CAPÍTULO 13

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Jeremias acordou com um chamado que era um bálsamo  para os seus ouvidos!

_Chega de dormir, belo adormecido! Sou o seu servo, estou completamente apaixonado por você, Jeremias  e estou  aqui para você fazer o que quiser de mim!

Era a voz de Lincon! Ele estava ali ao seu lado  ou Jeremias  estava sonhando?

Mesmo sem abrir os olhos, ele sabia que era um sonho, nada mais.

Seu corpo pareceu responder àquele som e o seminarista se repreendeu por deixar que os desejos carnais viessem assombrar-lhe o corpo ainda fraco após o desmaio.

Ele encolheu-se na cama  numa tentativa infantil de se afastar e se proteger do mundo.

Agora o seminarista lamentava por não ser Lincon realmente fruto de sua imaginação, ou mesmo um demônio, porque aí poderia pedir para o padre lhe fazer um exorcismo e ficaria livre da tentação.

Lincon era real e em cada ponto que ele havia tocado, haveria pra sempre aquela memória de contato carnal...mas Jeremias sabia que  não poderia mais, nunca mais ver Lincon!

O seminarista agora pertencia a Deus e só a Ele deveria amar não apenas acima de todas as coisas, mas excluindo todas as coisas! Era a Deus que deveria pra sempre  adorar, idolatrar e seguir.

O milagre acontecera, tinha sido real e ele o percebera assim que voltara do desmaio.

A sua mãe era quem estava ao seu lado, ainda desfeita e frágil sendo amparada pela irmã esperando que ele despertasse.

_Mamãe?_ele havia perguntado sem saber se estava tendo uma visão, ou se os dois haviam morrido.

A presença da irmã amparando a mãe lhe deu a certeza de que os dois, ele e a mãe, estavam realmente ali, vivos, um ao lado do outro, sobreviventes e a prova viva de um milagre de Deus!

Rute chorava emocionada o encarando ainda sem acreditar naquele milagre.

Deus fora misericordioso e estava lhe dando uma nova chance de viver! Não o levara no lugar da mãe e isso tinha que ser visto como uma dádiva dos céus!

A mãe lhe pegou a mão com carinho e a beijou  com respeito, como fazia com o padre Antônio.

_O senhor nosso Deus ouviu o seu apelo, meu filho! O seu coração, puro como o de nosso senhor Jesus Cristo, conseguiu nos fazer merecedores de uma nova chance de vida, meu bom menino!

A mãe estava enganada...ele não tinha o coração puro...nem mesmo o corpo, nem mesmo os lábios, nem mesmo o sexo, pois Lincon já o tocara daquela forma que o tornara um ser indigno de ser comparado a Cristo!

Sem Lincon ao seu lado, ter sobrevivido na verdade se tornaria um castigo enorme para o seminarista, ele sabia! Ele não se sentia abençoado e se recriminava por estar se sentindo castigado com uma vida de solidão a partir daquele dia!

Ele quis negar para a mãe que fosse tudo aquilo, mas ela veio silenciá-lo com sua mão carinhosa sobre os lábios do filho.

_Não diga mais nada, meu filho amado, pois a sua humildade nunca lhe permitiria reconhecer a sua importância nos planos de Deus. Por duas vezes o diabo quis nos levar desta terra de meu Deus e por duas vezes Deus o impediu por perceber o quanto é grande o seu coração, Jeremias! Você é o filho preferido de Deus Pai e mesmo tendo você se oferecido pra morrer no meu lugar, meu anjo, Deus desejou que aqui você permanecesse para dar testemunho da grandeza, da bondade e do amor dele!

E foi ali que Jeremias percebeu o que realmente tinha acontecido...

A mãe então não o vira junto com Lincon...nem mesmo suspeitava que o filho era um vadio, um puto, um veado safado que se escondia num canto da igreja para se deixar masturbar por outro homem!

PERDÃO! EU PEQUEI E GOSTEI!-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora