Capítulo Onze

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Hã? – Mia soltou confusa, deixou uma instantânea risada de nervosismo escapar. – Ceres?


– Não desperdice nosso tempo se fazendo de tola, Mia. Eu lhe atraí até aqui, mas ainda quero que lute comigo.

– Do que você falando, está maluca? Rebecca, você me conhece!

– Eu sei, eu sei – repetiu, de maneira sádica, desviando o olhar de Mia–, você não faz ideia como eu me desapontei quando descobri que era você, mas ainda assim eu pensei: Não seria um ótimo disfarce? – Mia franziu a testa, as palavras dela tinham com convicção, mas ela falava sobre a coisa menos normal do mundo.

– Mas que diabos de disfarce?! – Gritou a princesa, irritada, suas palavras não tinham sentindo algum e isso estava deixando Mia ainda mais perturbada. Rebeca era uma fanática, e Mia sentia que a cada segundo perdido ali, estaria arriscando sua vida e de seu irmão. Tentou se levantar.

– Estou cansada de joguinho Ceres – ela novamente movimentou a mão e Mia foi atirada outra vez contra parede, quando não estava nem à três passos de distância para encontrá-la novamente. – Levante-se!

Ela sentiu a dor vindo de suas costas até seu pulmão. Como teria alguma chance de lutar com alguém que ela não conseguia nem mesmo chegar perto?

– Estamos falando de uma lenda do Neosalucismo, Rebecca! Não seja paranoica! – Mia grunhiu.

– Quem diria... – ela riu numa risada fria e sem humor, enquanto se aproximava da lareira. – A poderosa, inabalável, manipuladora Ceres, dizendo que era apenas uma lenda apenas para fugir de uma briga... isso realmente é lamentável. Creio que não seja forte como antes, não?

A respiração de Elliot aumentou, então Mia notou seus olhos abrindo lentamente, parecendo não estar mais inconsciente. Mia somente imaginou Elliot acordando, a enfrentando e morrendo, a respiração de Mia descompassou.

– Rebecca, eu não consegui ainda entrar nesse seu jogo. Seja lá o que você quer, eu sei que é comigo, por isso eu lhe suplico, deixe Elliot ir...

– Você não me manipulará também Ceres, não como manipulou ele.

– Mia! – Corrigiu, desesperada. Como aquela garota que conheceram poderia ser tão psicologicamente abalada e ninguém nunca ter percebido? As palavras de Thor vieram a sua mente, alguém que está muito próximo quer lhe ferir.

– Faremos o seguinte: você luta, caso ganhe, Elliot sairá vivo, e caso perca, bem... Elliot não terá muitas chances – ela usou um eufemismo, queria ela que Elliot morresse? Os olhos de Rebecca desviaram-se dele para a lareira, enquanto ela olhava para o fogo, Mia tentava alcançar a faca na sua bota, a dificuldade de arrancá-la sem bruscos movimentos tornou tudo uma corrida contra o tempo.

– Pensei que gostasse do meu irmão – arriscou distraí-la, na tentativa de tirar a arma da bota, mas o coro não facilitava.

– Sua ironia causa-me desgosto – respondeu apática com o olhar fixo na lareira, mas Mia alcançou uma hesitação em sua voz.

Rebecca não parecia saber o que faria com eles, sempre que tinha uma chance, ela desviava o olhar. Dizia que queria matá-los, mas se fosse o caso, Mia pensou que ela já teria feito.

– O que ela lhe fez de tão ruim? Para odiá-la desta forma? – Mia retirou a faca.

– Seus joguinhos me cansam. Será que você está acostumada com o seu sadismo e não se recorda ou realmente não me reconhecera?

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora