Fifty-One 🧭

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Pov Jeongin

Finalmente, depois de dois dias fui liberado da internação. O rapaz que descobri se chamar Bang Chan me fez companhia nesse tempo, ele não me disse muito e saia de vez enquando para verificar outros agentes.

- Fico feliz que esteja bem senhor Yang. - Disse ele após me ajudar a arrumar minhas coisas.

- Obrigado por me acompanhar por esses dois dias, poderia me dizer onde é o quarto da senhorita Min?

- Posso levá-lo até lá, o acesso ao quarto dela esta bem restrito devido aos acontecimentos. Vamos?

O segui até a metade do corredor e percebi que haviam agentes em cada entrada e saída dele. Bang Chan abriu a porta de um dos quartos e vi Hayoon ligada ao aparelho que monitoravam seu batimento.

- Se precisar de algo pode pedir aos rapazes. 

Acenti para o mesmo que saiu provavelmente para monitorar outras pessoas. Caminhei até a cama de Hayoon e comecei a falar com ela, mesmo que não estivesse acordada. Seu rosto parecia sereno, apesar de ainda estar um pouco pálida.

- Olá senhorita Min, vim saber como você esta... Soube que Félix esta cuidando da Chaewon, saindo daqui vou fazer uma visita a eles. Bang Chan me disse que graças a você Solar e o bebê estão bem, eu estou com alguns hematomas e curativos mais nada de muito grave. Vou ajudar o Lee a cuidar dela até que você possa fazer isso pessoalmente. 

Apesar de estar desacordada, eu sabia que ela podia me ouvir e a prova disso foi a lágrima que escorreu por seu rosto. Me aproximei e limpei a lágrima solitária.

- Estamos esperando por você. 

Pov Hayoon

Estar preso em seu próprio corpo, esse é o pior pesadelo que se pode ter e era exatamente assim que eu me encontrava. Ouvia cada palavra do que me diziam mas, eu não conseguia acordar. Já tentei gritar, falar, me mexer e nada.  Minha mente tem recebido muita informação e meu corpo estava se agitando muito, por isso Seungmin pediu que me sedassem ontem a noite. As coisas que Changbin me disse, eu era irmã dele por parte de mãe e irmã do desgraçado que atirou em mim, Kwon Jiyong por parte de pai....

Preciso assumir o controle do meu corpo novamente, sinto falta de todos eles e dos meus três amores: Félix, Chaewon e Han. Ele tem estado tão abatido, talvez as coisas com Lee não tenham saído bem. Não posso deixá-lo passar por isso sozinho, não vou deixar.


Pov Han

De vez enquando esses remédios eram um alívio, em outros momentos uma merda. Os efeitos colaterais me deixam péssimo, a boa notícia é que não tinha como eu piorar. Entrei no banheiro e resolvi que precisava de um banho quente, minha vida não podia parar agora que minha melhor amiga estava no hospital. Sempre fomos apenas eu e ela então, por ela eu ainda faria isso e por todos os meus pacientes a quem eu ajudo todos os dias.

Liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre o meu corpo cansado, a se a água pudesse lavar todo esse sofrimento, essa decepção, toda a mágoa. Infelizmente ela não ia levar, ensaboei meu corpo e lavei meu cabelo. Sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura e as gotas de água caiam do meu cabelo e escorriam por minha barriga, em momentos como esse Minho viria até mim e faria suas gracinhas que resultariam em nós dois na cama. Essas eram as memórias que eu guardaria, não sabia os motivos dele e pelo visto não saberia tão cedo, já que eles eram mais importantes que nosso casamento.

Comecei a descer as escadas quando vi a porta ser aberta, se eu não tivesse segurado no corrimão teria caído escada abaixo. É ele.

-Senhor Lee, ela esta te aguardando no escritório.

- Obrigado Lee Hi.

Eu precisei juntar todo orgulho que me restava e terminar de descer as escadas quando ele desapareceu pelo corredor. Chamei um táxi, não confiava em mim para dirigir agora. Iria tirar todas os dias de férias e folgas acumuladas, cuidaria de Hayoon e do meu coração quebrado.

- Doutor Han, bom dia. - Disse uma das recepcionistas que nem tentei lembrar o nome na hora.

- Bom dia, vim visitar a paciente Min Hayoon. Já tem alguém la encima?

- Não senhor, o último visitante saiu a quinze minutos, senhor Yang.

-Ok, obrigado. - Peguei o cartão que ela me entregava e subi.

Chegando ao quarto, abri um pouco as cortinas para que os raios de sol pudessem entrar. Ela detestava lugares escuros, me sentei na poltrona e segurei sua mão.

- Oi meu amor, demorei um pouco a voltar me desculpe. As coisas não tem ido muito bem, preciso tanto de você... - Senti um aperto fraco na minha mão e quase tive uma parada cardíaca. - Meu Deus, você esta me ouvindo? - Ela apertou mais uma vez.

Alcancei a campainha e apertei, em instantes doutor Brian Kang apareceu. Seungmin estava de folga hoje.

- Ela apertou minha mão. - Falei para ele.

- Ok, vamos examiná-la.

Tentei me levantar e soltar a mão dela mas, eu não conseguia. 

- Não consigo sair, ela não quer me soltar. - Minha vista embaçou com as lágrimas.

- Tudo bem Jisung, pode ficar onde esta. Conseguiu trazê-la de volta para nós porquê disse algo que provavelmente a instigou então, fique.

Brian pediu que a enfermeira inclinasse a maca aos poucos, verificou as pupilas dela, anotou os batimentos.

- Preciso que me diga se ela apertar sua mão ok?

Acenti devagar.

- Senhorita Min, vou fazer algumas perguntas e preciso que se comunique conosco através dos pertos na mão do doutor Han. Um aperto para sim e dois para não. Sente dor?

- Um aperto.

- Um aperto para 5 e dois para mais de 5 no nível de dor.

- Um aperto.

- Ok, diminua o analgésico para dor e pare com o sedativo. Vamos movê-la para um dos quartos. - Disse Brian para sua auxiliar. - Senhorita Min, quer que o doutor Han te acompanhe?

- Um aperto.

- Preparem o quarto e façam a transferência, vou cuidar da papelada. - Ele apertou meu ombro e saiu.



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