T2 C4: Mentira.

49 12 3
                                    

03:07 PM.

Luciane e Lucio estão na cozinha, local que podem continuar a conversa reservadamente sobre o comportamento de Yago.

– Se ele não sossegar vai ficar difícil evitar problemas. Felipe parece ainda não ter engolido a situação com a esposa e Yago fica provocando. - Lucio diz.

– Acho que Felipe ter permitido nossa permanência acalma os ânimos. - Luciane comenta confiante. – João e Lance têm conseguido dialogar bem com ele, mesmo depois da morte da Sara.

– Sim, eles convenceram Felipe a nos deixar ficar e só conseguiram isso porque foram diplomáticos. Yago está querendo partir para o combate, como sempre faz quando não concorda com algo, e isso não vai funcionar.

– Precisa mostrar a ele que está errado. - Luciane fala. – Ele sempre te escutou.

– Teremos uma conversa séria assim que ele chegar. - Lucio garante.

_

Bruna está sentada nos degraus da entrada do hotel impaciente. Seus olhos estão vidrados na estrada e os pés batem no chão freneticamente externando o nervosismo e a preocupação com a demora do grupo que saiu em busca dos suprimentos, especialmente com seu pai.

– Anda logo... - sussurra.

– Não se preocupe, Fred irá trazê-los de volta. - a voz cansada diz se aproximando. Bruna ergue o olhar e vê Felipe parando ao seu lado com um sorriso. – Ele conhece o trajeto como a palma da própria mão.

– Obrigada. - ela devolve um sorriso tímido e fica de pé. – O senhor se sente melhor?

– Senhor não, por favor. - Felipe faz uma careta de reprovação.

– Desculpe.

– Respondendo sua pergunta, estou lidando com a dor. - o velho põe as mãos nos bolsos da calça e mantém o olhar fixo no portão. – Não é fácil, mas acredito que tudo se resolverá.

– Eu também. - a garota suspira. Encara Felipe. – Por que decidiu nos deixar ficar?

– Acho que essa situação nos irmana de alguma forma. João e eu conversamos ontem a noite e ele contou sobre Samuel. O que o garoto possivelmente presenciava em casa. - Felipe explica.

– É, ele não deveria passar por aquilo. - Bruna abaixa a cabeça momentaneamente. Se sente culpada por não ter feito nada para impedir as agressões diárias que o menino presenciava. – Queria ter feito algo.

– Tem coisas que não podemos resolver, ainda que seja o que mais desejamos. - Felipe fala.

– Eu sei. - Bruna concorda.

– É por isso que os deixei ficar. - ele continua. – Não posso resolver essa bagunça, mas posso fazer com que fiquem seguros até isso passar. Juntos estamos mais fortes do que separados.

Bruna assente e desvia o olhar para a estrada novamente. Felipe cruza os braços e permanece ao lado da jovem.

_

Isaac está em frente à janela no final do corredor no segundo andar. De braços cruzados, ele observa os prédios de Chicago a alguns quilômetros. Também tem a visão de Felipe e Bruna na porta principal.

– Você é sempre sério ou só está tenso também?

A pergunta faz Isaac virar-se. Vê Eduardo encostado na porta do último quarto encarando-o.

– Estou pensando.

– Em?

– O que está por vir.

Zumbis: O Começo do Fim (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora