Thirty-Four 🧭

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Pov Hayoon

Eles a levaram e a culpa era minha, se eu não tivesse quase entrado em estado de choque por causa de Hee Soo, agora ela estaria aqui comigo. Quando vi a senhora Park caindo no chão com um tiro no peito, minha infância toda passou por minha cabeça e isso me fez travar.

Tenho alguns flashes do que aconteceu, sons de alguns disparos e Changbin me agarrando para que eu não fosse atrás por já estarem longe. Me lembro de entrar na sala de Han e ver a pulseira da minha bebê no chão, o solzinho que ela mesma escolheu colocar.

Estava perdida nesses pensamentos com as mãos na cabeça, ouvi baterem na porta. Porém, nesse momento eu não me importava com mais nada além dela. Chaewon era a filha que eu nunca tive, a dor de tê-la tirada de mim... eu não desejava isso a ninguém.

- Por favor, fale comigo. - Era Félix na porta dessa vez, antes dele já tinham vindo Changbin, Solar e Wooyoung.

A emoção em sua voz, fez com que eu quebrasse ainda mais. Caminhei até a porta e a destranquei, em minhas mãos estavam as pulseirinhas dos dois.

- A Chae... Eu não consegui fazer nada. - Falei com a voz abafada pelo choro.

- A culpa não foi sua. - Ele me abraçou, fechou a porta e encostou na mesma. - Shii... Vamos encontrá-la.

- Na última vez em que a viu, ela queria te dar isso.

Entreguei a ele a pulseira com o sol, ao observar a minha e a versão miniatura que era a dela, não conseguiu mais segurar as lágrimas.

- Precisamos encontrar nossa menina e trazê-la de volta para casa. Então quero que se controle e faça o que puder, a vida dela depende disso.

- Eu não posso... Félix eu...

Olhando fundo em meus olhos, ele me beijou em meio ao meu surto.

- Você pode e vai conseguir. - Disse limpando minhas lágrimas.

Fui até o banheiro me recompor, deixei um pouco os sentimentos de lado e comecei a usar meu lado racional. Quando adentrei a sala de interrogatório, Changbin estava com o rapaz e Solar com a garota.

- Eu já disse que não falo nada sem a presença do meu advogado. - Falou o filho da puta.

Joguei uma pasta com as fotos de Chaewon sobre a mesa.

- Esta vendo essa garotinha? - Apontei para a foto.

- Eu deveria saber quem é? - Falou debochado.

- Você nunca mais vai esquecer dela. - Respondi batendo sua cabeça sobre a mesa. - Vou perguntar de novo, está vendo essa garotinha?

- Sim porra! - Respondeu gritando devida a dor.

- Quero saber para onde a levaram.

- Vai se ferrar vadia!

- Acho que o senhor Choi quer conhecer a gaiola. - Respondeu Changbin. - Tragam ele, Min você acompanha o outro interrogatório. Fiz um pedido oficial, até que a missão termine Lee Minho é um dos nossos.

Minho já aguardava no corredor e pela cara não estava para brincadeiras.

- Lee?

- Sim.

- Acaba com ele, até que diga onde ela está.

- Deixa comigo. - O sorriso ladino que ele me deu disse tudo.

Caminhei até a sala da ala B, onde Solar estava com a mulher e assim que entrei na sala a mesma deu um sorrisinho sádico.

- Pedi a ele que te chamasse. Parece que a senhorita Kang só fala se for com você, vou esperar lá fora. - Disse Solar saindo da sala.

- Bom, você pediu por mim. Aqui estou eu querida.

- Sabe, pensei que ficaria mais abalada sobre a garota. Talvez devêssemos ter pego o garoto...

- Garoto não é, tenho uma coisa para você Kang.

Abri o arquivo do filho e comecei a ler para ela.

- Vamos ver, bom temos passagem por tráfico de drogas, posse ilegal de armas ... Acho que esqueceram de acrescentar a morte de Kim Seo-yun, ou estou enganada?

