Uma Difícil Decisão ▪︎ Livro 2

•09• Morabeza de Cabo Verde

2031: Terça-feira / 9h30mn - Almada Business

Entre as paredes e os pilares que sustentavam e que davam constância ao grande prédio do Almada Business, neste pairava o sossego e a tranquilidade dentro do mesmo.

Contudo, havia um cómodo neste sofisticado prédio em que jazia sentada em uma daquelas cadeiras giratórias, uma crioula muito bela que, infelizmente, estava sendo atormentada internamente por aquelas lembranças penosas.

Esse infortúnio interno surgiu de repente:

O coração começara a acelerar as suas batidas ao passo que Joyce repousara a cabeça sobre o seu braço esquerdo que, por sua vez, era apoiado pela mesa. Ao passo que silenciosas lágrimas desciam, Joyce massageava o seu peito com a sua mão direita de modo a tentar amenizar a sua dor.

Orar...

Orar era a sua forma de "escape" desse "labirinto" sombrio que, por sua vez, apresentava de novo aqueles momentos de medo e de puro terror.

Só de tentar pronunciar o nome daquele sujeito era um motivo desta sentir-se agoniada pois, automaticamente, aquelas lembranças bombardeavam a sua mente. Sem dor e sem piedade.

E tudo era falta de quê? Era a falta do perdão.

O 70×7 parecia ser inacessível para Joyce. Às vezes, para o ser humano é "melhor" permanecer sedentário em coisas e situações que, infelizmente, não ajudam este em nada.

As estruturas cognitivas imperfeitas fazem com que este aceite essa realidade. Acomodar-se em sua "zona de conforto" é muito mais fácil, porém o preço que este podia pagar é muito caro.

Esta acomodação vale mesmo a pena?

No caso de Joyce, a decisão vital do 70×7 era extremamente crucial para poder ressignificar o seu passado e, consequentemente, poder ser livre.

Sim, Joyce estava presa. Esta encontra-se na situação de uma escrava. Ela não era totalmente: nós podemos estar livres no meio externo, no entanto, é no meio interno que a liberdade é ampla e plena. É só uma questão de consciência.

Jesus foi enviado por Deus a este mundo para poder libertar-nos. Através do sacrifício d'Este, o sangue dele purificou-nos.

O sangue de Cristo purifica-nos e liberta-nos de todo o fardo e de tudo o que aprisiona-nos. Entretanto, quando Jesus bate a porta, o dever de abri-la é exclusivamente nossa.

Todos nós temos a nossa quota-parte nesta questão.

Ele não obriga-nos a nada. O primeiro e decisivo passo é nosso e no caso de nossa cabo-verdiana cristã, era preciso que esta realizasse o algoritmo da libertação, isto é, ela deveria seguir uma sequência de passos que encaminha esta a sua libertação.

O primeiro era perdoar. Não era possível saltar os passos pois se ela saltasse ela nunca seria livre.

[...]

Ao passo que Joyce enxugava suas lágrimas, a mesma buscavam consolar-se ao entoar internamente um louvor que viera a sua mente.

Enquanto ela acalmava-se, ao passo que redirecionava a sua âncora da memória que, por sua vez, estava em uma janela killer e agora esta instalara-se e uma janela light, Joyce surpreende-se com um som que evidenciava claramente a chegada de uma mensagem.