PERDÃO! EU PEQUEI E GOSTEI!-Armando Scoth Lee-romance gay

CAPÍTULO 5

Jeremias não conseguiu ter paz depois daquele momento...nem mesmo conseguiria  permanecer ali naquele ambiente sagrado depois de ter permitido que os seus olhos vislumbrassem o rosto de Lincon! Mesmo que nele não tivesse se fixado por mais do que um segundo, mas tinha certeza de que seria capaz de identificá-lo no meio de um milhão de pessoas! Não conseguiria mais ficar ali, depois que os  seus ouvidos haviam escutado aquelas blasfêmias de Lincon...aquelas indecências tão sujas quanto aquela atitude indecorosa de seu cão se masturbando no canto da igreja!

Assustou-se com uma mão pequena tocando o alto de sua cabeça.

_Está tudo bem, meu querido?_disse uma senhorinha miúda e muito branca olhando maternalmente pra ele.

Ele quis gritar que ela estava atrasada...que deveria ter chegado perto dele há dez minutos...ou teria sido menos? Não importava quanto tempo aquele encontro tinha durado...o que importava é que aquela mulher, assim como todas as pessoas que ali estavam, não o haviam socorrido em seus momentos de maior agonia e desespero espiritual!

Insanamente julgou que todos que ali estavam haviam sido cúmplices de Lincon naquela atitude cruel e sádica  de lhe sacudir a alma daquele jeito!

_Estou bem sim, dona Maria do Carmo._disse se controlando e sorrindo como convinha a um bom homem de Deus.

_Mas está tão pálido e desfeito...parece a ponto de desmaiar, Jeremias!_ela falou aflita.

Aquele sim era um ponto positivo! Sem Lincon ali por perto, ele não ouviria o seu nome e não o procuraria depois para contar que também sentira algo diferente  quando tocara em sua nuca!

Percebeu que era óbvio que aquele tipo de romantismo não cabia naquela situação!

Jeremias percebeu o quão insano estava sendo naquele momento e que já não conseguia raciocinar direito, o que, mais uma vez, lhe provou que aquele fora um encontro com o próprio  demônio acompanhado pelo seu cão!

Ele estava variando, Jeremias  teve certeza! Não era por que aquele toque lhe acendera algo proibido dentro de seu corpo que também para Lincon houvesse acontecido o mesmo! Sentiu-se um tolo, um idiota...uma criança diante de alguém que parecia ser bem mais vivido e experiente do que o seminarista!

_Tome um pouco de água, meu filho._a senhorinha lhe ofereceu uma garrafinha que trazia na bolsa.

Jeremias queria jogar aquela água na nuca para ver se ela parava de queimar tanto! 

Estaria vermelha? Estaria visível que alguém a tocara de maneira tão...tão...tão o quê? Ele não soube nomear aquilo, pois a confusão mental ainda era enorme!

Jeremias  bebeu a água sentindo as entranhas se refrescarem do calor que ainda o invadia e devolveu a garrafinha para a senhora. Agradeceu e mentiu que já se sentia melhor.

Praticamente arrastou-se pra casa, desconhecendo o novo  corpo que agora  habitava.

Será que ali em sua nuca agora havia um sinal como o sinal de Caim ao qual a Bíblia Sagrada se referia? Talvez o próprio 666...o  número da besta citada pelo Apocalipse...agora estivesse tatuado ali! Será que ele agora estava marcado pelo sinal da mão  do diabo que o tocara daquele jeito em solo sagrado?

Apressou o passo e entrou em casa como se algo o perseguisse!

_O almoço já está pronto, filho e já passa do meio-dia._a mãe avisou assim que o viu chegar.

"Mamãe, um demônio me atacou na igreja, enquanto o cão infernal dele se lambia todo e o demônio agarrou a minha nuca e me obrigou a ficar olhando aquilo, enquanto ele soltava indecências no meu ouvido..."