Capítulo Dezesseis

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Com um pouco de dificuldade, Mia aprendeu como podia descer pela corda dentro do poço, encher o balde e em seguida subi-lo. Depois dessa nova conquista, ela o desprendeu do gancho e devolveu metade d'água que viera, até onde achou o suficiente. Caminhou com o balde nos braços e encontrou seu alvo, e sem hesitar despejou toda água na cabeça de Lucky Berbatov que se encontrava estirado sobre uma pequena construção de madeira ao lado de uma taberna, inconsciente, cercado por galinhas que lhe rodeavam, cacarejando. Ari estava da mesma forma, mas sentado ao chão e Louis atirado sobre uma pilha de feno ao lado.


Lucky Berbatov despertou num sobressalto, assustado e desvairado quando foi molhado. Revelou as escleróticas visivelmente vermelhas. Ari ouviu o barulho, despertou e logo voltou a dormir. Lucky colocou a mão sobre os olhos para tapar a luz solar que o incomodava e finalmente avistou Mia e Thor.

– Bom dia belas adormecidas! – Ela falou alto o suficiente para que sua voz se sobressaísse os cacarejos.

– Só pode ser uma maldição – ele rezingou, esfregando os olhos, talvez esperando que seja uma miragem.

– Temos um assunto para tratar com vocês – avisou Thor.

Com a ajuda de Emily fizeram um feitiço para localizá-lo, o mesmo que fizeram para encontrar Mia quando Lucky a tirou do castelo. Ele havia abandonado uma máscara que usou no dia do baile, isso lhes permitiu ter algum objeto para que pudessem encontrá-lo e como esperado, Lucky havia voltado para Skyblower.

– É do seu interesse.

– Odiaria dizer, mas, vocês perderam seu precioso tempo. Estou muito ocupado – respondeu ele, esfregando o rosto molhado. Mia continuou a encará-lo, esperando que dissesse qual seria tal ocupação – Respirando! Mas voltem mais tarde, talvez vocês encontrem um espaço em minha agenda de compromissos.

– Ou você pode se levantar daí e ouvir o que temos a dizer – sugeriu ela, colocando o balde no chão.

– Desculpe desapontá-la princesinha, mas eu não aceito ordens de ninguém, ainda menos de uma mulher – ele se levantou e se espreguiçou, depois balançou o cabeço molhado.

– E obrigado pelo banho.

– Você ainda está fedendo – rebateu ela.

– É o verdadeiro cheiro masculino – retrucou, franzindo o nariz, e atirando um olhar de desprezo para Thor. Ele olhou em volta, ignorando as visitas, e viu Louis Legrand apagado sobre o feno e bufou sem paciência. Thor caminhou até onde Lucky estava deitado e pegou uma das canecas vazias sujas com o resto da espuma da cerveja.

– Terá dinheiro até quando para levar essa vida boêmia?

– Até quando isso começar a ser da sua conta – respondeu rudemente, ele se cheirou e pela expressão que fez, não gostou do que sentiu.

– Temos uma proposta para fazer Berbatov – revelou Thor. – Envolve uma grande recompensa e será um trabalho fácil.

– Eu já disse que os meus serviços não estão incluídos para a realeza – ele colocou o pé em Ari e o balançou dizendo para ele acordar, mas ele estava inconsciente.

– Está bem – Mia disse, cruzando os braços. – Pretendíamos pagar bem pelo serviço e de quebra falar finalmente sobre o tal colar que tem tanto mistério – ele desviou sua atenção para ela. – Era você não, que queria saber como ele veio parar comigo?

– Eu acho que agora minha mente clareou e agora consigo lembrar da história por trás dele.

Lucky aproximou-se bruscamente e antes que triscasse um dedo nela, Thor entrou na sua frente e os dois se encararam, com desavença.

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora