•05• Mais um aviso inconsciente

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2031: Quinta-feira/ 02:30 - Residência Almada

Esta madrugada traçou como objetivo proporcionar mais uma boa noite de sono aos residentes da residência Almada. No entanto, as batalhas espirituais (infelizmente) não marcavam um horário prévio para chegarem.

Elas começavam as lutas sem pedir permissão e, muitas vezes, elas pegam de surpresa o soldado ou o combatente.

No lado de fora da nossa crioula cristã, isto é, na realidade sensorial, o quarto deste casal jazia uma tranquilidade almejada por muitos.

O cenário era este:

Uma cama confortável em que jaziam deitados este casal, a frescura do cómodo era incontestável com o intuito de manter a estabilidade amena na temperatura dos corpos deles. A luz da lua invadira este cómodo com leves e singelos raios que, por sua vez, traziam a claridade a este mesmo espaço, em uma ligeira percentagem.

Em suma, o lado exterior de Joyce proclamava e estendia um símbolo de paz. Assim sendo, fora erguido uma "bandeira branca" de modo a transmitir e a convocar todos os estímulos, das quais proporcionavam o tão disputado descanso.

Em contrapartida, o lado interno de Joyce esbravejava palavras antagónicas (diferentes) em relação à palavra descanso.

Mais uma batalha obscura e intensa estava a dominar o interior de Joyce e os primeiros resultados da mesma eram a libertação de algumas gotas de suor. A angústia era expressada pela fisionomia desta e uma ligeira movimentação do corpo dela também ocorria de forma involuntária.

A sua mente criara uma cena bem pesada e angustiante.

O sentimento ou o conflito interno era de pura agonia:

Joyce encontrava-se mais uma vez naquela masmorra. Ela tinha os seus pulsos presos por duas algemas de ferro que a deixavam, consequentemente, mais aflita.

Além disso, uma outra cena atroz era apresentada aos olhos desta mulher cabo-verdiana: Quimera jazia deitada no chão desta mesma masmorra e o corpo desta jazida no chão duro transmitia o puro terror visto que Marco estava em cima dela, a esbofetear-lhe vezes e vezes sem conta.

A impotência em que Joyce se encontrava ao assistir esta cena desumana acusava-lhe sem misericórdia.

Acusava-lhe por estar desarmada.

Será mesmo que ela estava?

Gotas de sangue, que rapidamente se tornaram linhas correntes de sangue, estas deslizavam pelo rosto desta portuguesa com um espírito de uma crioula.

As mãos de Marco estavam pintadas em uma considerável percentagem pelo sangue de Quimera.

Faltavam palavras para descrever o estado de espírito de Joyce.

Será que havia Alguém capaz de acabar com toda esta aflição?

Claro que sim!

O Deus que havia enviado o seu próprio Filho para que este carregasse todo o peso das iniquidades que Joyce e toda humanidade cometeu e que cometeria mais a frente, este Deus estava com ela.

Ele sempre está com ela e Ele nos garante isso!

Faltava agora Joyce deixar o General de sua preciosa existência derramar toda a graça sobre ela. Contudo, para que isso acontecesse era preciso que a mesma buscasse a definitiva libertação.

Ela deveria praticar uma equação/fórmula dada pelo seu Mestre a 2 mil anos atrás: cada vez mais estava se tornando vital a prática do 70×7.

Uma Difícil Decisão ▪︎ Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora