na rua.

Na enfermaria, Dr. Evil luta para retirar o projétil do abdômen de um paramilitar. Roy segura o parceiro que se debate sobre a maca, o médico ajeita o óculos no rosto e segura firme a pinça. O monitor à direita exibe a frequência cardíaca do baleado demonstrando instabilidade nos sinais vitais. O instrumento cirúrgico entra pelo corte de cerca de quatro centímetros e o médico procura cuidadosamente a bala.

— Falta muito? - Roy encara o Doutor, agoniado por ter que acompanhar de perto o sofrimento do parceiro.

— Se a bala não tiver se partido, não. - o profissional responde, concentrado. Olha para o monitor. — A pressão dele está caindo muito rápido. Suspeito que tenha acertado alguma artéria.

— E o que você pode fazer? - Roy pergunta, aflito.

— Estou tentando o meu melhor. - Evil fala manuseando a pinça dentro do abdômen do baleado.

— PUTA QUE PARIU! - o ferido berra de dor.

— Aguenta, Wally. Você vai sair dessa. - Roy diz segurando-o firme para que ele não se debata e dificulte ainda mais o trabalho do médico.

— Estou quase... - Evil cerra os olhos. Consegue pinçar o objeto e o retira cuidadosamente. De repente os batimentos cardíacos entram em queda, o mesmo ocorre com a pressão do paciente que aos poucos vai perdendo os sentidos. — Não! Merda!

Dr. Evil corre para o armário no canto da sala e retira de dentro o frasco com os vidros de epinefrina. Extrai cerca de 0,3 mg para a seringa e corre de volta para perto do paciente aplicando prontamente a medicação sob o olhar desesperado de Roy. O médico encara o monitor, espera uma reação do paciente, mas os sinais vitais continuam caindo até chegarem a 0. A linha reta toma conta da tela e Roy inicia por conta própria a manobra de RCP.

— Não para! Não para! - Evil ordena com os olhos vidrados no monitor.

Roy continua com os movimentos, não desvia os olhos do rosto do parceiro desacordado e reza em sua mente para que ele reaja, e isso acaba não acontecendo. Dr. Evil puxa da tomada o monitor fazendo cessar o sinal agudo que indica a morte do paciente e Roy dá quatro passos para trás afastando-se da maca. O médico passa a mão direita na testa deixando um rastro de sangue na região.

— Acabou. Perdemos ele. - Evil fala, derrotado.

— Fez o que pôde, Doutor. - Roy diz em tom de lamentação. Tira a faca da capa e aproxima-se do corpo. Encara o rosto do parceiro de farda uma última vez, vira sua cabeça para o lado e enterra a faca na nuca.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora