CAPÍTULO 11

216 43 12
                                    



Jeremias acordou com um beijo carinhoso nos lábios e sorriu se espreguiçando todo.

Deu um salto quanto lembrou-se que talvez dessem por falta dele na igreja se ficasse ali por muito tempo.

Já se passava das quatro da manhã e as primeiras luzes já brigavam com a escuridão da noite para tomarem o seu lugar.

_Fica..._disse Lincon o puxando pela cintura, enquanto Jeremias tentava sair da  cama improvisada.

_Não posso...vai que um deles acorda e dá por minha falta...o que direi?

_Dirá que estava no banheiro._Lincon deu de ombros.

_Por tanto tempo?

_Não é raro a pessoa dormir no vaso._Lincon deu uma risadinha.

Jeremias olhou bem de perto aquele rosto iluminado apenas pela luz fraca do quartinho do sino e percebeu que não havia mais obstáculo  nenhum que o impediria de ficar com Lincon . Ele enfrentaria tudo e todos e não iria para o seminário! Ele não mais se importava se iria decepcionar uma pessoa  ou dez, só não queria virar as costas para o que estava sentindo, pois aquilo era muito maior do que ele!

_Eu quero acordar todos os dias nos seus braços, meu amor!_disse Lincon apaixonado.

_Eu também, meu amor...pra sempre!_Jeremias suspirou realmente emocionado._Mas primeiro eu preciso resolver as coisas lá em casa, ou me arrastarão para um seminário e me trancarão lá por conta daquela  promessa!

Lincon não fez menção de se vestir pra sair, apenas ficou olhando para Jeremias que terminava de se ajeitar.

_Deixa eu ir, espere uns minutos e saia depois...

Lincon negou com a cabeça:

_Eu vou esperar você voltar pra tocar o sino às seis horas.

_Jura?_Jeremias o encarou animado.

_Juro! E se eu pegar no sono, quero que me acorde com um dos seus beijos maravilhosos..._disse tocando os lábios e suspirando feliz.

Jeremias agarrou o rosto que tanto amava e beijou os lábios de Lincon com sofreguidão, quase o deixando sem fôlego.

_Isso é pra você ter forças pra me esperar aqui por mais de uma hora, lindo!_riu Jeremias antes de sair sentindo-se o homem mais feliz do mundo e com a certeza de que Lincon sentia o mesmo.

Foi fácil convencer os idosos de que havia ido ao banheiro e cochilado e não se importaria se eles pensassem que talvez ele tivesse se escondido na sacristia pra dormir também, afinal, todos haviam pegado no sono.

Jeremias não conseguiu cochilar depois daquilo e vez por outra olhava ansioso para fora, desejando que Lincon desse um jeito de vir ali lhe mandar um beijo apaixonado.

O corpo do seminarista estava leve, relaxado e ainda com o cheiro do outro, o que o deixava ainda um pouco excitado de pensar que agora um era do outro e que um agora estava dentro do outro.

Finalmente, Jeremias avisou aos colegas  que já estava indo bater o sino e que de lá já iria embora.

O seminarista ficou decepcionado quando percebeu que o quartinho estava vazio!

As roupas de cama também não estavam mais lá, provocando mais uma vez a impressão de que tudo o que ele vivera naquela madrugada talvez tivesse sido apenas fruto de sua imaginação. Não fosse  ele ainda sentir o gosto de Lincon em sua boca e o cheiro dele em seu corpo e a dúvida ainda viria atormentá-lo.

PERDÃO! EU PEQUEI E GOSTEI!-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora