Capítulo Trinta e Um

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Mia uniu suas mãos em formato de concha para apanhar água dentro do balde e molhou o rosto, aproveitando o frescor em contato com a pele. Respirou fundo e limpou o rosto com uma toalha. Após avistar Elliot e Anna no alpendre, a princesa seguiu para o quarto da irmã mais velha. Nas mãos carregava o caderno que Elliot lhe dera mais cedo. Quando pensou em tocar novamente, a porta se abriu e Savannah surgiu com os cabelos soltos, diferente do comum, seus olhos cinzentos alcançaram a princesa e mostraram-se inexpressivos.

– Será que poderíamos conversar?

– Por que não? – A garota abriu a porta e Mia adentrou o quarto, era igual a todos os outros, exceto que pela uma cama improvisada com cobertores no chão.

– Quem dorme no chão?

– Nós revezamos – Savannah respondeu enquanto atravessava o quarto sentava-se na cama silenciosa, esperando que Mia fizesse o mesmo.

– Eu precisava agradecê-la – a princesa disse, olhando para o caderno. – Eles são incríveis.

– Mas, eu não acho que você veio aqui apenas para me agradecer.

– Não.... Posso imaginar a vida difícil que você leva com sua irmã, Savannah.

– Eu não preciso que ninguém tenha pena de mim.

– Eu não tenho pena de você, Savannah. Eu admiro você, por essa garra e essa coragem para proteger sua irmã. Eu não quero mentir para você, eu não quero mentir para mais ninguém. Quando pedi para que vocês ficassem, eu tive segundas intenções para que de alguma forma, Anna pudesse me ajudar a trazer amigo de volta.

– E você acha que eu não sei disso? Todos sempre pensam em seus objetivos, suas próprias necessidades, Mia. Você não seria diferente.

– Não... não seria – murmurou a princesa, desapontada. – Por isso agora eu quero fazer diferente. Vocês se arriscarão muito aqui, tanto você como sua irmã. Você pode escolher parar. Quando voltarmos para Skyblower, eu providenciarei um lugar para vocês, vocês estarão seguras – a menina se preparou para interrompê-la, porém Mia prevaleceu. – Anna tem apenas quatorze anos, Savannah. Vocês são muito novas, não deveriam estar enfrentando essa realidade.

– Não tente se dar por mais madura, é pouco tempo mais velha que eu.

– Eu sei. Eu apenas quero que você entenda – Mia tocou-lhe a mão sobre o colchão –, vocês são livres para partir quando bem entenderem. Não quero arriscar a sua ou a vida de Anna outra vez. E eu estou lhe propondo que eu posso ajudá-las para que sejam livres.

Savannah saltou da cama e seguiu até a cômoda. Ela passou a mão no nariz e tentou esconder sua emoção.

– Obrigada – respondeu ela num tom rude, mas a voz carregava melancolia. – Mas, Anna já encontrou o lugar dela, e infelizmente é ao lado e vocês. E lugar é ao lado dela, sempre será ao lado de Anna.

A princesa balançou a cabeça em concordância.

– Você sabe que nossos irmãos estão juntos, não é? – perguntou Mia, com um pequeno sorriso.

Ela fungou o nariz vermelho.

– Eu disse para ela ficar longe dele, mas ela não me escutou.

– Anna é jovem e uma ótima garota. E eu sei que irmão também é.

– Seja como for, se ele a machucar, eu cortarei o pescoço dele – rezingou.

– Terá consentimento – brincou a princesa, se levanto da cama. – Eu irei mostrar suas artes para Emily, gostaria de vir junto?

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora