•34• Envenenados com Sarin

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2031, Coimbra

Eu estava de joelhos ao pé da Delilah que estava estendida no chão, desacordada

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Eu estava de joelhos ao pé da Delilah que estava estendida no chão, desacordada. Fui sentir sua pulsação pelo pescoço e me parecia fraca, mas também eu não tinha certeza. Eu estava muito nervosa e com certeza estas emoções afloradas em mim podiam interferir nesta análise que eu fazia nela. Contudo, ela estava respirando.

Ao mesmo tempo que eu fazia isso, eu tapava o meu nariz e a minha boca tal como Augusto me dissera para fazer. A uns segundos atrás, ele havia chutado para longe aquela garrafa de gás que alguém atirou na nossa direção.

Foi mais um novo ataque contra mim. Agora envolvendo o meu marido e a Delilah. Antes quem sofreu no meu lugar foi a Dara, que agora busca ultrapassar os danos colaterais daquele “acidente”. As lágrimas caem no meu rosto ao pensar no que podia acontecer de mal à Delilah. Isso não seria justo. Ela tinha que ficar bem. Ela vai ficar bem…

Desvio minha atenção da Delilah ao escutar alguém a chamar pelo Augusto. Ele, por sua vez, parecia tão surpreendido quanto eu. Essa voz de mulher era-me muito familiar. Eu fiquei perplexa ao perceber quem era. Virei-me para o lado aonde escutei a voz dessa pessoa e fiquei meio boquiaberta, levantando minhas sobrancelhas em um ato de espanto.

Era a Rhana. Ela estava muito bonita. Seu cabelo negro solto, trajava uma blusa rosa com uma calça ganga azul claro e por cima tinha uma cardigã preta que ia até aos seus joelhos. Rhana foi tapar o nariz e a boca com um lenço que tinha no bolso. Ela corria até nós.

– Como vocês estão? O que aconteceu? – Rhana olhava de um lado para o outro como se estivesse à procura de alguém ou de algo, até que ficou a olhar para a tal garrafa causadora deste infortúnio.

Nesses poucos segundos, ela pareceu-me analisar à distância aquela garrafa com um conteúdo misterioso e duvidoso. Rhana resolveu sentir a pulsação da Delilah pelo seu pulso e de seguida, apanhou o seu telemóvel que estava na sua cardigã preta.

– Nós estávamos a ir em direção ao carro para irmos almoçar, mas de repente aparece uma van preta, a porta é aberta por um homem com uma máscara estranha e ele atira aquela garrafa para perto de nós. A Delilah acabou por perder a consciência e caiu. Tentei olhar para a placa de identificação do veículo, mas não havia. – Augusto justificou, ainda muito preocupado.

– Ok. Agora tentem se acalmar. – Rhana se levantou  – É melhor nos afastarmos pois ainda não sabemos o conteúdo daquela garrafa. – a voz dela saía meio abafada por causa o lenço que ela colocara no seu rosto como proteção – Vocês têm o número do hospital mais próximo?

– Sim! Eu ligo. – disse Augusto.

Nos afastamos tal como ela mandou. Ficamos todos afastados um dos outros e enquanto isso, Rhana falava com alguém ao telemóvel. Ela estava pedindo ajuda e com certeza era sobre essa tal garrafa. Nesse momento, eu orava a Deus para salvaguardar a vida da Delilah e de todos nós também. Confesso que estou com medo de imaginar o que estava naquela garrafa e que mal nos poderia fazer.

Uma Difícil Decisão ▪︎ Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora