Capitulo 2

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      --Jace. Por favor, não vá. Não me deixe. — eu estava chorando e implorando.- Por favor, volta. JACEEEE!!!!

    Essa foi mais uma noite de pesadelos, eu acordei completamente assustada, porém, depois de muito tempo, esse pesadelo foi diferente de todos os outros e por algum motivo ele me assustou mais que os outros.

    --Mais um pesadelo? — Cris entrou no meu quarto e eu concordei com a cabeça.- O mesmo das outras vezes?

    --Sim. O mesmo. — não sei porque menti para ele.- Desculpa se te acordei de novo. Não consigo entender porque tenho esses sonhos.

   --Tem que ter uma explicação. — Cris se sentou ao meu lado na cama.- Tudo nessa vida tem uma explicação, até para as coisas mais bizarras.

   --Você está certo, meu amigo. — eu toquei na perna dele e meu corpo todo tremeu, como se eu estivesse em perigo.- Obrigada por vir aqui. Vou tentar dormir um pouco, se não conseguir, tomo um calmante.

   --Está bem. Boa noite, Clary.

   Eu não conseguia entender por que me senti daquele jeito quando toquei o Cris. Era como se cada parte do meu corpo me dissesse para tomar cuidado com o garoto que eu considerava como um irmão.

    Depois da morte do Simon, eu não tive mais ninguém até que o Cris apareceu e se tornou tudo para mim e desde então, eu soube que poderia confiar, pelo menos até alguns minutos atrás.

    Fui a cozinha, peguei um pote de sorvete de chocolate e voltei para o meu quarto para comer todo aquele sorvete. Com o pote vazio, eu consegui dormir, sorvete sempre me ajudou, por isso, sempre tenho alguns potes na geladeira.

    No dia seguinte, quando acordei, Cris já tinha saído para ir trabalhar. Como não queria fazer café e o Cris também não tinha feito, tomei um banho, me troquei e fui tomar café em uma lanchonete perto de casa.

    Pedi um lanche natural de atum e um cappuccino com canela. Comi o lanche ali mesmo, pois, ainda tinha um tempo antes de voltar a galeria para começar a entregar os quadros que eu tinha vendido.

    Resolvi ir por outro caminho para a galeria, um caminho mais longo, mas que passava pela casa onde eu morei com a minha mãe até quatro anos atrás, quando um incêndio a matou, ela ficou presa do lado de dentro.

    Mesmo depois de todo esse tempo eu ainda passo em frente a casa, pois, os bombeiros e policiais me diziam que o incêndio tinha sido acidental, mas vendo a casa no estado em que estava eu não conseguia acreditar nisso.

    "Mãe, por que você não saiu da casa? Você me ensinou todos os modos de sair da casa caso alguma coisa acontecesse, por que você não saiu? Eu não consigo entender como foi que a senhora ficou presa e morreu?"

    Essas são algumas das perguntas que eu não conseguia encontrar a resposta e talvez nunca tivesse.

    Eu não podia mais ficar ali olhando a casa, tinha que ir trabalhar. Como sempre fazia, toquei no portão lateral da casa, uma das poucas coisas que tinha sobrevivido ao incêndio.

    Minha cabeça deu um latejada e visualizei uma imagem, um flash de memória.

    Nessa memória minha mãe estava lá, ela estava preocupada com alguma coisa. Estava preocupada comigo. Uma mulher que eu não consigo lembrar quem é também estava na memória, eu sabia que conhecia ela.

    Essa mulher abriu um tipo de portal roxo bem assustador. Minha mãe me abraçou e me empurrou pelo portal.

    Então eu voltei para a minha realidade, eu ainda estava apoiada no portão, minha respiração estava rápida. Eu não estava entendendo nada.

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