Thirty-One 🧭

38 5 0
                                    


Pov Hayoon

Assim que Minho saiu com o carro, corri até a casa de Han. Sei que ele queria ficar sozinho mas, o conhecia o suficiente para saber que não conseguiria lidar com isso tudo sem ajuda. Tentei abrir a porta e algo estava impedindo, fui até a lateral da casa e pulei a janela de onde o vi desmaiado.

- Sung...

O peguei nos braços como o bebê que ele realmente era para mim e o levei para o quarto. Na cama haviam várias roupas jogadas e uma mala de mão, o coloquei cuidadosamente na poltrona do outro lado do quarto e retirei as roupas que estavam jogadas, quando abri a porta do guarda roupa percebi que o lado esquerdo estava vazio. Olhei para a mão esquerda de Han e vi que não havia mais a aliança de casamento, senti um nó na garganta e reprimi um soluço. Só quem tinha visto a forma como se conheceram sabia o quanto se amavam, eu diria que era o relacionamento dos sonhos de qualquer pessoa até agora.

Depois de arrumar toda a cama o coloquei deitado, seu peito subia e descia de forma calma. Peguei seu remédio para ansiedade e deixei ao lado da cama com um copo de água, com certeza ele precisaria voltar a tomá-lo. A vida nos pregava algumas peças que não conseguíamos entender.

A mesma pessoa que ajudava Jisung com as crises de ansiedade a ponto de conseguir que ele parece com o remédio, era a mesma que o faria ter que voltar a tomá-lo...

Liguei para Wooyoung e pedi que me trouxesse o notebook, avisei a Changbin que trabalharia de casa. Assim que desliguei com Changbin recebi uma chamada de um número desconhecido.

- Como ele está? - Era Minho.

- Por que me ligou de um número desconhecido e não do seu celular? - Perguntei desconfiada.

- Se eu ligasse dele, você não me atenderia. - Falou com a voz cansada.

- E porque eu deveria te dizer como está? Nem ao menos sei se você é quem diz ser.

- Porra Hayoon... Tudo bem, me encontre no endereço da mensagem. - E assim ele desligou.

Recebi um endereço e pensei com quem eu poderia deixar Han já que Seungmin estava cobrindo o plantão dele.

- Hayoon?

- Hyunjin, preciso que faça uma coisa para mim.

Pedi que ficasse com Han por mim, eles se conheciam desde o ensino médio e sempre saímos juntos quando eles conseguiam me animar a fazer algo.Vinte minutos depois Hyunjin estava na porta, o abracei e agradeci.

Peguei a moto e fui ao endereço da mensagem, era um apartamento em um bairro de classe média e pouco movimentado. Liguei no telefone de Minho, que me deu as coordenadas para chegar até onde ele estava.

Quando cheguei no andar, toquei a campainha do lado de fora e assim que ele abriu a porta saquei a arma. Não sabia do que ele era capaz, então tinha que me precaver.

- Sempre visita as pessoas com uma arma apontada para elas? - Perguntou sem ânimo algum.

- Deveria saber melhor do que eu que não, já que visitei a casa de vocês por anos. Feche a porta e vire-se.

Falei enquanto revistava o mesmo e observava se havia mais alguma movimentação mas, ao perceber a mala jogada de qualquer forma e a garrafa de whishy na mesa, cheguei a conclusão de que ele estava sozinho.

Abaixei a arma e indiquei que se sentasse, me sentei do outro lado da mesa enquanto ele bebia whishy direto da garrafa. Quando ele estava abaixando a garrafa vi duas alianças em sua mão, se realmente fingia algo o amor por Jisung não era uma dessas coisas.

- Procurei por seus antecedentes, documentos, qualquer coisa e não encontrei nada. São todos documentos confidenciais, quem é você afinal.

- Te dou a senha de tudo isso quando me dizer como ele está. - Falou me olhando profundamente.

- Ele não está bem, desmaiou assim que te viu ir embora. - Respondi friamente.

A dor em seus olhos, a forma como eles se encheram de lágrimas e as mãos na cabeça me indicavam que ele não estava fingindo.

- 20180325 essa é a porra da senha. - Ele levantou e retirou o tablet de um fundo falso. - Você só vai conseguir acessar com meu ID. Se não eles vão te rastrear.

Digitei a senha e procurei por seu nome, nada apareceu. Olhei para ele, quando ia questionar o mesmo já respondeu.

- Tenente Lee Minho.

Fiquei estática por alguns segundos processando o que ele acabará de dizer. Digitei da forma que ele pediu e apareceram milhares de informações, em sua maioria as missões realizadas por ele... Todas confidenciais. Tinham informações sobre Han também, até fotos do casamento.

- Satisfeita ou precisa da identificação militar também? - Eu podia ver que ele estava disposto a me mostrar tudo que eu precisasse para provar ser quem dizia.

- Por que está atrás de Kwon Jiyong?

- Ele teve um interesse repentino em Félix, então precisávamos saber o porque.

- Então Félix não o conhecia?

- Não até alguns dias atrás, ele tem alguns problemas de família que não cabe a mim te dizer. Mas, por causa desses problemas ele foi obrigado a fechar um contrato com Kwon pela empresa de Lee Doyun o padrasto.

- Quem sabe se... espere um pouco.

Sai da mesa e fiz uma ligação para Changbin, se alguma informação que eu vi sobre Minho vazasse com certeza eu seria morta. Então, apenas disse para Changbin que tinha conseguido um informante mas, que ele precisaria confiar em mim.

- Bom, estamos a algum tempo em uma operação para conseguir pegar Jiyong, toda vez que estamos perto ele consegue se safar de alguma forma. Quero que me ajude nisso. Porém, só você pode resolver sua situação com Han.

- Posso te ajudar na operação Hayoon, só que para isso precisamos de Félix. Ele tem contato direto com Kwon, pode conseguir mais informações. Sabe que ele não é o líder atoa, muitas informações não estão registradas em lugar algum. Kwon faz isso a tanto tempo que quase não deixa rastros.

- Da mesma forma que você não quer envolver o Han nisso, não quero envolver o Félix.

- Existem duas diferenças entre nossas situações. A primeira é que Félix sabe que você é detetive policial e a segunda é que mesmo sem querer ele já está em risco, porque acha que o puxaram para isso tudo?

SCARS (FELIX)Onde histórias criam vida. Descubra agora