Uma Difícil Decisão ▪︎ Livro 2

•39• Família DiFalco - parte I

Flashback

Vários anos atrás...

Era primavera - a estação favorita da Angelina - que abrilhantava o dia de todas as pessoas em Vancouver com as suas flores vistosas de várias cores. Algumas tinham escondido o orvalho entre as suas pétalas, outras banhavam-se com a luz do sol desta plena manhã.

Dentro da residência da família DiFalco, o clima era manso, tranquilo. O habitual que era esperado numa manhã de primavera. Randal e Angelina dormiam lindamente, um agarrado ao outro fazendo refletir as faíscas do amor deles.

Já alguns degraus mais abaixo, um rapaz de cabelo moreno e vestido com um pijama azul marinho caminhava devagar. Pé ante pé até o quarto do seu irmão que era dois anos mais novo do que ele. Marco abriu, mais alargadamente, a porta do quarto de Paolo que estava semi-aberta e cutucou o irmão freneticamente.

- Paolo! Paolo, acorda... - o casula da família relutou em responder ao irmão mais velho, bufando sem paciência.

- Qual é o teu problema, Marco? - indagou Paolo com a voz rouca e sem abrir seus olhos cor de café.

- Vem ver uma coisa. - Paolo colocou uma das suas almofadas sobre a sua cabeça virada no lado da janela do seu quarto.

- Deixa-me dormir... - balbuciou Paolo, o que deixou Marco sem paciência, fazendo dar as costas ao irmão de onze anos deitado na cama. Ele parou ao pé da porta para dar uma última chance ao irmão.

- É a nova bola que o pai trouxe-me ontem à noite. Não queres jogar?

Na mesma hora, Paolo saltou da cama mostrando o seu pijama cinza, deixando o irmão com um sorriso vitorioso no rosto. Ambos caminharam devagar até o quarto do Marco para não acordar os pais.

- Marco, assim vamos fazer muito barulho. - declarou Paolo, preocupado.

- Relaxa! É só fecharmos a porta e não fazermos muito barulho. - disse Marco com uma careta que expressava que aquilo era óbvio.

Paolo fechou a porta com cuidado para não fazer barulho e começou a aquecer. Marco já exibia seus truques com a bola dando sinais ao irmão para tentar tirar a bola dele. Paolo foi até ao irmão, mas Marco foi mais rápido e fez-lhe uma finta.

- Tens de ser mais rápido, irmãozinho.

No quarto dos pais de Marco e Paolo, Angelina abria seus olhos escuros ainda sentindo a preguiça a querer tomar o controle da situação. Angelina sentia a respiração de Randal na sua nuca, fazendo-a sentir arrepios. Ela retirou o braço direito do seu esposo que estava sobre o corpo dela e apreciou por breves instantes o homem que ela amava perdidamente.

Angelina vestiu o seu roupão cor creme e caminhou até à janela do seu quarto - que estava semi-aberta - ao passo que coçava seus olhos paulatinamente. O primeiro contacto com os raios solares fez com que ela desviasse os olhos para um sítio menos luminoso. Ela tentou mais uma vez e apreciou os arredores de sua cidade.

Ao perceber que a esposa não estava mais no leito deles, este vasculhou o quarto com os seus olhos até ver que a sua mulher estava na janela. Randal vestiu seu roupão creme e Angelina mantinha-se entretida com a paisagem de fora. Seu marido caminhou até ela com um lindo sorriso no rosto, e assim, Angelina saiu do seu momento de nostalgia ao ouvir os passos de Randal e sentir os braços fortes dele pela sua silhueta.

- Bom dia, minha luz do dia! - Randal colocou o cabelo liso da sua mulher no ombro esquerdo dela e ele beijou seu pescoço fazendo-a sorrir e mostrar seus dentes.