- Quem é Kim Seo-yun? - Falou tentando me enganar mas, sua leitura corporal dizia que ela sabia muito bem quem era.

- Ora, vamos lá Kang. Posso te contar toda a história então.

Ela desviava os olhos, acertei em cheio. Espalhei as fotos do caso sobre a mesa, uma a uma e as fotos das câmeras de segurança onde o filho se evadia da cena com as roupas cheias de sangue.

- De uma olhada se realmente não foi ele, o que custa ouvir a história da senhorita Kim não é mesmo.

- Não é necessário. - As mãos dela tremiam.

- Sabe, alguns favores cobrados na hora certa nos trazem tantas surpresas não acha? - Falei encarando a mesma. - O que? Cadê o sorrisinho senhorita Kang?

De repente a suspeita tentou se levantar, as algemas a mantiveram no lugar.

- Devo dizer que já estamos com ele sob custódia? - Falei com a mão no queixo.

- Eu vou te matar! Soltem ele.

- Não, não. Vocês estão com uma criança de 3 anos, ela nem ao menos pode se defender. Então, nada mais justo do que deter o seu garoto também, não acha?

- Eu digo tudo o que quiser saber, apenas o soltem. - Era exatamente aí que eu queria chegar.

- Parece que estamos chegando a algum lugar afinal, estou ouvindo.

Sabíamos que a morte da senhorita Kim tinha sido acidental porém, ao invés de ajudá-la ou pedir socorro o filho de Kang havia fugido levando a arma do crime. O terror psicológico aos 16 anos, pode fazer com que qualquer um confesse até aquilo que não fez.

- No começo nosso alvo não era a criança, era seu amiguinho pediatra. Estávamos testando todos os lados para saber onde atingir vocês, fui até orfanato em que cresceu e descobri que Hee Soo poderia não ser assim tão boa quanto fazia parecer. Joguei algumas iscas e a velha caiu como um pato, o orfanato estava quebrado e as doações continuavam caindo. Não havia como desviar fundos de um lugar sem dinheiro não é mesmo.

- Então fizeram um acordo? - Minha raiva só aumentava a cada palavra dita pela mulher.

- Duzentos mil por cabeça, esse era o acordo. Até que um dia enquanto entrávamos no carro, a vi no estacionamento com o psicólogo. Hee Soo disse que não seriam uma ameaça mas, mal sabia ela o quão espertos esses doutorezinhos podem ser. O dinheiro pode comprar qualquer pessoa, você bem sabe então, coletando uma informação aqui e outra ali eu soube quem era a única criança que você acompanhava de perto, isso foi como a manhã de natal. Tanto que apelidamos a missão de Christimas Evil¹, antes que vocês pudessem estragar os planos oferecemos meio milhão pela cabeça de Chaewon e Park aceitou na mesma hora. Precisávamos derrubar um a um de vocês, porque não começar pela família?

- Espero que se divirta com a confissão de seu filho com o diretor Cha.

Deixei a gravação rolando, a palidez em seu rosto quase me fez sorrir.

- Para onde a levaram?

- Kwon disse que cuidaria pessoalmente dela. Nos deram ordens de deixá-la no Olympic Park, tínhamos um plano B caso você aparecesse como pode ver, somente a segunda equipe sabe o novo endereço. Agora tire essa droga de gravação! - Kang colocou as mãos sobre o rosto e permaneceu assim até que fosse retirada da sala.

- Porra! - Falei batendo na mesa.

Sai da sala e fui ver como estava o rastreamento dos celulares. Eles tinham que ter deixado algo passar, nenhum plano era perfeito.

Christimas Evil¹ - É o primeiro álbum single da boy band sul-coreana Stray Kids. Foi lançado em 29 de novembro de 2021, pela JYP Entertainment, e distribuído pela Dreamus, como parte do projeto Season Song da banda. Produzida por: 3Racha, HotSauce, Nickko Young, Earattack e Versachoi.

Ouçam a música ;)




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