•04• Formas de terapia

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2031: Quarta-feira, 16h20mn - Residência Almada

O diferencial entre a residência Almada e os demais abrange mais o facto das peculiaridades internas do que as externas.

Entre as quatro paredes desta residência, a música revigorava a alma dos integrantes da mesma. A música tem um efeito semelhante ao do derramamento de um puro bálsamo visto que a alegria era emanada por meio das fisionomias do casal proprietário desta residência.

A arte de cantar e de dançar eram cruciais nas performances deste casal tão amado pelo Criador de tudo o que existe e que é o Redentor de suas preciosas vidas.

Desde as músicas mais mansas até às mais animadas, agitadas e ainda pode-se dizer energéticas. Desde a execução dos passos mais singelos até aos movimentos mais ousados e frenéticos. Desde os sons mais afinados e simples, até aos sons drasticamente desafinados.

Ao passo que as colunas de som transmitiam a melodia, a harmonia e o ritmo energético, animado e peculiar do funaná, Joyce, por sua vez, se movimentava alegremente tendo em conta a sua paixão por este género musical cabo-verdiano.

A mesma poderia estar longe de sua terra-mãe, a nível geográfico, porém a nível cultural e no mais profundo âmago de seu ser, Joyce estava perto.

Augusto, por sua vez, estava sentado no sofá da cor castanha em um tom escuro, ao passo que o mesmo contemplava a beleza e os movimentos de Joyce, enquanto que balanciava ligeiramente a sua cabeça e "batia" de forma frenética a sua mão direita sobre a sua perna esquerda.

Enquanto as almas deste casal regozijavam por mais uma tarde de muito júbilo como esta que decorria, Delilah surge com todos os seus deveres cumpridos deste dia.

Ela se encontrava bem arrumada para o compromisso que tinha a seguir. A música terminara e Delilah aproveitara este momento para avisar sobre a sua partida:

- Eu já vou sair. Preciso ir agora para não me atrasar para a consulta que fora marcada hoje. - ao passo que Delilah falava, a mesma já havia apanhado a sua bolsa e conferira se todos os seus pertences estavam lá.

- Precisas de um boleia? - interrogara Augusto, enquanto ajeitava o seu cabelo.

- Obrigada pela disponibilidade, Augusto! No entanto, já tenho um amigo à minha espera no carro dele para me levar.

Delilah sorriu docemente.

- Ok! Então, nos vemos amanhã. - Augusto concluíra a frase com um singelo sorriso para Delilah.

- Até amanhã, Delilah! Fique bem. - declarou Joyce com algumas gotas de suor a escorrer pela sua fisionomia mulata.

Delilah assentiu em forma de resposta à declaração de Joyce.

Ela saiu pela porta de entrada e Joyce fora fechar a porta.

De seguida, a nossa crioula fora até ao seu telemóvel para colocar um outro funaná para que a mesma pudesse dançar mais uma vez.

Ela já sentia-se pronta para uma nova rodada...

Entretanto, no decorrer dessa busca pelo funaná certo, Augusto lança uma questão para a sua amada esposa.

- Meu amor, já conversaste com o dr. Braga sobre a retoma das tuas sessões terapêuticas?

Joyce arqueou a sua sobrancelha esquerda devido à questão de seu marido. Ela o olhou fixamente nos olhos por alguns segundos e de seguida, quebrou a inércia que já havia sido instalada após a pergunta de Augusto.

Uma Difícil Decisão ▪︎ Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora