Capítulo Trinta e Quatro

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As mãos trêmulas da princesa tornaram a pegar uma peça de roupa, elas tatearam a superfície lisa de um fino tecido que um dia fora branco, mas a vida selvagem que levaram naquela maldita viagem lhe fez ser um bege sujo. Era a terceira peça de roupa que ela pegava e a atirava na mochila. Manter os olhos abertos exigia um extremo esforço de sua cabeça e respirar tornou-se uma das tarefas mais difícil que ela já tinha feito na vida.

No seu interior tudo era taciturno quanto o mundo a volta dela.

Pelo espelho, Mia avistou o reflexo de Elliot com a cabeça coberta pelas mãos tombada em direção aos joelhos, sentado a beira cama do quarto. Ele tinha desistido de tentar convencê-la a ficar.

Ela não podia ficar mais nenhum minuto naquele lugar, engoliu seco com a garganta apertada e tornou a pensar na pergunta que lhe assombrava: se tivesse feito as coisas diferentes, no final as coisas teriam acabado naquele mesmo pesadelo?

O plano da princesa tinha começado no sol do dia anterior:

Ela retornou a taberna apenas a busca de Julieta, precisava encontrar seu irmão gêmeo para executar o plano. O grande problema dele era que ela não poderia contar com Lucky Berbatov. Sua única garantia de que ficaria viva naquela noite era a intenção de Joseph de não a matar, ao menos pelo momento.

Julieta não estava na taberna, apenas uma outra mulher de pele escura, ao perguntar sobre o paradeiro da servente, ela disse que estaria chegando.

Por falta de opção, a princesa se sentara ao balcão e batucara os dedos na superfície grudenta por várias vezes ter cerveja derramada e por poucas ocasiões limpa. Mia tinha esperanças que os gêmeos teriam lhe escutado e partido para bem longe, entretanto algo lhe dizia que não

Tornou a perturbar a mulher que trabalhava no bar perguntando onde Julieta morava e após algumas referências, ela partiu ao encontro da propriedade.

Os gêmeos moravam num casebre no fim do vilarejo, onde um dia teria tido uma pequena fazenda em volta da casa, mas atualmente era completamente vazio. Livre de animais. Mia agilmente se escondeu numa viela quando avistou Julieta saindo da casa, e confirmando suas suspeitas. Teria Frederick dito algo para ela?

A servente seguiu na direção oposta que a princesa viera e ao desaparecer na rua, Mia se aproximou da casa. Distribuiu dois bruscos toques contra a porta, ninguém respondeu e ela persistiu, até alguém a abrir.

– O que você quer? – Frederick inquiriu como se já estivesse esperando por ela.

– O que você ainda está fazendo aqui? Era para você e Julieta estarem longe daqui!

Ele lhe fitou, nervoso.

– Eu não vou embora daqui, Mia! – Ele elevou a voz, em seguida se inclinou para espiar a rua vazia. – Aqui único lar, e de Julieta. Eu não abandonarei o vilarejo!

– Frederick, eu não estou sugerindo que abandone o vilarejo! Apenas que se escondam por um dia! – Insistiu a princesa irritada. – Durante um dia apenas!

– Por que? Por que você me diz que é o seguro a fazer? Eu não sei quem você é, não sei quem são aqueles dois, eu não sei de nada! Por que diabos eu confiaria em você, Mia?

A princesa não tinha argumentos para tudo, estava lhe induzindo a tomar uma atitude a seu favor e de fato não teria porque Frederick confiar nela.

– Ótimo! – Ele recuou fechando a porta, mas ela o impediu.

– Frederick, isso tudo envolve coisas além do seu conhecimento. Eu não tenho tempo de lhe explicar tudo, mas eu estou tentando proteger você e sua irmã.

Ceres - Você sabe quem é o Inimigo [LIVRO 1 - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora