Capitulo 10

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       O final de semana foi muito cansativa. A exposição foi uma das maiores que a galeria já realizou e ela me exauriu completamente.

    Jace apareceu no evento para nos apoiar, pelo menos é o que ele disse, mas eu acredito piamente que ele veio apenas para me ver e eu gostei que ele veio, não importando qual seja o motivo.

    Jace trouxe o Alec e o Magnus e os dois adoraram a exposição. É tão lindo ver a relação dos dois cada dia mais forte e mais apaixonada. Eles são um casal que eu torço muito. Sou fá de carteirinha deles.

    Mas, tudo correu como deveria ser e depois que o evento terminou, nós quatro, Jace, eu, Alec e Magnus fomos comer uma pizza e depois eles me trouxeram para casa. Me sinto tão mal por ter que mentir para eles e não poder revelar que me lembro de cada um deles.

    Agora, estou na sala de casa, debaixo da coberta, comendo um pote de brigadeiro, apenas relaxando um pouco.

   --Sua exposição estava ótima. — uma voz falou atrás de mim e levei o maior susto.- Espero não estar incomodando.

   --Nem um pouco. — falei me virando, pois já tinha percebido que era o caçador encapuzado.- Como entrou aqui?

   --Eu peguei sua chave reserva no outro dia e hoje eu vim devolver. — ele respondeu.- Estou colocando no lugar onde peguei.

   --Nem percebi que tinha uma cópia da chave faltando. — eu disse para ele.

   --Então tem que tomar mais cuidado e prestar mais atenção. — ele comentou, sorrindo.- Posso me sentar.

    --Claro. — falei e ele se sentou ao meu lado no sofá.- Sei que você não quer me contar, mas qual o seu nome ou pelo menos algum apelido que eu possa te chamar ao invés de caçador ou encapuzado.

    --Encapuzado? É assim que as pessoas me chamam? — ele riu do próprio comentário.

    --Mais ou menos isso. — eu também sorri.- Então, como posso te chamar?

    --JC. — ele respondeu.- Me chame apenas assim.

   --Tudo bem. — eu falei, me ajeitando no sofá.- JC, acredito que você não veio apenas para me devolver a chave. O que você deseja da minha pessoa?

    --Queria saber se posso passar algumas noites aqui? — ele falou meio rápido, o que demonstrava que ele estava nervoso.- Não tenho onde ficar, prometo que serão apenas algumas noites.

    --Você pode ficar, meu antigo companheiro não está mais morando aqui e se algum dia ele voltar, não vai poder dizer muito e se disser, eu coloco ele em seu devido lugar.

    --Aposto que coloca. — JC disse e parecia estar sorrindo, mas é difícil dizer devido ao capuz.- Obrigado por me deixar ficar. Não vou atrapalhar.

    --De nada. — respondi e senti meu coração se alegrar, pois, ele.estava começando a gostar de mim.- Tem um restante de pizza velha na geladeira, posso esquentar para você se estiver com fome.

    --Vou adorar, estou faminto. — ele me respondeu.

     Me levantei, peguei a pizza e esquentei uma fatia para ele e uma para mim.

    --Sua voz, ela me parece tão familiar. — falei para ele, entregando o prato com a pizza.- Por acaso eu te conheço?

    --Não. — JC me respondeu.- Mas, eu conheço a famosa heroína Clary Fairchild. Posso te fazer uma pergunta um pouco delicada?

    --Claro que você pode. — respondi.- O que deseja saber?

    --Você é uma caçadora incrível, por que vive nesse apartamento e trabalha na academia e não está no instituto ou em Idris junto com os outros?

    --Ano passado, os anjos me informaram que se eu usasse meu dom de criar runas do jeito errado mais uma vez sem a autorização deles eu seria punida. — decidi que seria melhor contar a verdade para ele.- Para impedir que meu irmão Jonathan destruísse Nova York, eu criei uma runa e fui contra as ordens dos anjos e fui punida.

    "Eu perdi minhas runas e minhas memórias, mas há alguns meses, recebi um novo aviso dos anjos, eles me disseram que eu teria as minhas memórias e runas de volta se dessa vez eu seguisse as ordens e regras. Eles precisam de mim para ajudá-los com uma nova missão."

    --E por que seus amigos e conhecidos não estão aqui? — JC perguntou.- Quero dizer, você estava conversando com seu namorado frente a galeria. Pelo menos, eu acredito que seja seu namorado.

   --Você está me seguindo? — eu sorri para ele.- Eles não sabem que recuperei minhas memórias e por enquanto não podem saber. Ordens dos anjos.

    --Você disse que tem uma nova missão? — eu concordei com a cabeça.- Eu tenho alguma coisa em relação a essa missão?

    --Segundo os anjos, você é uma das partes fundamentais.

    --Por quê? Eu não sou ninguém importante.

    --Isso eu não sei te dizer, eles não explicam muito as coisas para mim. — eu me aproximei e peguei a mão dele e ele não se esquivou.- Mas, tem uma coisa que eu tenho certeza.

    --E o que seria?

   --Você é alguém importante, de algum jeito. Você tem algum talento que torna você adequado para nos ajudar. Mas, é como eu disse, eles não explicaram muita coisa.

    --E você está bem com essa falta de informação? — ele perguntou.

    --Não, mas da última vez que desobedeci uma ordem direta dos anjos, passei um ano sem me lembrar da minha vida como caçadora. — respondi e me levantei do sofá.- Agora, preciso ir dormir, tenho que ir trabalhar amanhã cedo.

    --Claro, vá descansar. — eu peguei meu prato que estava na mesinha.- Pode deixar que eu lavo para você.

    --Obrigada JC. Sinta-se completamente à vontade para mexer no que quiser, menos no meu quarto.

    --Entendi. Obrigada por me deixar ficar aqui.

    --Sem problemas. Boa noite.

    --Clary. — ele me chamou e me virei para olhá-lo.- Amanhã a noite, você gostaria de fazer uma caçada comigo?

    --Vai ser um prazer. — respondi à pergunta dele.- Até amanhã.

    --Até amanhã. — ele parecia estar sorrindo pela minha resposta.- Boa noite.

    Eu me retirei e fui para o meu quarto. Preciso confessar que gosto do JC, mas sempre que estou perto dele tenho a forte sensação que já o conheço, mas, ainda não consegui descobrir de onde e acho que isso não importa muito no momento.

    Eu sei que no momento certo, vou descobrir qual é a verdadeira identidade do JC e ele mesmo irá me contar, acredito nisso fortemente.

   Só tenho que esperar e ir ao tempo dele, pois não quero assustá-lo e ele acabar sumindo novamente.

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