Capítulo Sete - Parte II

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IV

Assistiram o final da cerimônia, como se nada fora do comum tivesse acontecido: um incêndio começou de forma espontânea, em dois lugares diferentes; um perto da cozinha montada para servir os convidados, o qual foi rapidamente controlado, e na estrabaria, por acaso, onde a princesa estava. O incêndio ocorreu por um descuido do servo da cozinha. Foi o que disseram, e no que acreditaram.

O episódio com Lucky fora maquiado, um bastardo tinha salvado a princesa, ele era um invasor e por isso fora preso. Os detalhes de que a princesa fora feita de refém com roupas intimas também foi ocultada, a pedido do rei certamente. Mas, o que deixara Mia mais impressionada foi a atitude dos convidados sobre aquela situação. Mesmo sabendo parte da história, ninguém se importou com o homem cujo, segundo a história, fora jogado atrás das grades mesmo após ter salvado a princesa do reino. E por alguns segundos, Mia pôde entender as palavras cheias de raiva de Lucky Berbatov na noite anterior, porém aquilo não amenizou a raiva que sentia por ele, depois de tudo que tinha lhe feito, era mais que justo ele estar preso numa cela fria.

Ela não estava perto quando seu pai recebeu a notícia. A rainha viera a sua busca e fez um drama por toda a vida, enquanto o rei pareceu mais ocupado com outros assuntos e encarregou Sor Hubert Kaufmann de resolver a situação.

Mia tivera de participar do final do evento, passou por uma segunda preparação. Aquilo tomou seu tempo fazendo com que ela apenas pudesse reaparecer durante a cerimônia para distribuir as medalhas para os soldados que juravam pelas cinco estrelas do brasão que protegeriam a família real e seu reinado. Seu único trabalho foi dizer palavras decoradas do juramento ao lado do Grande Sacerdote, Gottfried, lhes dar os parabéns e sorrir.

Não foi capaz de tirar seus olhos de Thor Meszaros, que estava juntamente a ela fazendo seu papel na cerimônia, fizera honras ao lado do rei e do príncipe na vassalagem dos soldados. O brasão da casa Meszaros, o grande espadarte branco, ondulava com o vento frio de final de tarde logo ao lado do brasão do reino do Norte, o cavalo alado. Além de ser o futuro rei de Wanderwell, Thor estudara a vida toda para ser um Hurykane, eram assim que os generais eram chamados no Leste, depois do rei, era a posição mais privilegiada e admirada.

Mesmo que seus olhos se cruzassem por muitas vezes, Mia não conseguiu disfarçar sua surpresa de vê-lo de volta.

No início do crepúsculo, Nikolas surgiu outra vez, Mia acreditou que ele não estava satisfeito de atazaná-la o suficiente mais cedo. Tentou conversar com ela, porém quando notou sua falta de atenção e interesse, começou o assunto de como fizeram para que ninguém soubesse do ocorrido com o ladrão, orgulhosamente. Ainda tentou repreendê-la por protegê-lo primeiramente, apesar de estar arrependida, Mia não o permite tal liberdade. Lucky foi o único preso, contudo ela tinha a certeza de que seus comparsas também estavam ali.

A boca dele não se controlou para contar como a atitude do rei o surpreendeu, "meu rei disse que ele mesmo cuidaria do caso".

Por que ele mesmo cuidaria do invasor, Mia quis saber. Sor Hubert teria contado o fato ocorrido três dias atrás? Enquanto ela se perdia nas especulações, Nikolas voltou no assunto de sua promoção e tentou retomar o assunto de mais cedo.

– Nikolas, perdoe-me interrompê-lo, sei o quanto precisa falar comigo. – Cessou suas palavras, tocando-lhe o braço. – No entanto, o ocorrido de mais cedo deixou-me com uma terrível secura na garganta, se importaria de buscar algo para bebermos? – Ele desprendeu um sorriso aproveitador, ela sorriu graciosamente e ele respondeu que faria com prazer. Quando se afastou, de imediato Mia saiu dali, esquivando-se entre os convidados para perdê-lo de vista deparou-se com um encontro surpresa com o príncipe de Wanderwell.

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora