Capitulo 1

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      --CLARYYYYY!!!! — alguém gritou meu nome. 

    Eu me sentei na minha cama completamente molhada de suor e com o coração disparado após acordar de mais um pesadelo muito estranho. 

    Eu sempre tenho o mesmo sonho, estou lutando feito uma ninja maluca ou algo assim. Eu acabo sendo atacada por um monstro bem bizarro e essa pessoa, um homem pela voz, chama meu nome desesperadamente. Então eu acordo, como acabou de acontecer. 

   --Você está bem? — meu amigo de apartamento estava parado na porta do meu quarto.- Outro pesadelo?

   --Não. O mesmo de sempre. — eu me levantei e saí do quarto, para pegar uma água na cozinha.- Se pelo menos eles fossem diferentes seria um alívio maior. 

   --Pensei que desenhar estivesse te ajudando. — ele me disse.- Pelo menos não é isso que a sua nova exposição fala? Sobre medos e tormentos?

   --Na verdade, minha exposição fala mais de como o mundo pode ser visto se você olhar além do óbvio. — eu expliquei para ele.- Mas, arte é assim mesmo, cada pessoa interpreta uma obra do jeito que lhe parecer melhor ou inspirar melhor. Não existe um consenso. 

   --Sabe esses seus pesadelos podem ter outra explicação. — meu amigo disse.

   --E qual seria Christopher? — perguntei.

   --Sua exposição. Você deve estar nervosa com a inauguração amanhã e por isso está tendo esses pesadelos.

    Eu sabia que aquele não era o motivo, eu já tenho aquele pesadelo desde o acidente de carro a mais de um ano. Mesmo acidente de carro que matou meu melhor amigo Simon. 

    Meu psicólogo diz que esses pesadelos têm algo relacionado com o acidente e a voz que eu escuto me chamando é a do Simon, provavelmente, ele me chamou quando o carro bateu. 

    Ele pode estar certo sobre isso, mas algo dentro de mim me diz que tem algo mais por trás dos meus pesadelos, mas ainda não consegui descobrir o que é e isso está me deixando maluca. 

   --Você pode estar certo. — eu sorri, devolvendo a garrafa de água na geladeira.

    --Eu sempre estou Clary. — ele me disse, sorrindo de um modo convencido.- Você está melhor?

    --Eu estou, sim, pode ir dormir, Cris. 

   --Você não vai dormir? Precisa descansar para amanhã.

    --Não. Vou preparar um lanche, acordei faminta. 

    --Você está sempre com fome. — ele foi para o quarto dele.- Boa noite.

    --Boa noite. 

   Peguei um pão no armário, um patê de franco na geladeira e fiz um lanche rápido. Depois fui para o meu quarto. 

   Peguei um caderno de desenho com imagens que eu fazia para aliviar minha mente cheia de coisas e a maioria deles não faziam o menor sentido, como uns rabiscos de desenhos aleatórios que chamei de runas.

   Passei a noite toda tentando me lembrar do sonho para poder desenhar, mas tudo que consegui foram mais rabiscos confusos. Minha mente estava uma bagunça.

    Quando finalmente consegui dormir faltava pouco tempo para amanhecer e acabei dormindo muito pouco. 

   O meu dia seria uma verdadeira correria, eu tinha os últimos preparos da exposição para organizar. O que era uma coisa boa, distraia a minha mente do pesadelo da noite passada. 

    --Estou ansioso para ver como vai ficar esse lugar hoje a noite. — Cris disse, aparecendo atrás de mim.- Mas eu sei que você vai arrasar. 

    --Obrigada. — sorri para ele.- Agora cai fora daqui, não quero que você ganhe spoiler. 

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