Jeremias ainda tremia em choque quando o padre parou o carro em frente ao hospital onde a mãe estava internada.
Era algo totalmente surreal na vida do seminarista acreditar que a sua história chegara àquele ponto! Ele não sabia mais quem era a mãe...ou mesmo o pai e os irmãos. Talvez ele não soubesse nem mesmo quem ele era!
_Meu Deus, que loucura tudo isso, padre!_disse o seminarista debruçando-se sobre o painel do carro do padre.
O padre, percebendo o estado do afilhado, ofereceu uma garrafa de água para o seminarista.
_Pode tomar. É água benta._disse padre Antônio muito sério.
Jeremias agradeceu e tomou o líquido que desceu parecendo realmente lhe devolver as forças.
_Espero que agora você entenda qual seria o impacto de sua saída do seminário para se tornar um mundano. Tudo isso...
O padre fez um gesto amplo indicando a cidade à volta deles.
_A fé da sua mãe...a união da sua família...a religiosidade de suas avós, a fé das pessoas desta cidade...tudo foi crescendo baseado na crença de que tínhamos entre nós um santo!
Jeremias não se deixou intimidar pelo padrinho e negou com a cabeça, firme:
_Era tarefa do senhor e não minha impedir que isso acontecesse! Não vou mais permitir que coloquem sobre os meus ombros este fardo que eu não consigo mais carregar!
Jeremias jogou ambas as mãos para o alto:
_Eu não sou um santo! Quem ainda acredita nisso está vivendo numa ilusão insana! Isso é um fanatismo absurdo, padre! O senhor tem a obrigação de colocar um fim nisso!
Jeremias respirou tomando fôlego para continuar:
_Eu sou um homem comum, como todos os outros...com vontades, desejos, um milhão de defeitos...um homem que tem suas fraquezas e tem um grande amor por outro homem...que deseja esse outro homem e que decidiu viver este amor mesmo que tenha que desapontar todo mundo, padre!
_Deus te deu o dom da cura, Jeremias!_começou o padre de forma insana e fanática.
Jeremias negou com a cabeça:
_Se o senhor ainda pensa assim...eu só lamento e indico procurar um psicólogo, porque o senhor...a minha mãe...a minha família...esta cidade toda terá que esquecer toda esta farsa envolvendo o meu nome!
Mais uma vez, Jeremias encheu o peito de ar, tomando coragem para colocar tudo pra fora:
_Eu sou gay! Eu gosto de homem! Eu nunca serei um padre! Eu sou um homem mundano...com desejos mundanos...com fraquezas mundanas! Não cabe o sacerdócio em minha vida, padre!
_Que blasfêmia, meu Deus...que blasfêmia..._o padre não se conformava._Virar as costas para Deus e para a família para viver esta loucura! Tenha juízo, Jeremias! Daqui a pouco este encantamento todo por este homem vai passar, porque o único amor verdadeiro é o amor de Deus!
Jeremias queria repetir as duas frases que o padre acabara de falar com a sua família, mas preferiu esperar um pouco, afinal, o padrinho o havia salvado de uma situação difícil.
O que teria acontecido se o padre não tivesse chegado? O pai e os irmãos teriam dado cabo da vida dele? Jeremias sentiu um arrepio pelo corpo só em pensar naquilo!
O seminarista ficou surpreso ao perceber que em sua cabeça não havia a mínima preocupação com o desfecho do caos que deixara em sua casa...e sentiu-se também surpreso por não estar preocupado nem mesmo com as avós!
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PERDÃO! EU PEQUEI E GOSTEI!-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES! Dois homens divididos entre o amor espiritual e o amor carnal...entre a salvação da alma e os apelos do corpo...enlouquecendo entre o amor a Deus e o amor um pelo outro! Duas almas em conflito lutando para dominar o própri...