Sixty 🧭

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⚠️ AVISO : PODE CONTER GATILHO ⚠️

PREPAREM OS LENÇOS 🤧 

Dica: Leia ouvindo a música na mídia para melhor experiência. 🎧🎶

Pov Minho

A duas semanas quando Félix finalmente me disse que Han tinha viajado, pensei que seria apenas por alguns dias e pedi que não me dissesse para onde. Sabia que no fundo isso me mataria aos poucos, na minha cabeça para alguém que sobreviveu a guerra uma separação não poderia ser muito pior. Eu estava enganado.

Tentei por diversas vezes não ligar no hospital e perguntar por ele, não passar em frente a nossa casa para verificar se o carro estava lá e falhei em todas. Soonie, Doongie e Dori tem estado tão deprimidas quanto eu, o que não melhora nem um pouco a situação.

Reabri o restaurante para ocupar minha mente enquanto Félix cuidava de Hayoon e Chaewon, ele estava com planos por isso mantinha contato constante com Seonghwa para que conseguisse a tutela dela.

Meu celular começou a tocar e por estar no meio de um pedido, deixei que tocasse até que caísse na caixa postal. Péssima ideia. 

Continuei o atendimento sem dar muita atenção, se fosse urgente me ligariam novamente. Noite passada não tinha carregado a bateria do celular então, não percebi que o mesmo havia descarregado.

- Chefe Lee, tem um advogado solicitando sua presença no salão. - Disse Yeji assustada.

- Choi, finalize esse pedido por gentileza. - Passei a panela para um dos meus auxiliares e retirei o avental. 

Ao chegar no salão do restaurante vi Yeosang.

- Boa tarde Minho, tentei ligar e não obtive êxito no contato por isso vim até aqui.

- Droga. - Bati a mão na testa. - Esqueci de carregar o celular ontem a noite, venha vamos até o escritório. Jisoo? - Chamei.

- Sim chefe Lee. - Disse prontamente.

- Estarei no escritório, por favor mantenha a ordem. 

Ela me deu um aceno afirmativo e voltou aos clientes.

Entrei no escritório e liguei o ar condicionado, coloquei a máquina para passar um café. Talvez eu desse ter pego uma garrafa de whisky se soubesse do que se tratava.

- Café ? - Perguntei.

- Por favor. - Ele retirou algumas coisas da maleta, colocando sobre minha mesa. - Trouxe os papéis do divórcio...

Parei o que estava fazendo e me virei para ele.

- Não sabia que seria assim tão rápido. - Engoli em seco.

- Olha, eu disse a ele que não te contaria mas, Han esteve no escritório antes de viajar.

- O quê?! - Caminhei lentamente até Yeosang.

- Você sabe que sou amigo dele Lee, era o mínimo que poderia fazer por ele. 

Me sentei a frente dele e ouvi o que tinha a dizer.

- Tem mais uma coisa. 

- Porra Yeosang. - Falei começando a ficar nervoso. - O que mais? Vai me dizer que ele assinou os papéis primeiro? 

- Sim. E pediu para colocar a casa a venda, a não ser que você queira comprar a parte dele.

Deixei a xícara cair no chão, não posso dizer que cheguei a ouvir o barulho do vidro quebrando ou seja lá o que Yeosang continuou dizendo. Ele tinha desistido, a venda da casa me provava isso. Nem as lembranças ele queria manter, aquele pedaço de papel assinado não significaria nada para mim contanto que ele ainda me mantivesse em sua vida de alguma forma.

- Lee? Lee Minho?! - Ouvi alguém me chamando de longe.

Observei o líquido que escorria pelo chão sem dizer nada.

- Vou deixar os papéis aqui, faça quando estiver pronto. 

Depois que Yeosang saiu, não me mexi. Era como se eu estivesse em um transe profundo, valeria a pena deixar o amor da minha vida por não querer enfrentar o passado? Quantas vezes eu teria que fazer isso? Em um acesso de raiva comecei a quebrar todo o escritório, as lágrimas vinham espessas embaçando toda e qualquer visão que eu pudesse ter. Me sentei no meio do escritório agora todo quebrado, abracei os joelhos e abaixei a cabeça. Hoje era nosso aniversário de casamento... Passei horas sentado no chão, me lembrando da última carta que o pai de Han havia escrito.

(...) " Em dois dias teremos uma folga, pretendo levar o tenente Lee comigo para que possa conhecer você e nosso Han. Espero que ele esteja bem, não tenho recebido notícias. Talvez Minho e ele se deem bem, minha maior alegria seria tê-lo em nossa família. Apesar de não ter laços de sangue com Lee, diariamente vejo seu comprometimento, fidelidade e cumplicidade com a equipe. Nosso Quokka pensa que eu não sei e as vezes pode ter medo de dizer, esperarei pelo tempo dele mas, não me importo se ele se casar com um homem ou uma mulher contanto que ele esteja feliz. Te amo minha amada Yuna, mais que ontem e amanhã te amarei duas vezes mais que hoje." (...)

E então a promessa que fiz quando percebemos que a base estava sendo invadida, passava como um filme diante de meus olhos.

- Eles já passaram pelo nível três de segurança. 

Ouve um estrondo tremendo próximo a sala de comando onde estávamos. Tudo aconteceu rápido demais, a sala estava prestes a ser invadida quando Jihoon deu a ordem.

- Sargento Seo, cabo Kim e tenente Lee sabem por onde devem sair. Não posso deixar que eles tenham acesso as informações.

- Eu não vou deixá-lo para morrer. 

- Apenas me prometa que vai se cuidar e ter uma linda família Lee. 

- Não, não não...

- Seo e Kim tirem o tenente de vocês daqui. É uma ordem!

Senti meus braços serem puxados para trás e tentei lutar.

- Não, não eu não posso deixá-lo aqui Changbin, Seungmin ! Me larguem! 

- Desculpa Minho mas, iremos seguir as ordens do nosso comandante. - Disseram derramando as lágrimas a essa altura.

- Jihoon! 

- Me prometa Lee... - Disse olhando em meus olhos.

- Eu prometo droga... Eu prometo, só não faça isso. Por favor. 

- Desculpe. 

Assim que a sala de comando foi invadida, Jihoon começou a fechar a porta de segurança quando levou o primeiro tiro que o fez cair de joelhos. Não daria tempo de fechar a porta antes que fossemos pegos então, ele acionou o detonador. Depois disso, tudo ficou escuro.


SCARS (FELIX)Onde histórias criam vida. Descubra agora